Capítulo 14

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"Paulo beijou Thales pela décima vez. Thales apenas sorria e o abraçava colando seus corpos e retribuindo os beijos.

- Eu te amo, eu te amo, eu te amo. - Paulo repetia distribuindo selinhos e beijos em seu pescoço. - Fica comigo.

- Eu já disse que não dá mais, amor. - Thales disse ficando sério. - Desculpa, amor. Amor. Não te amo, Paulo."

Paulo acordou assustado e sentou-se. Olhou para o lado e viu Fiorella abrindo os olhos devagar.

- Teve pesadelo? - Ela pergutou passando as mãos em suas costas.

- Thales não me ama, ele nunca me amou. - Ele disse a olhando. - Ele me enganou esse tempo todo.

- Claro que não, Paulo! - Ela disse sentando. - Ele te olha apaixonado, ele ainda ama você. Ninguém para de amar um pessoa do nada.

Paulo não fala nada e verifica o celular, mas não havia ligações. Colocou pra carregar e voltou a deitar. Fiorella deitou, ficou colada nas costas dele e passou uma perna por cima da dele.

- Vamos dormir.

Eles acabam adormecendo. De manhã, acordam com alguém abrindo a porta e veem Pato.

- Ué, Paulo? - Ele estranha. - Na cama com a Fiorella?

- Ele só veio pra cá porque precisava de um ombro amigo. - Fio levantou, deu um selinho nele e foi ao banheiro.

- Tá tudo bem, cara? - Ele sentou na cama. - Aconteceu alguma coisa?

- Thales e eu terminamos. - PG disse puxando o cobertor e cobrindo as pernas. - Tive pesadelo e tudo.

- Dormiu aqui com a Fiorella? - Fio saiu do banheiro e PG levantou.

- Aham, pode ficar tranquilo que não comi ela tá? Gosto de outra coisa.

Os dias passaram e o casal não se falou mais. Paulo tinha viajado por dois finais de semana e nem notícia de Thales, e aquilo estava fazendo ele errar textos e coreografias no 220 Volts.

- Onde vai ser gente? - Paulo perguntou a Marcus. - Se tem festa eu quero ir.

- Cadê o Paulo que não saia de casa? - Ele brincou. - Casa da Camila.

- Eu vou, hoje que horas?

- De noite, umas 10 horas.

Quando deu 22:40h naquela sexta, Paulo chegou na casa de Camila. Marcus já estava lá com Anderson, e o apartamento estava enchendo aos poucos. PG conhecia vários da época da Cal, então estava bem à vontade.

Foi a cozinha pegar bebida na geladeira e esbarrou em alguém atrás dele esperando ele vagar o local.

- Desculpa! - Falaram juntos, até se olharem e rirem. - Oi Paulo.

- Oi Thales. Não sabia que você ia vir. - Ele entregou a bebida a ele, pegou uma nova e fechou a geladeira.

- Porque? Se soubesse não ia vir? - Abriu a bebida.

- Não quero atrapalhar mais nossas vidas, e se afastar é o melhor, eu sofri demais com a separação. - Paulo deu um gole na sua bebida. - Chegou agora?

- Aham, acabei dormindo antes de vir. - Ele ri. - Vai ficar até amanhecer?

- Não, vou embora logo pois viajarei cedo pro 220 Volts. Com licença, eu vou pro Marquinhos.

Paulo disse já avançando e esbarrou na bebida de Thales, fazendo a garrafa derramar um pouco do líquido em sua camisa.

- Ai Thales!! Minha camisa nova! Merda!

- Vem cá, aqui tem guardanapo. - Thales entrou na dispensa junto com PG. - Desculpa, não vi que você ia se jogar contra mim antes de sair. - E riu.

- Eu não me joguei, eu esbarrei sem querer. - PG rolou os olhos. - Achou a porra desse guardanapo?

- Achei! - E riu. - Deixa eu fechar a porta porque aqui é muito apertado.

Ele acendeu a luz e fechou a porta. Começou a passar o guardanapo na sua camisa e, claro, em seu peitoral. Quando terminou, viu que ainda tinha ficado um pouco molhado.

- Quando lavar sai, não precisa chorar. - Thales riu. - Vem, vamos voltar pra sala.

Thales passou pro lado da porta e pisou no pé do ex namorado.

- Ai Thales! Você só sabe me machucar!

- Pára de reclamar de tudo, Paulo Gustavo.

- Eu tenho boca pra reclamar das merdas que você faz né? - Os dois se olharam.

- Não, você tem boca pra me beijar.

Thales pressionou PG contra a parede e o beijou. Estavam com saudade do corpo colado no outro e dos lábios juntos.

Quando separaram ofegantes, Thales recusou com a cabeça e se afastou.

- Droga! - Passou as mãos pelo rosto e cabelo. - Isso não vai se repetir.

- Você que me beijou. E porque a gente não volta? - PG disse o olhando esperançoso. - A gente se ama, pelo menos eu te amo.

- Eu te amo, mas... - Fez uma pausa. - Eu estou com o Marcelo.

Paulo não acreditou e saiu dali rapidamente. Viu Marcus na cozinha com Anderson e disse.

- Te encontro amanhã no aeroporto.

- Paulo, você tá nervoso, não vai dirigir assim! Eu te levo e pego um táxi de volta! - Marcus disse indo atrás dele, deixando Anderson e Thales se encarando. - Paulo, pelo menos me liga!

- Ligo sim, ligo sim.

Paulo saiu sem ao menos despedir de Camila. Pegou a avenida pra ir direto pro Leblon. Estava muito nervoso, Marcelo e Thales. Só podia ser brincadeira.

Mentira isso. Thales nunca o amou. Só acabou tudo pra voltar com o Marcelo!

Filho da puta. Estava o odiando. O álcool fervia em suas veias e a raiva também. Raiva de amar tanto o Thales, de ser trouxa por um homem.

Quando chegou na esquina de sua casa, tirou o cinto de segurança e ligou pra Marquinhos. Ainda olhando para o celular, não viu um carro vindo na contra-mão.

O carro acertou em cheio o carro de Paulo, fazendo capotar duas vezes e cair de cabeça pra baixo. O celular voou pra fora do carro com Marcus dizendo alô, o porteiro do prédio de Paulo saiu correndo pra ver quem era, e quando o viu atendeu o celular.

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