Capítulo 35

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~Luke POV~

Meu mundo tinha desabado, não imaginava uma vida sem ela afinal ela era a minha vida, a minha base, minha força, sem ela nada faz sentido é como se eu estivesse apenas sobrevivendo, mesmo sabendo que ainda tenho meus sonhos, nada mais sem ela faz realmente diferença. Com Seunome eu aprendi a olhar o mundo de uma forma diferente, como ela me disse uma vez que apesar de todos os problemas tinha em mente a força de vontade de ser ela mesma mesmo que as pessoas a critiquem. Em meu rosto as lagrimas caiam sem eu querer realmente chorar, como se já fizessem parte de mim, a dor já estava mais forte que eu. Desejava a todo instante ter sido eu no lugar dela, não havia volta o mal já estava feito. A imagem forte de Seuapelido em meus braços e segundos antes de apagar dizendo que me amava não saia de minha mente. Sinto-me completamente covarde de não ter enfrentado a todos.
Agora sentado em uma cadeira qualquer nessa sala de espera sinto-me louco, contando os segundos e se achar pouco até os milésimos, aguardava ansioso a uma simples noticia, precisava saber que minha prefeitinha estava bem, é somente isso que peço. Ao meu lado meus melhores amigos me dão todo apoio possível, apesar de que não vale muito a pena o esforço que fazem, talvez eu mesmo quero estar nessa situação e por minha culpa isso aconteceu. Sei que no fundo eles também estão sofrendo e que essa mascara de pessoas fortes irá cair uma hora ou outra.
O silencio entre nós se tornava cruciante, ouvia-se apenas o meu choro e o de Mali. Michael me olhava esperando que dissesse algo, mas nada absolutamente nada saia de boca, era como se as palavras todas tivessem evaporado.
- Ela precisa ficar bem! - Mali fala em meio ao choro pela milésima vez, mesmo depois de ter tomado calmantes permanecia nervosa, sabia exatamente o que ela estava sentindo afinal já havia passado por essa situação outras duas vezes.
Ao longe se avista o medico que está cuidando do caso da minha Seunome, parecia analisar atentamente aos resultados anotados em sua prancheta, seu olhar atento parecia procurar algo positivo, mas assim que ia se aproximando de nos podemos ver que seu olhar era nada animador. Assim que chegou onde estávamos ficou em silencio e tentou esboçar um sorriso simpático.
- Quem é Luke Hemmings? - levantei a mão respondendo ao chamado do doutor, eu havia dado a entrada dela no hospital, pois vim junto na ambulância ao seu lado - Pode vir comigo? - assenti e levantei-me o seguindo até um canto mais afastado, onde certamente meus melhores amigos não poderiam ouvir nada. - Vou ser direto, infelizmente as noticias não são nada boas.
- Como assim? - já sentindo a dor se tornar ainda mais cruciante dentro de mim. Meu coração começou a se acelerar ainda mais que o normal, a tensão havia tomado conta de mim.
- Seunome chegou ao hospital em estado gravíssimo, fizemos de tudo para reanima-la, mas infelizmente pouco pode ser feito. - em minha mente inúmeras suposições rondavam, mas nada fazia nexo algum. O doutor respirou fundo e continuou falando - Ela na ultima tentativa para reanima-la respondeu aos estímulos. Mesmo ainda desacordada, está viva! - um suspiro de alivio foi solto por mim.
- Obrigada senhor eu não posso perdê-la, nunca, jamais, mas me diga ela está fora de risco? - esperançoso deque a resposta seja positiva, mas que logo foi destruída pela negação do medico a minha frente.
- Infelizmente o quadro dela continua grave. Seunome sofreu um traumatismo craniano por conta da pancada extremamente forte e mesmo respondendo aos estímulos acabou entrando em coma. - ele colocou a mão sobre meu ombro e olhou dentro de meus olhos sua voz de compaixão que tomou conta de onde estávamos falou - sinto muito rapaz, mas a partir de agora isso somente depende dela. Pode demorar de meses a anos para ela acordar, como também não podemos descartar a hipótese de que ela nunca mais possa acordar. - aquela noticia teve o mesmo efeito de uma bomba em meu coração.
- Não tem nada que possa ser feito? - falei já sentindo as lagrimas correrem por meu rosto.
- Infelizmente já fizemos o possível e o impossível. Como disse isso depende somente e exclusivamente dela. - sua voz suou calma.
- Eu posso vê-la?
- Desculpe, mas por enquanto não. - ele deu um sorriso amarelo e saiu de onde estávamos me deixando la sozinho.
Em minha mente as palavras soavam repetidas vezes, eu continuava ali imóvel, sem saber o que fazer. Flashs de momentos que passamos juntos veio em minha mente como cenas de um filme. Minha vida outra vez havia virado de pernas para o ar e não pude outra vez fazer nada. Sentia pavor de perde-la, de nunca mais ver o seu magnifico sorriso ou de ouvi-la dizer que me ama, me sentia incapaz de viver sem a sua presença. Agora entendo porque eu fiz tanta questão de vir a esses malditos rachas, os mesmos malditos que agora vão me tirar minha perfeitinha de mim.
- É tão estranho como a mesma pessoa/Pode te fazer feliz e te trazer tanta dor./É tão estranho como a mesma pessoa pode fazer você amar até doer.
Lembrei-me da nossa musica e agora isso faz todo sentindo. É estranho amar um pessoa que possa te faze tão bem, que faz teu mundo ganhar um novo sentindo e de repente do nada como se uma tempestade envolvesse vocês esse amor se torna em dor, seu mundo fica escuro e mesmo que ao longe possa haver uma esperança, os fatos concretos e as incertezas são mais fortes que isso. Mesmo não fazendo sentido eu sei que a amo mais que minha própria vida e não posso deixar que nada a aconteça.
Sentei-me no chão mesmo, choro por ama-la tanto e por meu medo idiota estar a ponto de perde-la. Lembrei-me da musica que eu e os meninos fizemos e uma estrofe veio em meu pensamento nesse momento.
"Palavras cruéis foram ditas
Tudo está despedaçado
Nunca é tarde
Para nos trazemos de volta a vida"
E é o que eu mais quero nesse momento, a trazer de volta a vida!

[...]

O tempo parece ter voado, não conseguia parar de chorar, mas algo me desperta desse mundo paralelo e ao longe escuto o choro de alguém, mesmo querendo ignorar a curiosidade foi maior. Limpei algumas lagrimas, levantei-me do chão e andei em direção do som, sentada ao chão uma pessoa estava chorando desesperadamente, parecia nem ligar para a minha presença, mas assim que vi seu rosto não acreditei no que meus olhos estavam vendo.

Lost BoyOnde histórias criam vida. Descubra agora