18

854 64 4
                                        

𝑨𝒑𝒐𝒍𝒍𝒐(𝒏𝒐 𝒎𝒆𝒔𝒎𝒐 𝒅𝒊𝒂)

Algumas horas depois que cheguei em casa aquela manhã, tomei coragem e mandei uma mensagem para Léo

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Algumas horas depois que cheguei em casa aquela manhã, tomei coragem e mandei uma mensagem para Léo. Perguntei como ela estava, sugeri que descansasse e disse que estaria por perto se precisasse de algo. Esperei alguns minutos, com o celular na mão, mas as horas passaram, e nada. Nenhuma resposta, nem um visto na mensagem. A cada notificação falsa, uma parte de mim se irritava ainda mais. Ela realmente não queria falar comigo.

 Ela realmente não queria falar comigo

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


🕰️

Os dias que vieram depois foram uma tortura. Tentei manter minha rotina, mas a verdade é que, por mais que eu tentasse me distrair, era como se cada detalhe me lembrasse dela. Léo estava em tudo – nas músicas que ouvíamos juntos, nas piadas internas, até nos lugares que eu passava. Mas, por uma semana inteira, eu não recebi uma palavra, uma chamada… nada. Ela ergueu um muro de silêncio entre nós.

Às vezes, pegava o celular para mandar outra mensagem, mas parava. Se ela não queria conversar, eu não podia forçá-la. Minha paciência já estava no limite. Parte de mim entendia que ela precisava de espaço depois do que aconteceu, mas, ao mesmo tempo, a frustração crescia. Eu queria estar ali por ela. Queria proteger Léo de qualquer coisa que a fizesse sofrer, mas ela não me deixava sequer chegar perto, como se toda tentativa de aproximação fosse um incômodo. Isso me deixava louco.

Conversei com Neo sobre o que estava sentindo, desabafei sobre a frustração de ser mantido longe e da sensação de que nada do que eu fazia era suficiente. Ele, sempre direto e sem muita enrolação, me disse que talvez ela só precisasse de espaço. Que o trauma dela era mais profundo do que eu podia imaginar, e que o melhor que eu poderia fazer era dar esse tempo para ela. As palavras dele faziam sentido, mas não tornavam nada mais fácil. Eu queria respeitar os limites dela, mas ver Léo se distanciando de mim daquela forma era como uma faca sendo enterrada mais fundo a cada dia.

Não era só frustração. Era um sentimento de impotência que pesava. Ver Léo sofrendo e me manter de fora era o que mais me irritava. Cada gesto de cuidado, cada palavra que eu tentava oferecer… ela evitava tudo. Era como se tudo o que havíamos construído até ali não valesse nada para ela. Como se todo o esforço, toda a vontade de fazê-la feliz fossem ignorados. Eu nunca pedi para ser o “herói” dela, mas queria ao menos ser alguém em quem ela confiasse, alguém para quem ela se abrisse. Mas agora, até isso parecia um sonho distante.

E, no fundo, talvez eu estivesse cansado. Cansado de bater contra um muro invisível, de ser impedido de cuidar dela por essa barreira que ela mesma construiu. Perguntei a mim mesmo mais vezes do que gostaria: será que valia a pena insistir? Será que eu conseguiria quebrar essa muralha, ou Léo sempre deixaria essa distância entre nós?

O fim de semana chegou, e com ele o estadual de rimas que ela disputaria. Eu sabia que não tinha como fugir desse encontro, mas, por mais que quisesse vê-la, a incerteza me corroía. O que eu ia encontrar? Uma versão dela ainda mais fechada, mais distante? Ou, talvez, alguém que sequer se lembrava do que tínhamos compartilhado?

𝑼𝒎𝒂 𝒔𝒆𝒎𝒂𝒏𝒂 𝒅𝒆𝒑𝒐𝒊𝒔 , 𝒅𝒊𝒂 𝒅𝒐 𝒆𝒔𝒕𝒂𝒅𝒖𝒂𝒍

Enquanto eu me arrumava, a luz do dia entrava pela janela e iluminava o quarto. Olhei para o reflexo no espelho, tentando ajustar o boné e a camiseta que eu havia escolhido. Tavin estava jogado na cama, mexendo no celular, mas percebi que ele estava atento a mim, como sempre.

– E aí, tá pilhado, né? – ele perguntou, quebrando o silêncio. – Pelo  resultado do estadual ou pra ver a Léo de novo?

Soltei um suspiro, a ansiedade misturando-se com a frustração. – Um pouco dos dois, eu acho. Mas é mais por ela, sabe? Faz uma semana que ela simplesmente sumiu. Nem sei como agir quando a gente se encontrar.

Tavin assentiu, a expressão dele mostrando que ele entendia. – É, a situação é uma merda mesmo, . Mas, se tem uma coisa que eu aprendi com a Léo, é que quando ela decide se fechar, é tipo fortaleza, tá ligado? A chave é só dela.

Passei a mão pela nuca, sentindo a inquietude aumentar. – Eu entendo que ela tenha seus traumas, que o ex dela foi um escroto… Mas isso me deixa me sentindo tão inútil. Queria que ela visse que pode contar comigo. Que eu tô aqui pra o que precisar.

Tavin me olhou com um ar sério, mas ao mesmo tempo compreensivo. – Você já mostrou isso, parceiro. Mas se você forçar agora, vai acabar afastando mais. A Léo… ela precisa desse espaço, . Tem que sentir que tá pronta pra se abrir.

Respirei fundo, tentando engolir as palavras do Tavin. Ele estava certo, mas isso não tornava a espera mais fácil. – É, talvez eu esteja sendo egoísta. Só que parece que tudo entre a gente é uma guerra contra o passado dela, saca? Me sinto como se estivesse tentando proteger alguém que não quer ser protegida.

Tavin soltou uma risada leve, mas a compreensão ainda estava presente. – Essa é a Léo. Teimosa pra caralho, acha que pode enfrentar tudo sozinha, mas eu sei que, no fundo, ela se importa contigo. Talvez mais do que você imagina. É só deixar ela entender isso no ritmo dela.

Assenti, absorvendo as palavras de Tavin. Ele tinha razão, mas a mágoa de saber que Léo não me deixava ser uma parte da vida dela pesava. Tentei sorrir para Tavin, mesmo que fosse um sorriso meio forçado.

– Valeu, Tavin. Precisava ouvir isso. Só espero que essa distância não signifique que ela não quer minha presença.

Tavin deu um tapinha no meu ombro, tentando transmitir confiança. – Fica tranquilo. Se tem uma coisa que eu sei sobre a Léo é que ela nunca age sem motivo. Se ela tá se afastando agora, é porque tá resolvendo algo que tá dentro dela. E, quem sabe, no estadual, ela não veja que você tá ali, firme, independente de qualquer coisa.

Agradeci a ele com um aceno de cabeça, sentindo-me um pouco mais preparado para o que estava por vir. Sabia que aquele encontro poderia não resolver todos os nossos problemas, mas pelo menos eu estaria lá, pronto para dar a ela o suporte que precisava, na esperança de que ela começasse a ver o quanto eu realmente me importava.

🎤.

(Vou mentir pra vcs não , as mensagens que o Apollo mandou pra Léo me quebrou 😭)

(Não esqueçam de votar e comentar pfvr)

Mil Versos -apollo McOnde histórias criam vida. Descubra agora