Capítulo 3 - Elevador
Segunda-feira de manhã. Estou no escritório às 7:30.
Normalmente as segundas são dias que estou muito ocupado.
Desde o atentado do World Trade Center as instalações de segurança da empresa tornaram-se uma prioridade. O controle de segurança do Crossfire tem todo os equipamentos e seu próprio controle CCTV. Câmeras estão em cada elevador, entrada de cada escritório e área de recepção principal. É uma preocupação contra o terrorismo.
A primeira meia hora passei examinado câmeras e ângulos de segurança e daí por diante. Estou tentando monitorar os passos de Ava o que é altamente ilegal. Pra mim, liberdade de movimento é uma balela. Mas espere, esse é o meu edifício, minhas câmeras de segurança. E vamos encarar, a única pessoa que me vê fazer isso é Juan. Meu chefe de segurança. Ele não dará a mínima, pago-lhe muito bem. Além disso, ele é muito leal a mim.
Inferno! Eu poderia pedir a ele para melhorar as imagens mas nesse momento estou muito feliz em fazer isso.
As 8:50 Eva desliza pelo lobby. Ela está estonteante! Me lembro quando a vi pela primeira vez em roupas de ginástica e sem maquiagem e agora, tão elegantemente vestida. Bem... eu respiro profundamente, e um desejo inexplicável entranha o meu peito.
Uma vez mais eu me questiono: O que há com essa mulher que me faz ir a extremos para ser capaz de vê-la novamente?
Estou totalmente confuso por esse desejo de caçá-la, por falta de palavra melhor; sigo o progresso de Eva pelo edifício até que ela desaparece na Waters, Fields and Leaman. Chamo Juan e peço para que ele monitore o computador de Eva. Por exemplo, quando ela liga e desliga seu computador. Além disso, quero que Eva seja seguida e que tudo seja reportado pra mim, com quem ela tem estado e com quem tem falado. E dou início às investigações sobre Eva e Cary. Pode parecer loucura, mas eu estou no meu limite.
Bom, informações nos negócios são "tudo". Preciso disso para tomar decisões. Não vejo diferença entre negócios e vida pessoal nesse sentido. Informação é vital.
Tomemos como exemplo, o apartamento de Eva pertence às Indústrias Cross, ironicamente ela vive em um prédio que é meu, sinceramente! Bom. A portaria irá monitorar seus movimentos para mim.
O relatório de Eva é frustrante, não há número de celular, isso pode ser explicado por Stanton ter comprado e gerenciado o celular com o objetivo de obter mais segurança. Sem seu número, não posso ter seu celular rastreado. Mas tenho o número fixo da casa dela e do escritório. Isso me alegra muito. Outra anomalia que identifiquei foi a ausência de sites sociais. Incomum para sua faixa de idade. Gostaria de saber se isso é influência de Staton.
Puxa se for assim, o cara leva a segurança ao máximo.
...
O dia passa rápido e tenho várias reuniões para participar, um almoço de negócios com algumas pessoas do Arizona, as Indústrias Cross estão investindo em um novo complexo de lazer/ entretenimento. É um investimento enorme e requer um planejamento rigoroso e supervisão. Meus interesses comerciais são variados. Parte da minha riqueza vem do lazer/entretenimento. Variando de hotéis, cassinos, clubes de lazer, música, bebidas etc. Se algo entretém, ou é lazer, estou dentro; o outro negócio é o mercado imobiliário.
Uma grande área de Manhattan me pertence; mais outras áreas em Las Vegas e em muitos outros lugares. Setenta e cinco por cento dos meus negócios são próprios os outros vinte e cinco por cento são participações em sociedades onde na maioria dos casos sou o sócio majoritário.
Eu gosto de controlar e não há nada errado com isso. É apenas parte de quem eu sou. É um trabalho que exige muito, mas se adapta perfeitamente ao o meu temperamento.
É final do dia de trabalho. Recebo o alerta de que o computador de Eva acaba de ser desligado. Pego o meu paletó e caminho até os elevadores. Insiro a chave mestra chamando todos os elevadores ao andar das Indústrias Cross. Entro em um elevador e insiro a chave no painel de controle para o 20° andar e a removo no 21° andar.
Recosto-me casualmente contra a parede espero as portas se abrirem. Lá está ela...Sua atenção focada no celular. Ela se move para frente, olhando pra cima encontra os meus olhos. Ela para e seus lábios se abrem para tomar um pouco de fôlego.
Eu não posso evitar, e exibo um sorriso. Acho divertido observá-la tentando recuperar o equilíbrio. Gosto de ver o efeito que tenho sobre ela. As portas começam a se fechar. Movo-me para frente e aperto o botão que mantém as portas abertas.
- Há muito espaço para nós dois aqui, Eva! Eu ronrono.
Ela olha, momentaneamente confusa, mais alguns segundos e ela entra no elevador.
No momento em que ela entrou no elevador me torno super consciente do mais puro magnetismo sexual que vibra entre nós. É uma forte corrente elétrica. Tão forte que sinto como se pudesse cortar através dela com uma faca.
Senhor! Tenha piedade! Eu não sabia se iria sobreviver à viagem no elevador. As portas se fecham e começa a sua descida. Os limites se estreitam com o fechamento das portas aumentando a corrente magnética ainda mais.
Eva fica encarando as portas do elevador, resoluta, trocando o peso dos pés.
- Aproveitou seu primeiro dia? Pergunto e a observo atentamente. Ela parece determinada a não me olhar.
- Na verdade, sim. Ela responde. - Como foi o seu?
- Bem, não foi o meu primeiro dia, mas foi muito proveitoso. Eu curto a onda de eletricidade que atravessa nossos corpos e seu desconforto é evidente.
O elevador para e pega mais alguns passageiros. Eva se afasta para dar mais espaço, deliberadamente recuando para o canto oposto de onde estou. Não entendo essa atitude. Então ela se move e eu também me movo. Coloco-me a uma pequena distância, ajusto minha gravata para encostar meu braço nela de propósito. Ela se enrijece e por um momento fecha os olhos. Estou provocando-a e amando cada minuto disso. As portas se abrem e ela caminha adiante, coloco minha mão na base de suas costas guiando-a firmemente para frente.
Meu destino é o Bentley, tenho intenção de dar carona para ela até sua casa. A suavidade e o calor do seu corpo ondulam através da minha mão. Em um movimento; minhas mãos caem, ela se vira olha pra cima eu a encaro percebendo um pequeno lampejo de tremor e pânico ou foi de perda em seu olhar.
- Eva! Uma voz masculina a chama.
Merda! Cary Taylor! Eu não tinha contado com sua interferência e sinto uma onda de raiva possessiva através de mim. Coloco minha máscara impassível; ele me encara olhando direto pra mim meio que ligado.
Não, obrigado Taylor, não é a minha praia. Internamente eu fico emburrado e caminho diretamente para o Bentley.
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Reflexões de Gideon -Crossfire - Completo
FanfictionPOV sobre Gideon Cross o escrito por Sandra Jane; personagem da Série Crossfire escrita por Sylvia Day. Mostra as reflexões do ponto de vista do personagem masculino da história do primeiro livro .