- Só pode tá brincando com a minha cara, né? - Paulo disse o olhando. - Abre logo essa porta!
- Não vou abrir! Quase te perdi uma vez, não vou querer perder de vez. - Thales sentou no sofá e Paulo se aproximou.
- Você me perdeu depois dessa mentira, Thales! - Ele falou mais nervoso. - Você sabe a merda que você fez!
- Lava essa boca, tudo que fala tem que ter merda ou porra. - Ele riu e colocou a chave no bolso da bermuda.
- Vai ficar falando qualquer coisa? Abre logo essa porra! - Paulo continuava nervoso, falando cuspindo.
- Não vou abrir, pode me dar banho com esse cuspe que tô nem aí! - Thales falou e os dois se olharam. - Que foi?
- Se você não quer me dar a chave, eu pego. - Paulo falou e Thales riu.
PG tentou pegar a chave do bolso da lateral da bermuda de Thales, mas Thales era mais forte, conseguiu pegar a chave e colocar por dentro da bermuda.
- aaaOU! Tira daí!
- Já desistiu de pegar a chave? - Gargalhou. - Nossa...
Thales tirou a chave de dentro da bermuda (não estava na cueca) e quando Paulo viu, ele tentou pegar mas ele levantou a mão.
Paulo subiu no colo na Thales, colocando os joelhos separados, e as pernas de Thales entre as suas. Os dois se olharam, Thales rindo e Paulo tentando pegar a chave. Quando enfim conseguiu segurar a mão de Thales, abrir e pegar, a chave caiu no rosto do amado.
- Ai, meu olho! - Thales levou a mão pro rosto e massageou com o dedo o olho esquerdo. - Você me machucou, quase me cegou!
- Não quis me dar a chave, deu nisso. - Paulo disse sério e viu o olho de Thales ficando vermelho. - Colírio pelo amor de Deus!
- Não tenho colírio em casa. - Thales lembrou.
- Como assim você é médico e não tem colírio? - Paulo o encarou. Continuava no seu colo, olhando seu olho ficar mais vermelho. - Meu Deus, vou te cegar Thales!
- Eu tenho remédio pra pele em casa, eu sou dermatologista, não oftamologista. - Thales disse segurando a mão de PG antes que entrasse em contato com seu olho. - Se colocar a mão vai ficar mais vermelho né?
- A gente tenta ajudar e você não deixa, eu hein! - Paulo voltou a colocar as duas mãos no rosto de Thales. - Deixa eu ver isso direito garoto, e não me atrapalha.
Paulo notou que o olho esquerdo estava vermelho, mas não era nada sério. Beijou o olho e o olhou.
- Vai ficar bem, tenho certeza. - PG disse sorrindo. - Vem cá na cozinha, deve ter soro pelo menos.
Thales sentou na cadeira em frente a geladeira enquanto PG pegava o soro quase vencido, molhava no algodão, tirava um pouco do excesso e passava em cima do olho do ex. Thales estava adorando, pois além dele ter ficado calmo, tinha esquecido o início da pequena discussão.
- Pronto, agora vamos ver se fica bom né? - Paulo jogou o algodão no lixo e colocou o soro de volta na geladeira. - Vê se compra um soro novo e colírio né?
- Arranjei um médico pra cuidar de outro médico. - ele riu. - Eu sei me cuidar né? Claro que vou comprar.
- Aham. Vai sim. - Paulo lavou as mãos e apagou a luz da cozinha. - Agora vai deitar pra ver se melhora que eu vou pra casa.
- E quando você me liga? - Thales disse indo até a porta. - Ou eu ligo?
- Você machucou o olho e esqueceu tudo? - PG disse o olhando.
- Ah, cala a boca Paulo. - PG arqueou as sobrancelhas sem entender. - Me diz logo quando vou te ligar ou eu te agarro aqui mesmo.
- Iiiih, agora tem atitudezinha pra me agarrar? Antes quem te agarrava era e... - Thales prendeu Paulo contra a porta e a trancou. - Eita, treinou com quem?
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