PRAN
Desde o momento em que sai da sua casa eu estive confuso com o que aconteceu, mas fico aliviado por ter resistido, teria me sentido horrível se algo tivesse acontecido e ele não se lembrasse, seria prova de que ele não estava no seu juízo perfeito e eu teria me aproveitado disso.
Tenho que admitir que não foi fácil não cair em tentação, principalmente quando ele avançou pra cima de mim obrigando a me inclinar para trás até deitar no chão, ele tentou me beijar, mas eu segurei o seu peito e o afastei, a sua camisa acabou abrindo fazendo a minha mão deslizar para dentro dela e sentir a sua pele me fez querer muito mais que esse simples toque.
O Pat aproveitou esse breve momento de distração e tentou me beijar novamente, sendo pego desprevenido eu só tive tempo de virar o rosto, mas isso não o deteve, ele beijou o meu rosto várias vezes e desceu lentamente até chegar no meu pescoço, eu tentei me afastar mais uma vez, mas ele segurou a minha mão e colocou ao lado do meu corpo, eu estava tão rendido a sensação dos seus lábios no meu pescoço que só fui perceber que a situação estava saindo de controle quando o seu pênis pressionou o meu. Eu segurei a sua coxa empurrando até não sentir mais a sua ereção, foi quando ele segurou o meu queixo e virou o meu rosto para olhar pra ele, tenho certeza que se ele tentasse me beijar de novo eu teria deixado, mas ele apenas ficou me encarando com uma mistura de embriaguez e desejo. Acho que agi mais por instinto do que por vontade própria quando eu pedi.
— Por favor, não faz isso, Pat.
Vi que o meu pedido trouxe um pouco de lucidez a sua mente e ele se afastou saindo de cima de mim.
— Me desculpe, professor! Eu não...
Eu sorri e sentei, o chão ainda se movia ao meu redor, mas decidi que enfrentar o caminho até em casa assim seria muito mais seguro do que continuar no mesmo ambiente que ele.
— Esta tudo bem, não se preocupe, nós apenas bebemos demais.
Eu tentei levantar e ele me ajudou, pelo menos foi a sua intenção, porque a única coisa que conseguiu foi nos derrubar no sofá. Fiquei observando o seu riso encantador até se esvair completamente, então ele ficou me encarando com aquele mesmo desejo de minutos atrás.
— É melhor eu ir embora, Pat.
— Você ainda não me mostrou como é, professor.
Os seus olhos percorreram todo o meu rosto parando na minha boca, tive certeza nesse momento que permanecer na casa não era seguro, então levantei e tentei sorrir.
— Eu estou indo, nos vemos amanhã.
— Mas professor...
Eu saí o mais rápido que consegui e fiquei aliviado quando percebi que ele não estava vindo atrás.
Sei que tudo isso foi motivado pelo seu estado alcoolizado, mas nesse momento ele está sóbrio, mesmo assim aqui está com o dedo pressionando o meu lábio inferior despreocupadamente enquanto me olha com desejo.
— É melhor eu ir, Pat...
Essa frase é o completo oposto do que quero fazer nesse momento, mas a minha vida já está complicada demais para me deixar levar.
Os olhos do Pat, que estão fixados onde o seu dedo está tocando, levantam devagar até olhar nos meus olhos, ele parece confuso por um momento, então como se lembrasse de algo de repente a surpresa toma conta do seu semblante, mas a sua surpresa não foi maior que a minha quando percebi que ele está se aproximando, sei que esta na hora de fugir, mas não sei se tenho forças para continuar evitando ele.
O seu rosto para a poucos centímetros do meu, os seus olhos sobem e descem dos meus olhos para a minha boca algumas vezes, então o seu olhar prende o meu quando ele repete o que disse ontem em um sussurro.
— Me ensina, professor?
Apesar do arrepio que sinto ao ouvir isso, eu tento dar um passo para trás, mas ele segura a minha cintura me mantendo no lugar, a sua mão livre toca o meu pescoço e sobe até o meu rosto fazendo eu ficar parado, no momento em que fecha os olhos percebo que ele está decidido a fazer isso, seja por desejo ou curiosidade, cansado de lutar eu apenas fecho os olhos e me rendo esperando os seus lábios tocarem os meus.
O sinal que avisa sobre o início da aula toca nos assustando e fazendo ele me soltar, dou alguns passos para trás e tento pensar claramente, no que eu estava pensando? Eu quase beijei ele! Um hetero, pai de um aluno, e pior, no meu local de trabalho!
Sem dizer nada eu caminho na direção da porta, mas quando passo por ele a sua mão segura o meu pulso me impedindo de continuar. Olho para as nossas mãos, respiro fundo e me preparo para o encarar, acho que facilitaria se não parecesse que ele quer muito isso.
— É melhor você ir para a casa, Pat.
— Eu vou trabalhar hoje de novo, me encontra no bar?
Seguro a sua mão e faço ele me soltar.
— Pat, eu não sei o que você pretende com tudo isso, mas vamos parar por aqui, você trabalha em um bar, se está curioso sobre algo tenho certeza que consegue alguém lá pra te ajudar.
Ele parece levemente irritado quando vira pra ficar de frente para mim, com um passo largo se aproxima mais do que eu realmente gostaria.
— Eu estou curioso, não nego, eu quero saber como é beijar um homem, mas não qualquer homem, você, eu quero você, professor!
Ele se aproxima e me beija sem esperar resposta, é um beijo casto, como se estivesse testando o terreno, como se pedisse permissão, então se afasta e fica me encarando. Sei que não devia fazer isso, mas não resisto, em uma atitude impulsiva acabo segurando o seu pescoço e puxando ele para mim, dessa vez não existe nada de casto no nosso beijo, quando a euforia toma conta as suas mãos seguram o meu rosto, ele me beija e ofega, a sua língua toca a minha e os seus lábios sugam os meus sem piedade, tento parar de pensar demais sobre o que estou fazendo e me entrego, nesse momento seguro o seu rosto também e nos beijamos liberando toda a tensão e desejo que existe entre nós.
Paramos de nos beijar sem fôlego, mas ele não me solta, o seu sorriso satisfeito me deixa nervoso, porque isso não devia ter acontecido e tenho impressão de que ele não quer que acabe por aqui.
— Me encontra a noite, professor?
Eu vou negar, mas acabo concordando, o seu sorriso aumenta e ele me beija mais uma vez antes de ir embora me deixando nessa sala vazia sozinho e confuso.
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Daddy
FanfictionPat, um pai solteiro que enfrenta as dificuldades de criar seu filho sozinho, e Pran, um professor primário recém-chegado que luta para ser aceito em seu novo emprego, têm seus caminhos cruzados quando Pran começa a dar aulas para o filho de Pat. Em...