Na noite passada

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PAT

— Papai?

Acordo com a sua voz doce e infantil muito próxima de mim, abro e fecho os olhos rápido por causa da luz, então abro de novo tentando focar no Dean.

— E aí, filhão!

Ele aperta o nariz com os dedinhos e se afasta falando com a voz abafada.

— O papai tá fedendo!

Eu sorrio sentando e balanço a cabeça pra afastar a tontura.

— Porque você bebeu tanto assim, Pat?

A minha mãe surge da cozinha com um saco de lixo e junta as latas de cerveja do chão, quando pega uma na minha frente uma imagem surge na minha cabeça, o rosto do professor muito perto do meu.

Mas que porra...

Olho em volta procurando por ele, mas claro que se estivesse aqui seria a primeira coisa que a minha mãe e o Dean teriam falado.

Será que eu deixei ele dormindo no meu quarto?

Levanto tentando ser discreto e abro a porta do quarto, está vazio e a cama arrumada, vou para o quarto do Dean, mas ele não está  também.

— O que você está fazendo?

Tento não parecer culpado quando viro pra minha mãe.

— Vou colocar o uniforme no Dean antes de tomar banho.

Ela acena concordando enquanto amassa a caixa de pizza. Tento me lembra do que aconteceu na noite passada, nós bebemos e comemos pizza, ele estava muito irritado assistindo o jogo... A partir daí as memórias estão confusas, não lembro do que aconteceu ou quando ele foi embora.

— Papai?

— Oi?

Eu viro pra ele que aponta para a cômoda, então vou até o móvel e pego a sua roupa, volto sentando no chão na sua frente e tiro o pijama que está vestido.

— Que tal faltar a aula hoje? Podemos dormir o dia inteiro.

— O titi disse que temos que ir pra escola todos os dias.

— Mas ele é professor, claro que vai dizer isso.

— O titi disse que estudar é importante.

— Claro que é, mas...

— Ele também disse que...

— Ele disse, ele disse, ele disse... Você gosta tanto assim do seu professor que escuta ele mais do que eu?

O Dean confirma com um aceno sem se preocupar com os meus sentimentos.

— Traidor!

Ele coloca a mãozinha na frente da boca e fica dando  risadinhas fofas, como não tem outro jeito eu visto o uniforme nele.

Ligo o chuveiro e deixo a água escorrer pelo meu corpo levando todo o suor, fecho os olhos e tento relaxar, não devia ter dormido no sofá, sempre fico quebrado quando faço isso. Pego o sabonete e me lavo, primeiro os braços, as axilas, o peito... A lembrança dele tocando o meu peito surge nesse momento, não tenho certeza do que significa, mas um leve formigamento começa a partir de onde os seus dedos tocaram, será que eu estava sem camisa? Porque eu estaria sem camisa? Eu estava vestido quando acordei, será que é uma memória falsa, como um sonho ou algo assim?

A minha cabeça dói com o esforço, tentar lembrar agora não é uma boa, é melhor esperar a ressaca passar.

Desço o sabonete pela minha barriga e virilha, quando chego na perna lembro das suas mãos apertando a minha coxa.

DaddyOnde histórias criam vida. Descubra agora