Destiny - Vmin

65. Paraiso

Jimin voltava do lago no crepusculo, com as suas roupas molhadas coladas ao corpo e o cabelo ainda gotejando sobre a testa. A transparência do tecido expunha mais do que ele gostaria, tornando quase impossível para as criadas esconderem os olhares furtivos e risadinhas. Sentindo-se desconfortável com a situação, ele apressou os passos, desejando apenas chegar ao quarto e trocar de roupa.

Na ala onde ficava seu quarto, Taehyung caminhava pelo corredor, claramente em busca dele. E ao avista-lo, os olhos do tritão se fixaram nele e por um instante, ele parou. A visão do outro naquele estado — vulnerável e molhado — o fez sentir uma onda de calor subir pelo corpo. Mas, com esforço, ele se controlou, desviando o olhar e mantendo a compostura enquanto abria a porta do quarto.

— [Eu estava indo te procurar.] — sinalizou Taehyung rapidamente, escondendo o nervosismo de ver o outro naquela situação.

Jimin, sentindo o peso dos olhos de Taehyung, seguiu para dentro do quarto, tentando agir com naturalidade. Ele fechou a porta atrás de si, mas Taehyung, em um gesto inesperado, se virou e a trancou. O som da fechadura girando foi acompanhado pelo olhar firme do rapaz.

— [Não quero que Miguel entre de novo sem permissão.] — sinalizou ele, direto.

Jimin ficou surpreso, mas não comentou. A situação já o fazia se sentir exposto e agora a atitude de Taehyung tornava isso ainda mais intenso. Mesmo assim, ele se esforçou para não demonstrar o quanto isso o afetava. Agindo como se fosse algo rotineiro, tirou a camisa molhada e a pendurou na janela para secar.

Quando voltou o olhar para Taehyung, percebeu que o outro o observava com uma intensidade que jamais havia sentido antes. O olhar de Taehyung deslizava por seu torso, demorando-se em cada detalhe, como se estivesse descobrindo algo pela primeira vez. Jimin engoliu em seco, sentindo uma mistura de constrangimento e algo mais... um prazer sutil em ser observado daquela maneira.

— Desculpe a demora. Eu tive que tomar um banho frio. — disse Jimin, tentando quebrar o silêncio que parecia pesar no ar.

— [Por quê?] — perguntou Taehyung, aproximando-se um pouco mais, curioso.

— Culpa sua. Mas cedo foi tão intenso que eu mal consegui me controlar. — Jimin respondeu com um sorriso tímido, mas suas palavras carregavam mais do que ele pretendia.

Taehyung arqueou uma sobrancelha. E deu mais um passo à frente, reduzindo a distância entre eles ainda mais. Seus olhos buscavam os de Jimin, como se tentassem confirmar algo.

— [Sério? Eu te afetei tanto assim?] — sinalizou ele, a proximidade tornando suas intenções ainda mais claras. — [Deve ser mais difícil para você, já que tem experiência, né?]

Jimin segurou o olhar de Taehyung, seu coração acelerando ainda mais. Ele tentou disfarçar o nervosismo com um sorriso, mas a tensão no ar era quase palpável.

— Muito! É tão difícil, uma tortura ter me controlar. — respondeu Jimin, com a voz quase teatral, mas carregada de sinceridade e provocação.

As palavras fizeram Taehyung congelar por um instante, seus olhos piscando como se tentassem processar o que acabara de ouvir. A proximidade entre os dois parecia diminuir ainda mais, e Taehyung não conseguiu evitar que um leve sorriso puxasse os cantos de seus lábios.

Jimin desviou o olhar por um segundo, a mão inconscientemente indo até o tecido de sua calça molhada, tentando ajeitar algo que não precisava de ajuste. Era como se ele estivesse procurando uma forma de aliviar a própria tensão.

— É. Quando se trata de você é quase impossível, Taehyung. — murmurou, olhando para baixo antes de finalmente encarar o outro novamente, um sorriso desafiador agora em seu rosto, como se estivesse disposto a ver até onde aquilo iria.

Taehyung inclinou a cabeça, o olhar ainda mais penetrante. Por um momento, o silêncio se estendeu entre eles, cheio de significados que nenhum dos dois parecia pronto para verbalizar.

— [Então porque me parou? Se me queria tanto] — sinalizou Taehyung com uma expressão séria, mas os olhos brilhando com algo que ele próprio parecia relutar em admitir.

— Porque... era o certo na hora. — Jimin tocou suavemente o tecido das roupas do outro, sua expressão suavizando. — Antes, você estava tomado pelo ciúme... Não quero que seja assim, você merece mais do que isso, nós merecemos.

Ele fez uma pausa, desviando o olhar momentaneamente antes de voltar a encarar Taehyung.

— Eu quero que seja pelos motivos certos, não por impulso. Quero que seja especial... para nós dois.

Alguem bate na porta.

Taehyung hesitou antes de atender à batida na porta, sua expressão revelando irritação pela interrupção. Ele girou a tranca, abriu a porta apenas para encontrar... ninguém. Alguém devia ter batido por engano. O corredor estava vazio, a penumbra suave iluminada apenas pelas tochas nas paredes. Alguém devia ter batido por engano ou talvez fugido ao perceber que incomodava o príncipe.

Ele fechou a porta e a trancou novamente, encostando-se nela por um momento. Quando se virou, viu Jimin ainda parado no meio do quarto, os olhos baixos, como se estivesse perdido em pensamentos.

Taehyung caminhou até ele, os passos lentos, a tensão ainda pairando no ar. Quando ele parou a poucos centímetros de Jimin, o silêncio entre eles era quase ensurdecedor.

— Você não sabe o quanto significa para mim. — murmurou ele, a voz quase um sussurro. —Eu atravessei o mar por você, sem hesitar te seguiria para qualquer lugar  — 

Ao ouvir isso, Jimin não teve mais como se conter e beijou suavemente, com uma devoção silenciosa. O beijo, que começou suave, logo se intensificou. Cada toque se tornou mais urgente, cheio de um desejo silencioso que ambos sentiam. Taehyung sentiu o calor de Jimin invadir seu corpo, a proximidade deles fazendo seus corações baterem com força. Ele se entregou àquela sensação, permitindo-se afundar na profundidade do desejo, enquanto Jimin, aprofundava ainda mais o contato entre eles.

Quando se afastaram, o ar parecia denso, carregado de um peso que ambos sentiam, mas não ousavam quebrar. Seus olhares se encontraram com uma intensidade que não precisava de palavras, só o reconhecimento mútuo de algo que os unia de forma quase visceral. Jimin, sem conseguir disfarçar a necessidade que ardia dentro dele, puxou Taehyung para mais perto, fazendo com que seus corpos se pressionassem novamente, como se procurassem confirmar que aquilo era real, que o momento era deles.

Alguém batendo na porta mais uma vez foi uma distração, mas desta vez, nada poderia tirá-los de seu pequeno mundo. Eles se afastaram brevemente para respirar, mas logo se reencontraram, como se o corpo de um chamasse o do outro, sem reservas, sem hesitações. O toque de Jimin em Taehyung, primeiro o ajudando a tirar as roupas e depois dos dedos deslizando pela sua pele, apenas aumentava a tensão, deixando claro o quanto eles estavam mais do que prontos para seguir adiante, sem mais palavras.

Jimin, com um sorriso de leve desafio, guiou Taehyung até a cama. Eles se deitaram e o que se seguiu foi uma cumplicidade compartilhada, onde o calor dos corpos falava mais do que qualquer coisa. Não havia pressa, o tempo se arrastava lentamente enquanto eles se exploravam, com cada gesto e suspiro se tornando uma expressão mútua de desejo e entrega. O amanhecer se aproximava, mas, naquele momento, o mundo lá fora parecia distante. Tudo o que existia era a suavidade de seus corpos entrelaçados e a promessa silenciosa que havia sido feita.

E o que aconteceu naquela noite não precisava de palavras. Cada movimento, cada toque e olhar, dizia mais do que qualquer outra coisa poderia expressar. E no calor da madrugada, onde o tempo parecia se estender, Jimin e Taehyung estavam em sintonia, explorando a intensidade do que sentiam um pelo outro, sem pressa, sem arrependimentos.