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Agora era oficial: meu casamento seria no dia seguinte

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Agora era oficial: meu casamento seria no dia seguinte. Entre a loucura e a correria que é organizar tudo, uma cólica insistente e uma dor de cabeça chata me atormentavam. Não eram contrações nem nada alarmante, mas mesmo assim, decidi não contar pro Apollo. Do jeito que ele é, já iria querer me levar pro médico, e naquele momento, eu tinha coisas demais pra resolver.

— Leonor Silva — falei entre dentes, segurando o telefone com força enquanto sentia o esmalte gelado nas unhas. — Foi pra hoje às 18h que eu marquei! — minha voz já perdia a paciência.

— Como assim não está confirmado? Eu marquei há duas semanas e já paguei! Se vocês não entregarem as minhas flores no horário combinado, eu juro que vou aí e ninguém nunca mais vai comprar nada nessa loja medíocre, porque eu vou tacar fogo em tudo. Entendeu? — finalizei com firmeza antes de desligar.

— Calma o coração, mulher! — Vanessa riu, terminando de passar o esmalte nas minhas unhas.

— Juro, nunca pensei que organizar casamento fosse tão estressante — suspirei, largando o celular no colo. — Ai, que droga... — reclamei, pressionando as têmporas com as pontas dos dedos.

— Vai valer a pena, acredita. No meu também foi assim — ela disse, franzindo as sobrancelhas ao notar meu resmungo. — Tá ruim a unha?

— Não, tá ótima. Só tô com uma dor de cabeça horrível — respondi enquanto calçava os chinelos. — Quanto deu tudo?

— 180 da fibra de vidro e 20 do pé. Quer um remédio, Léo? Quer que eu te acompanhe até em casa? — perguntou com preocupação.

— Vou te mandar o Pix, obrigada. Mas não precisa, vou ligar pro Apollo pra me buscar — falei enquanto pegava o celular novamente.

Depois de fazer a transferência, mandei mensagem pro Apollo e fiquei conversando com a Vanessa enquanto tentava me acalmar. Pouco tempo depois, meu celular vibrou. Me despedi dela, agradeci, e saí.

Apollo já estava esperando, e assim que me viu, desceu do carro para abrir a porta. Respirei fundo três vezes antes de entrar, um hábito que herdei da minha mãe. "Deixe o estresse na rua", ela dizia. "Não tem nada pior do que descontar nos outros algo que não é culpa deles." E ela estava certa.

No carro, ajeitei a postura no banco do carona e senti uma leve pontada na barriga.

— Oi, linda! Cadê as garras? Mostra aí — Apollo brincou, animado, enquanto dava partida no carro.

Joguei a bolsa pro banco de trás e mostrei as mãos, tentando disfarçar o desânimo. A cólica e a dor de cabeça pareciam ter piorado de vez.

Ele aproveitou o sinal vermelho pra segurar minha mão e analisou os detalhes da francesinha. Um sorriso largo apareceu em seu rosto.

— Ave Maria... minha mulher é boa demais! Tá doido. Por isso que eu meti logo um pedido de casamento e um filho, pra não se livrar de mim tão cedo — disse, arrancando de mim uma risada alta.

Mil Versos -apollo McOnde histórias criam vida. Descubra agora