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Estávamos andando pelos corredores do shopping, e a cada loja nova, o Apollo parecia cada vez mais focado na missão de achar o presente perfeito pro pai

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Estávamos andando pelos corredores do shopping, e a cada loja nova, o Apollo parecia cada vez mais focado na missão de achar o presente perfeito pro pai. Ele analisava tudo, mas era nítido que estava ainda mais atento ao meu redor do que às prateleiras. Era sutil, quase automático pra ele estar sempre ali, um passo atrás, sempre que eu mudava de direção.

Quando paramos em frente a uma loja de relógios, ele deu uma olhada rápida nos modelos, mas logo desviou a atenção para um grupo de pessoas que passava do nosso lado, como se estivesse garantindo que ninguém ia chegar muito perto.

Eu sorri, tentando não rir. Apollo estava do meu lado, mas o olhar estava sempre atento a qualquer movimento em volta, e eu sabia que ele fazia aquilo por cuidado, por um carinho que era só dele.

-Esse aqui é bonito, né?- comentei, apontando para um relógio elegante, tentando trazê-lo de volta à realidade. Ele deu um passo pra perto de mim, como sempre, antes de responder.

-É legal, mas... sei lá, será que ele vai gostar?-falou, sem desviar o olhar do grupo que se afastava.

Eu observei o rosto dele por um momento, e senti aquele calor de carinho por ele. Apollo tinha um jeito de cuidar de mim que era quase natural, um cuidado sincero que vinha com ele, mas também... eu sabia que ele podia relaxar.

Com um sorriso, toquei de leve o braço dele. -Meu bem, você precisa relaxar- falei, a voz suave e um sorriso carinhoso. -É só uma compra, e eu tô aqui com você. Tá tudo bem.

Ele soltou uma risada meio sem graça, respirando fundo, como se finalmente percebesse o quanto estava focado. -Tá, tá, desculpa. É mania

-Eu sei,-falei, apertando de leve a mão dele. -Mas relaxa um pouco. Eu tô bem.

Vi o rosto dele suavizar um pouco, e ele finalmente desviou o olhar da multidão para focar em mim, com um sorriso leve e quase envergonhado.

-Você tem razão. Tô aqui pra escolher o presente, não pra bancar o segurança,- respondeu, tentando parecer descontraído, mas com aquele olhar de quem sabia que não ia mudar tão fácil.

Ri junto com ele e, antes que ele tivesse tempo de responder, olhei de volta para os relógios e peguei um modelo que tinha achado bonito. - Agora, vamos focar no seu pai. Depois, se você se comportar, a gente para pra um café- brinquei, tentando descontrair ainda mais.

Ele soltou uma risada sincera, e, enquanto a gente seguia para outra loja, sorri de lado e soltei: -Ah, e quando a gente chegar em casa... preciso falar com você. Mas relaxa, prometo que vai ser rapidinho.

Apollo me olhou de canto, meio curioso, mas com aquele brilho no olhar, como quem já estava intrigado com o que eu tinha pra dizer.

Apollo finalmente se desligou da multidão ao redor e voltou a focar no presente do pai, analisando alguns modelos de relógio. Eu observava a seriedade no rosto dele enquanto ele olhava cada detalhe, e aproveitei a pausa para puxar assunto.

Mil Versos -apollo McOnde histórias criam vida. Descubra agora