"Paulo beijou Thales pela décima vez. Thales apenas sorria e o abraçava colando seus corpos e retribuindo os beijos.
- Eu te amo, eu te amo, eu te amo. - Paulo repetia distribuindo selinhos e beijos em seu pescoço. - Fica comigo.
- Eu já disse que não dá mais, amor. - Thales disse ficando sério. - Desculpa, amor. Amor. Não te amo, Paulo."
Paulo acordou assustado e sentou-se. Olhou para o lado e viu Fiorella abrindo os olhos devagar.
- Teve pesadelo? - Ela pergutou passando as mãos em suas costas.
- Thales não me ama, ele nunca me amou. - Ele disse a olhando. - Ele me enganou esse tempo todo.
- Claro que não, Paulo! - Ela disse sentando. - Ele te olha apaixonado, ele ainda ama você. Ninguém para de amar um pessoa do nada.
Paulo não fala nada e verifica o celular, mas não havia ligações. Colocou pra carregar e voltou a deitar. Fiorella deitou, ficou colada nas costas dele e passou uma perna por cima da dele.
- Vamos dormir.
Eles acabam adormecendo. De manhã, acordam com alguém abrindo a porta e veem Pato.
- Ué, Paulo? - Ele estranha. - Na cama com a Fiorella?
- Ele só veio pra cá porque precisava de um ombro amigo. - Fio levantou, deu um selinho nele e foi ao banheiro.
- Tá tudo bem, cara? - Ele sentou na cama. - Aconteceu alguma coisa?
- Thales e eu terminamos. - PG disse puxando o cobertor e cobrindo as pernas. - Tive pesadelo e tudo.
- Dormiu aqui com a Fiorella? - Fio saiu do banheiro e PG levantou.
- Aham, pode ficar tranquilo que não comi ela tá? Gosto de outra coisa.
Os dias passaram e o casal não se falou mais. Paulo tinha viajado por dois finais de semana e nem notícia de Thales, e aquilo estava fazendo ele errar textos e coreografias no 220 Volts.
- Onde vai ser gente? - Paulo perguntou a Marcus. - Se tem festa eu quero ir.
- Cadê o Paulo que não saia de casa? - Ele brincou. - Casa da Camila.
- Eu vou, hoje que horas?
- De noite, umas 10 horas.
Quando deu 22:40h naquela sexta, Paulo chegou na casa de Camila. Marcus já estava lá com Anderson, e o apartamento estava enchendo aos poucos. PG conhecia vários da época da Cal, então estava bem à vontade.
Foi a cozinha pegar bebida na geladeira e esbarrou em alguém atrás dele esperando ele vagar o local.
- Desculpa! - Falaram juntos, até se olharem e rirem. - Oi Paulo.
- Oi Thales. Não sabia que você ia vir. - Ele entregou a bebida a ele, pegou uma nova e fechou a geladeira.
- Porque? Se soubesse não ia vir? - Abriu a bebida.
- Não quero atrapalhar mais nossas vidas, e se afastar é o melhor, eu sofri demais com a separação. - Paulo deu um gole na sua bebida. - Chegou agora?
- Aham, acabei dormindo antes de vir. - Ele ri. - Vai ficar até amanhecer?
- Não, vou embora logo pois viajarei cedo pro 220 Volts. Com licença, eu vou pro Marquinhos.
Paulo disse já avançando e esbarrou na bebida de Thales, fazendo a garrafa derramar um pouco do líquido em sua camisa.
- Ai Thales!! Minha camisa nova! Merda!
- Vem cá, aqui tem guardanapo. - Thales entrou na dispensa junto com PG. - Desculpa, não vi que você ia se jogar contra mim antes de sair. - E riu.
- Eu não me joguei, eu esbarrei sem querer. - PG rolou os olhos. - Achou a porra desse guardanapo?
- Achei! - E riu. - Deixa eu fechar a porta porque aqui é muito apertado.
Ele acendeu a luz e fechou a porta. Começou a passar o guardanapo na sua camisa e, claro, em seu peitoral. Quando terminou, viu que ainda tinha ficado um pouco molhado.
- Quando lavar sai, não precisa chorar. - Thales riu. - Vem, vamos voltar pra sala.
Thales passou pro lado da porta e pisou no pé do ex namorado.
- Ai Thales! Você só sabe me machucar!
- Pára de reclamar de tudo, Paulo Gustavo.
- Eu tenho boca pra reclamar das merdas que você faz né? - Os dois se olharam.
- Não, você tem boca pra me beijar.
Thales pressionou PG contra a parede e o beijou. Estavam com saudade do corpo colado no outro e dos lábios juntos.
Quando separaram ofegantes, Thales recusou com a cabeça e se afastou.
- Droga! - Passou as mãos pelo rosto e cabelo. - Isso não vai se repetir.
- Você que me beijou. E porque a gente não volta? - PG disse o olhando esperançoso. - A gente se ama, pelo menos eu te amo.
- Eu te amo, mas... - Fez uma pausa. - Eu estou com o Marcelo.
Paulo não acreditou e saiu dali rapidamente. Viu Marcus na cozinha com Anderson e disse.
- Te encontro amanhã no aeroporto.
- Paulo, você tá nervoso, não vai dirigir assim! Eu te levo e pego um táxi de volta! - Marcus disse indo atrás dele, deixando Anderson e Thales se encarando. - Paulo, pelo menos me liga!
- Ligo sim, ligo sim.
Paulo saiu sem ao menos despedir de Camila. Pegou a avenida pra ir direto pro Leblon. Estava muito nervoso, Marcelo e Thales. Só podia ser brincadeira.
Mentira isso. Thales nunca o amou. Só acabou tudo pra voltar com o Marcelo!
Filho da puta. Estava o odiando. O álcool fervia em suas veias e a raiva também. Raiva de amar tanto o Thales, de ser trouxa por um homem.
Quando chegou na esquina de sua casa, tirou o cinto de segurança e ligou pra Marquinhos. Ainda olhando para o celular, não viu um carro vindo na contra-mão.
O carro acertou em cheio o carro de Paulo, fazendo capotar duas vezes e cair de cabeça pra baixo. O celular voou pra fora do carro com Marcus dizendo alô, o porteiro do prédio de Paulo saiu correndo pra ver quem era, e quando o viu atendeu o celular.