Capítulo 2- Muito trabalho

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Os corredores da 7ª Divisão estavam mais vivos do que nunca naquela tarde. O som da brisa entre as árvores e o canto das aves que habitavam o jardim recém-criado enchiam o ar de uma tranquilidade única. Tine caminhava com passos leves em direção ao seu escritório, cumprimentando com um sorriso todos os soldados que passavam por ela. Aquele lugar havia se transformado em um lar para todos da divisão, e ela tinha orgulho disso.

Ao abrir a porta de seu escritório, Tine deu uma risada baixa. A mesa estava cheia de documentos, como sempre.

— Parece que a burocracia nunca tira folga, hein? — comentou para si mesma, balançando a cabeça enquanto ajeitava os papéis.

Apesar da pilha intimidadora, sua expressão continuava brilhante. Afinal, ela sempre acreditava que trabalho duro trazia bons resultados. Tine puxou uma cadeira e começou a revisar os relatórios com cuidado, rabiscando algumas anotações enquanto cantarolava baixinho.

No meio de sua concentração, a porta se abriu abruptamente.

— Capitã Kaori! — chamou uma voz animada.

Tine ergueu o olhar e viu Haruki entrar, carregando mais uma pilha de papéis. Seu cabelo rosado estava bagunçado como sempre, e ele tinha aquele sorriso largo e contagiante que a fazia rir sem nem perceber.

— Ah, Haruki, me diga que não são mais relatórios… — disse, fingindo um tom dramático, mas sem perder o humor.

— Desculpe, capitã, mas são sim! — respondeu ele, colocando os papéis na mesa com um movimento exagerado. — Mas esses aqui são especiais. Eles têm a ver com aquele objeto estranho que encontramos anos atrás.

O sorriso de Tine diminuiu um pouco, mas sua curiosidade rapidamente tomou conta. Ela pegou o primeiro papel da nova pilha e começou a ler.

— Ainda sobre aquilo? Achei que esse mistério já tivesse esfriado.

Haruki respondeu balançando a cabeça — Não mesmo! Parece que tivemos mais relatos de hollows desaparecendo da mesma forma. Só que, dessa vez, ninguém encontrou o objeto. Só os rastros do que ele fez.

Tine apoiou o queixo na mão, pensativa. Apesar de todos esses anos, aquele mistério ainda pairava sobre sua mente. Ela não gostava de deixar assuntos sem solução, especialmente algo tão peculiar.

— Interessante... — murmurou, enquanto lia o relatório. — Os locais desses eventos são próximos ou aleatórios?

Ele logo tirou dos relatórios um mapa da Cidade de Karakura e apontou para outro relatório na pilha.

— Aqui tem um mapa. Parece que há um padrão, mas é bem sutil.

Tine pegou o mapa e examinou com atenção. Por um instante, sua expressão ficou séria, mas logo ela voltou ao seu habitual otimismo.

— Bem, se há um padrão, isso significa que estamos um passo mais perto de entender, certo? — Ela sorriu, olhando para o tenente.

— Isso mesmo, capitã! — respondeu ele, animado.

Tine riu com a energia de Haruki. Ele podia não ser o mais forte ou o mais brilhante, mas sua positividade era contagiante.

— Obrigada, Haruki. Vou revisar isso com calma. Mas sabe, tenho a sensação de que essa missão em Karakura pode trazer algumas respostas.

— Você tem um ótimo faro pra essas coisas, capitã — disse ele, acenando com a cabeça. — Quer ajuda para revisar esses papéis?

— Não se preocupe, posso lidar com isso. Mas obrigada por oferecer.

Haruki sorriu e, com um gesto teatral, fez uma reverência antes de sair.

— Qualquer coisa, é só chamar, Capitã Kaori! — disse ele, fechando a porta atrás de si.

Sozinha novamente, Tine olhou para os papéis sobre a mesa. Por mais que o mistério do objeto estranho a intrigasse, ela se sentia animada com a ideia de estar cada vez mais perto de resolver aquilo.

— Mais uma peça para o quebra-cabeça… Mas enfim, só preciso terminar esses relatorios logo— disse para si mesma, voltando a revisar os documentos com renovada determinação.

Naquele momento, ela não sabia exatamente o que esperava encontrar em Karakura, mas tinha certeza de que, com sua equipe ao seu lado, poderia enfrentar qualquer coisa.

Bleach: Veil On The Poison Onde histórias criam vida. Descubra agora