"Então, vai ser duas sessões mesmo? Não vai ter extra?"
Thales sentiu um alívio no peito e respondeu: "É o Thales, estou com o celular do Paulo, trocamos sem querer. E não vai ter sessão, ele me falou hoje."
Dudu respondeu com um "😉" e Thales bloqueou o celular. A vendedora voltou com uma caixinha preta e entregou a ele.
- Hum, obrigado. - Thales olhou as alianças e tinham ficado melhor do que tinha pensado. - Eu já paguei lá, mas você pode me dizer se aqui tem floricultura? Que vende buquê, essas coisas?
- No segundo andar perto do cinema. - A moça disse apontando um elevador. - A única do shopping.
- Certo. Obrigado, de novo.
Thales colocou a caixinha no bolso da frente de sua calça e foi até a floricultura com um sorriso no rosto tentando imaginar a cara de Paulo quando receber a aliança. Pediu um buquê para Paulo, e pediu pra ser entregue naquele momento, mesmo pagando mais caro pela entrega da hora.
Comprou uma latinha de chá enquanto dava um tempo para o buquê chegar no teatro. Meia hora depois pegou um táxi e pediu para ele seguir ao teatro.
- Oi. - Thales disse entrando no camarim. - Opa, oi Carol.
- Oi Thales. - Carol disse massageando as costas de Paulo enquanto ele mexia no celular. - Pra você ver, falta uma hora e meia pra peça e seu namorado está mexendo no celular!
- Eu sei porque ele tá mexendo. - Thales puxou o celular e entregou o dele. - A gente trocou de celular sem querer.
- Isso aí. - PG sorriu. - Cadê as coisas das meninas?
- Quais coisas?
- Você num foi comprar presente pra Juliana e Tamara? - Paulo levantou e o encarou. Carol se afastou um pouco, mas ficou observando. - Porque você ficou uma hora naquele shopping?
- Porque eu... - Thales foi interrompido.
- Olha só o que chegou! - Marcus entrou com um buquê de rosas vermelhas. - Pra você Paulo.
- De quem? De fã? - PG sorriu e pegou o cartão enquanto Marcus colocava em cima da bancada de maquiagem. - Do Thales?
Marcus sabia o que era e se juntou a Carol no canto da sala, observando a cena. Paulo abriu o cartão e leu em voz alta.
"Para o melhor marido do mundo. Te amo. Thales"
- Obrigado, meu amor! - Paulo ia abraçá-lo mais Thales colocou a mão na calça. - Que foi?
- Paulo, eu não sei mais viver sem você. Eu quero a mesma coisa que você. Quero me casar, ter uma família, quero ter filhos, levar café na cama, ser romântico e às vezes brigar por causa de ciúme. - Thales sorriu, abriu a caixinha e lhe mostrou as duas alianças. - Espero que você esteja preparado para tudo que iremos passar. Estamos juntos há quase seis meses e mesmo se os outros acharem que está tudo indo rápido, deixa achar, eu só quero ter você. - E continuou depois de passar a língua entre os lábios. - Quero ficar numa fila esperando adoção de um filho com você, quero combater preconceito gay com você, quero casar, quero planejar viagens, festa e nossa casa com você.
Marcus abraçava Carol pelos ombros enquanto ela chorava, e Paulo estava com duas lágrimas escorrendo por cada lado do rosto.
- Paulo Gustavo, você aceita se casar comigo? - Thales mostrou as alianças e sorriu.