Capítulo 8

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- Oi Marcelo. - Thales fala sério. - Eu preciso atender essas pessoas, com licença.

- Mas você não pode me atender? - Ele fala antes de Thales entrar na sala.

- Se o seu nome estiver na lista. - Thales olha a lista e lá estava um Marcelo Tavares em 7º - Aguarde ser chamado, Marcelo.

Thales entrou no consultório, organizou suas coisas, vestiu o jaleco e pediu para o primeiro entrar.

Já Paulo estava chegando a Niterói um tempo depois, e sua mãe já tinha ligado três vezes pra ele.

- Até que fim, Paulo Gustavo! - Dea entrou no carro dele. - Pensei que tivesse me esquecido.

-  Nunca mãe! - Ele beijou o rosto dela e voltou pra ponte. - Vamos primeiro onde?

- Pro banco. Depois vamos comprar minha geladeira nova. Você trouxe suas roupas? - Ela diz olhando pro banco de trás.

- Trouxe, estão no porta-malas. Dormirei aí a semana inteira ok?

- Você tá mais feliz hoje ou é impressão minha? - Ele ri. - É aquele rapaz que foi almoçar lá em casa né?

- A gente começou a namorar naquele dia, depois de sair da casa da senhora. Acabei perdendo a hora hoje porque dormi na casa dele, e o celular não despertou.

- Então estão dormindo juntos todos os dias? - ela fala rindo.

- Não, hoje não vamos dormir juntos ué. Ele vai viajar comigo em alguma das viagens da turnê, e não sei pra onde eu vou agora em janeiro. - Paulo continua. - Acho que vou ficar em casa dormindo, sei lá. Marcus e Anderson não decidiram também.

Thales chama o próximo paciente, e Marcelo entra sorridente. Thales revira os olhos e cruza os braços.

- Então, qual é o seu caso? - Thales fala tentando não soar irônico. - Porque não marcou com outro dermatologista?

- Porque você é o meu favorito. - Marcelo fala sentando na cadeira a sua frente. - Então, como vai o trabalho?

- Se você veio aqui pra conversar não tenho tempo pra isso, tenho mais pessoas pra consultar. - Thales fala levantando.

- Calma, cara. Eu quero que você me consulte. Rotina. Pra saber como está minha pele, sei lá.

Thales ri sem acreditar que aquilo estava acontecendo e apontou a cama alta para ele sentar. Marcelo obedeceu, sentou na cama e Thales se aproximou. Com uma pequena distância de seu rosto, Thales o consultou e voltou para a mesa.

- Você não tem nada, pode descer daí. - Marcelo desce e nota que ele está anotando algo no papel de receita. - Tome, isso é pra você.

- Pra mim? Achei que tinha nada? - Ele fala olhando o papel. - "Não me procure. Acabamos há 4 anos e você continua me ligando toda semana. Chega Marcelo. Estou em outra." Nossa, porque não falou? Precisava escrever?

- Eu sempre falo isso por telefone e nunca adiantou. Não banque o idiota. - Thales falou passando por ele em direção a porta, sem abri-lá. - Melhor você ir.

- Então você está em outra? - Marcelo ri. - Quem é agora? Há 2 anos você namorou por duas semanas um advogado rídiculo.

- Marcelo, por favor, saia da minha sala antes que eu chame a segurança. - Thales falou segurançando a maçaneta.

- Já estou de saída. - Ele se aproxima do ouvido de Thales. - Mas não ache que se livrou de mim, gato.

Marcelo sai da sala com a receita na mão e fecha a porta. Thales respira fundo várias vezes, bebendo grandes goles de água, antes de chamar o próximo paciente.

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