Broxfield, 23 de abril de 1827.
━ Então é a dama que está vandalizando o meu campo de lavandas?
━ Não vandalizei nada, senhor!
Charlotte MacGregor, uma jovem escocesa, decide fugir para o campo para escapar de um casamento arranjado imposto por seu...
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O meu corpo arde em chamas e sinto como se estivesse caindo nas profundezas de um abismo sem brechas para escapar. Sinto-me impossibilitada de me mover, como se estivesse atada a uma canoa em alto mar, afundando e me sufocando além do que posso suportar.
De repente, sinto uma mão delicada e confortante tocar a minha. Com muito esforço, fito a pessoa a quem pertence a mão que se recosta em mim. Meus olhos mal conseguem acreditar no que observam.
— Mamaidh?
Os cabelos loiros dela brilham como os de um anjo, e seu sorriso é gentil. A aparência dela permanece idêntica ao quadro que papai me presenteou, onde estávamos juntas ficticiamente. Quando eu era criança, lembro-me das noites em que sonhava com ela, brincando em um jardim nas nuvens. Havia um balanço extremamente grande, e minha mamaidh me empurrava com delicadeza, sorrindo.
Não sei de onde vinham os sonhos, pois eu não a conheci, mas a presença dela nas minhas noites de sono tornava a falta dela menos agonizante. Mesmo que eu não tenha o trauma de tê-la perdido, a presença dela me faz falta.
— Nighean, em qual proeza você andou se pondo? — pela primeira vez, ouço a voz doce dela.
— Mamaidh é você mesma?
— Sim, pequena, sou sua mamaidh.
Ouvir a sua confirmação me fez piscar os olhos, em uma tentativa de entender as imagens sufocantes que estão na frente dos meus olhos turvos.
— Onde estou?
Ao ouvir minha indagação, a sensação agonizante desaparece gradualmente, dando lugar a um lugar calmo e tranquilo, onde as amarras que me prendiam me permitem desabrochar. O cenário do mar ao meu redor desaparece, e eu absorvo a visão de um jardim envolto por nuvens espalhadas de modo harmônico.
Sinto a mão da minha mãe acariciar meus cabelos flamejantes, que voam com a brisa leve do local onde estamos.
— Não creio que a resposta seja importante, a não ser que deseje ficar.