Capítulo 87

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Não sei de onde veio, mais um vento forte entrou com tudo na cozinha fazendo um barulho estrondoso na janela, eu segurava a jarra com muito força e o copo também a qualquer momento ele iria se quebrar ali mesmo na minha mão. O Pedro não respondeu e muito menos desceu, comecei a ficar com bastante medo e desespero, a luz acendeu e quando eu tava saindo da cozinha ela começou a acender e desligar sozinha.
- Pedro. - Gritei outra vez. - Eu vou te matar se você tiver fazendo isso. - Disse. Não ouvi respostas e muito menos passos, apenas a maçaneta da porta da sala começou a girar, torci para que fossem meus pais e pro meu azar não era, a porta ficou aberta e eu pensei se iria pra fora ou se continuaria parada, optei por ficar parada quando vi um vulto branco passando pela sala, comecei a gritar e pra minha má sorte os vizinhos não iriam ouvir. O copo acabou se quebrando na minha mão e eu gritei mais ainda, eu não sabia o que fazer, e se não fosse o Pedro? E se não fosse brincadeira? Interrompi meus pensamentos quando todas as luzes da casa se acenderam e o Pedro tava la, com uma roupa toda suja de vermelho e a cara mais pálida do que o normal, comecei a gritar muito e as lágrimas começaram a surgir, não me movimentei, não pensava em nada, o Pedro começou a rir e eu fiquei paralisada, não sabia o que fazer e só percebi que tinha jogado a jarra em direção do mesmo quando a água agarrou no seu rosto e a mesma se quebrou ao cair no chão.
- Você é um idiota Pedro, eu te odeio garoto. - Fui até o mesmo e comecei a dá vários tapas sobre seu peitoral, as lágrimas ainda desciam e eu tremia demais. - Isso não se faz, idiota, o que foi que eu te fiz pra merecer isso? - Eu continuava a bater nele e ele não conseguia parar de rir. Subi pro meu quarto e tranquei a porta, lavei a minha mão e fiz curativo na mesma, fiquei sentada na cama tentando tirar aquela imagem ridícula na minha cabeça, o Pedro apareceu na janela do meu quarto e eu percebi que tinha esquecido de tirar a escada da mesma. - Saí daqui, eu não quero ver você. - Disse.
- Desculpa amor, só queria te assustar. - Disse e se sentou ao meu lado.
- Conseguiu, pronto. - Disse e abracei meus joelho. - Agora você pode ir embora, seu idiota. - Limpei meu rosto.
- Vem aqui minha baixinha. - Disse e me puxou, colocando os braços a minha volta e me abraçando forte. - Desculpa amor, me perdoa, eu pensei que você não fosse ligar. - Seus lábios tocaram o alto da minha cabeça dando um beijo na mesma.
- Mais eu tenho medo. - Disse enquanto encostava mais um pouco nele.
- Me perdoa vida, desculpa ta. - Disse e me apertou contra seu corpo.
- Só dessa vez ta? - Disse e belisquei ele.
- Não precisa se aproveitar também né. - Disse.
- Me dá beijo agora. - Fiz bico.
- Eu não, não to afim de beijar hoje. - Disse e se deitou.
- Me da beijo Pedro. - Disse e ele não se importou. Fiquei sentada olhando pra parede e pensando um pouco.
- O que foi? Você ta quieta e você não é assim. - Disse.
- Sou quieta sim.

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