Capítulo 20

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- Agora só falta Salvador! - Paulo disse terminando a sessão do domingo. - Tivemos que adiar com eles, então vamos ter que arrasar lá hein?

- Claro! - Marcus disse sentado no sofá observando PG tirar a maquiagem. - Ah, seu celular tocou mil vezes enquanto você tava no palco, era "Amor".

- A gente vai jantar o que? - Paulo mudou de assunto rapidamente. - Tô com muita fome, podíamos comer no aeroporto mesmo antes do voo.

- A gente come no aeroporto mesmo. - Carol entrou batendo palmas pedindo pra eles sem adiantarem. - Galera, vamos que temos duas horas pra fazer check-in, comer e embarcar.

- Alá vai dormir o voo inteiro. - Paulo riu da cara de sono de Carol. - Bebeu de madugada, acordou oito da manhã de ressaca e não pode dormir.

- Eu não bebi, seus snaps foram ridículos, eu só estava rindo daquele jeito por causa da piada do Marquinhos. - Ela pegou sua bolsa no sofá e puxou Marcus. - Vamos logo!

Uma hora depois, chegaram ao aeroporto. Demoraram por causa dos fãs na porta para fotos e pelo trânsito.

- Fila do check-in! - Diogo gritou. - Depois a gente come.

- Você e Carol deveriam se casar, enchem o saco direto. - PG disse e todos riram. - Pena que ela é lésbica, né?

- Não pego ninguém por causa disso, Paulo. - Carol rolou os olhos.

- Você não pega ninguém porque só Diogo que te quer. - Dudu disse e Carol lhe deu língua.

Fizeram o check-in minutos depois e correram pra os restaurantes. Paulo comprou no Bobs junto com Dudu mexendo no celular sem parar.

- Vai chegar sua vez e você não vai nem ver. - Paulo disse olhando pra mão dele que digitava rapidamente no teclado. - Que coisa rápida, eu hein.

- Vai bem dizer que você não digita assim? - Dudu enviou a mensagem e o olhou. - Eu sei exatamente tudo sobre você, inclusive que digita bem mais rápido que isso.

- Cala a boca e faz o pedido logo. O que vai comer? - PG disse olhando os kits, e Dudu o olhou.

- O que eu queria comer não tá aí, - Paulo o olhou rapidamente. - vou pedir qualquer um mesmo.

- E o que você queria comer? - Eles andaram mais na fila.

- Aaah, aí não posso falar. - Dudu falou e riu, PG sorriu discretamente, mas ele viu. - Queria comer o Victor.

Paulo o olhou assim que ouviu "Victor". Não pode comentar nada pois a mulher chamava o próximo. Fizeram os pedidos e aguardaram, com Dudu mexendo no celular e abrindo sorrisos vez ou outra, e Paulo batendo os dedos no balcão pra não tomar o celular e ler o que tinha ali.

Pegaram suas bandejas e foram para as mesas. O resto da equipe chegava aos poucos com sushi, McDonalds, pizza ou sanduíche.

- Marcus, deixa eu provar tua salada light. - Paulo pediu colocando o garfo em um pedacinho da pizza. - Eita, essa dieta vai super funcionar!

- Não sou eu que uso roupas de mulher pra ganhar dinheiro, eu gordo ou magro vou continuar fazendo a peça com as mesmas roupas. - Paulo disse pegando uma batata de PG, e todos riram.

- aaOU! - O celular de Paulo tocou e o "Amor" estava na tela. Deixou tocar e voltou a conversar com os amigos. - Então, próximo final de semana Salvadoooor!

- E o camarão? - Carol disse. - Aquelas acarajés com camarão... Saudade Bahia!

- Alá a gorda, tá comendo e já tá pensando na comida do próximo final de semana. - Paulo falou.

- Não podemos esquecer das bebidas hein? - Cauan disse rindo.

Entraram no voo e Marcus, que iria com PG sempre, trocou de lugar com Dudu pra ir falando sobre algo com Leandro.

Dudu e Paulo sentaram ao lado do outro sem falar nada. Dudu continuava mexendo no Whatsapp e sorrindo, enquanto Paulo observava a mensagem de Thales.

"Tá acordado?" - PG mandou.
"Tô sim! Até que fim! Me explica o papel, esse sumiço. Vou te ligar." - Thales respondeu.
"Não! Eu tô dentro do avião, chego aí no RJ cedinho."
"Então me liga quando chegar, não importa a hora. Vamos conversar direito."
"Certo, te ligo quando chegar em casa. Preciso desligar o celular."

PG desligou e colocou o cinto. Dudu fez o mesmo, mas com um sorriso no rosto. Quando decolaram, Dudu pegou um casaco na mochila que estava entre as pernas e vestiu.

- Quando vou conhecer seu namorado? - Paulo perguntou logo de uma vez. - Tá fazendo muito mistério hein?

- Ele é tímido, mas algum dia eu apresento ele aos dançarinos e de repente pra você também. - As luzes se apagaram e eles começaram a cochichar. - Vou dormir.

- Será que ele existe mesmo? - Paulo disse rindo. - Vai ver você tá só inventando isso.

- Claro que não. Paulo, eu não quero sair apresentando um namorado pra qualquer pessoa. - Dudu disse o olhando.

- Então agora eu sou qualquer pessoa? - Eles se encararam. - Anos atrás eu era A pessoa.

- Não foi isso que eu quis dizer. - Ele respirou fundo. - Olha, eu tenho namorado sim, e eu apresento ele quando eu quiser certo?

- Tá né. - Paulo riu.

- Você acha que só você pode arranjar um namorado? - Dudu o encarou. - Você até consegue, mas ele é um mentiroso que fez merda e você pagou as consequências.

- Não fale assim do Thales.

- Se não o que?

Os olhares dos dois se encontraram ali, na meia luz do avião. O frio do ar condicionado misturado com o clima que ficou entre os dois foi apenas um pretexto para o beijo.

Sim, o beijo.

Quando os olhares se encontraram, Paulo o beijou. Dudu retribuiu imediatamente. Mesmo que fosse naquele avião com poucos passageiros, eles não estavam nem aí para o que iam pensar.

Quando as luzes acenderam para as aeromoças passarem com o carrinho de lanche, os dois se separaram com os lábios vermelhos. Paulo colocou a mão no lábio e fechou os olhos, irritado por ter o beijado. Dudu riu e olhou para a janela do avião, observando a escuridão da noite.

Quando o carrinho chegou na fileira 2, que era Marcus e Leandro, Paulo levantou e foi até o banheiro. Lavou o rosto e as mãos.

- Merda. Desculpa, Thales. - Fechou os olhos e repetiu. - Desculpa, meu amor. Eu tô chegando.

Quando voltou, Dudu estava comendo e como ele não tinha pegado lanche por já ter jantado no aeroporto, acabou dormindo por causa do Rivotril.

Quando chegaram às 6h da manhã, Paulo pegou suas coisas e foi pro apartamento de Niterói. Deixou as roupas sujas, ficou com sua mãe até 8 horas e voltou pra capital carioca, direto pro apartamento do Leblon.

"Estou no apartamento do Leblon, vem aqui pra conversarmos. Porteiro já tá avisado da sua chegada."

Thales respondeu rapidamente com "Ok". Quarenta minutos depois, Thales chegou e abriu a porta, já que estava encostada. Paulo estava assistindo algum desenho animado que passava na TV.

- Oi! - Thales disse sorrindo. - Como foi a viagem?

- Ótima. E seu final de semana? - Falou e se arrependeu quando Thales baixou a cabeça. - Desculpa.

Paulo levantou do sofá, se aproximou de Thales, colocou o dedo no seu queixo e levantou o rosto do amado. Thales abriu os olhos, mas tratou logo de fechar quando Paulo lhe surpreendeu com um beijo.

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