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𝓐𝓹𝓸𝓵𝓵𝓸

Já tinham se passado umas duas horas até o médico finalmente aparecer para contar o que tinha acontecido

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Já tinham se passado umas duas horas até o médico finalmente aparecer para contar o que tinha acontecido. Ele disse que a Léo tinha acordado, mas teve outra crise, então deram um sedativo e ela passaria a noite ali, em observação na ala psiquiátrica. Tavin saiu para ligar para o Neo e contar tudo o que tinha acontecido, mas eu ainda estava com aquela pergunta martelando na cabeça. O que fez ela ficar assim? Em um momento, ela estava rindo comigo, e quando voltei, ela estava completamente diferente, assustada, perdida… era como se o mundo tivesse virado de cabeça para baixo num piscar de olhos.

Neo deve chegar aqui de manhã – Tavin avisa ao se sentar ao meu lado, me entregando um copo de café.

Pego o copo e dou um gole, tentando ignorar o amargo enquanto a cabeça trabalha em todas as direções possíveis. – Vou ficar aqui, esperar até ela ser liberada. Vai pra casa se quiser – falo ao perceber o sono estampado no rosto dele. Mesmo ele, que está sempre pronto pra tudo, parecia exausto.

– Tá doido, irmão? Vou ficar aqui com você – ele responde, mexendo no celular, mas eu quase nem escuto. Minha cabeça ainda está presa na cena dela, no desespero dos olhos da Léo, e na sensação esmagadora de que eu não entendo nada do que ela está passando.

– Mano, se eu for ficar falando sozinho, acho que vou pra casa mesmo – Tavin brinca, me tirando dos pensamentos.

– Foi mal…

– No que tá pensando, viado? – Ele pergunta, me observando enquanto eu tomo mais um gole do café.

– No que aconteceu… quando saí pra pegar água, ela tava toda animada, cheia de vida. Aí quando voltei, tudo isso já estava acontecendo… – respondo, as palavras saindo baixas, porque ainda sinto o impacto de vê-la daquele jeito.

Tavin me observa por um instante, como se estivesse decidindo se falaria ou não. Depois de um suspiro pesado, ele finalmente fala: – O ex dela apareceu lá. Contei pra ela antes, pra ela não ser pega de surpresa, saca? Mas deu no que deu…

– Que? Esse merda tava lá? Quem chamou ele? – sinto o rosto esquentar, a raiva fervendo por baixo da pele.

– Cara, não sei, mas ele parecia bem próximo do Alva… talvez ele tenha convidado ou… sei lá – Tavin responde, parecendo tão perdido quanto eu nessa bagunça.

– Esse filho da puta devia estar preso, não rondando festas! Isso é uma piada – sinto a raiva crescendo, mais e mais, invadindo cada centímetro do meu corpo, como se só o pensamento dele estando solto já fosse uma provocação direta.

– Não gosto dessa situação tanto quanto você. Mas, acredite, mas a Léo nunca falou nada sobre isso… Não tem como a gente culpar o Alva por isso; ele provavelmente nem sabe.

As palavras do Tavin vêm como um soco no estômago, e eu sei que ele está certo. Ela não contou nem para o próprio irmão, só temos suspeitas, e eu nunca desejei tanto que estivéssemos errados. Porque só a ideia de que aquele cara poderia ter feito algo para machucá-la… isso me faz querer fazer coisas que eu nem sabia que era capaz de pensar.

Mil Versos -apollo McOnde histórias criam vida. Descubra agora