Capítulo 38 - Fuga

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Capítulo 38 - Fuga


Nós voltamos para o baile justamente quando os outros convidados estão se dirigindo para o salão onde será servido o jantar. Espero do lado de fora do toalete por Eva que foi reaplicar sua maquilagem e arrumar os cabelos. Quando ela retorna, está linda como sempre. Ela está mais calma e não se afogando em um ataque de ansiedade.

_ Fique ao meu lado. Eu profiro.

Pego sua mão e nos encaminhamos para a nossa mesa. Por uma ironia perversa do destino, Corinne de alguma maneira, deu um jeito de sentar-se ao meu lado. Eu pondero com quem ela teria orquestrado e manipulado para sentar-se aqui. Ela nem sequer fazia parte da lista! Eu engulo de volta minha irritação. É uma manobra deliberada da parte dela e eu não gostei nem um pouco.

Eva está muito quieta. Para manter sua confiança eu me recuso a deixar sua mão, mantendo-a em um firme aperto durante todo o jantar. Nós dois escolhemos comer usando apenas uma das mãos a quebrar a conexão entre nós. Corinne me lança um olhar curioso.

_ Eu me lembro de você usar a mão direita!

_ Eu ainda uso. Ergo as mãos atadas que estavam debaixo da mesa e beijo as pontas dos dedos de Eva.

Corinne levanta uma das suas lindas e delineadas sobrancelhas. Imediatamente pega seu garfo e faca e retorna a comida em seu prato. A despeito do meu show de comprometimento para com Eva, Corinne continua falando. Eu percebo rapidamente o seu jogo. Independente dos seus doces sorrisos e seu tom meloso ela parece ter a firme intenção de sobrecarregar Eva. Ela deve ter se certificado com Maggie, de que Eva é nova na cidade então, ela fica sugerindo lugares onde eu pudesse levá-la, empenhando-se em me levar em uma viagem pela estrada das minhas memórias.

_ Você se lembra de quando estivemos lá, Gideon? Ela cantarola.

Eu tento controlar a conversa, conduzindo-a para longe de assuntos contenciosos. Mantenho minha voz baixa para evitar que Eva ouça. Eu suponho que poderia dar um gelo nela com algumas palavras sucintas; apesar de que sinto pena dela e é difícil fazer isso. Eu penso que aqui não é o lugar apropriado para reprovar suas patéticas tentativas de descarrilar meu relacionamento com Eva.

Eu tenho que admitir que estou um pouco surpreso. Corinne sempre foi uma pessoa doce, nunca falou mal de ninguém. Ver esse outro lado de sua natureza é uma revelação. Interiormente me encolho a cada vez que ela abre a boca, cauteloso com o que ela possa revelar. Então me mantenho focado em impedir que ela envolva Eva em uma conversa. Por muito tempo fico temeroso que ela deliberadamente a perturbe. Percebo então o meu erro. Na minha fracassada tentativa de proteger Eva de descobrir sobre Corinne e eu, no salão do baile acabei inadvertidamente dando a ela, munição necessária para enlouquecer Eva. Eu disse a ela sobre as vulnerabilidades de Eva, e ela está usando esse conhecimento com uma precisão mortal.

Eva flexiona sua mão, tentado se soltar da minha. Eu aperto a minha pegada; eu não quero que ela saia do meu lado.

_ O que você está fazendo? Murmuro, virando-me para encará-la.

Meus olhos se levantam para ver um homem que eu conheço e detesto, descansando a mão no encosto da cadeira dela.

Luccas...Cada músculo meu fica tenso. Raiva... Uma brasa quente de ódio me consume.

_ Ela vai aliviar o tédio de ser ignorada por você, Cross. Gastando seu tempo com alguém que ficará muito feliz em dedicar atenção a tão linda mulher.

Fúria pulsa através do meu corpo. Eu odeio esse homem com desejo de vingança e os sentimentos dele por mim são recíprocos. Estou numa encruzilhada, cada músculo retesado como um cabo de aço. Se ele encostar um dedo em Eva ou vou esmagá-lo. Ele propositadamente está me provocando numa tentativa mesquinha de se vingar de mim. No entanto, isto parece estar funcionando a favor dele. Deliberadamente, ele se sentou próximo a Eva para me provocar... Dar o troco; se vingar.

Reflexões de Gideon -Crossfire - CompletoOnde histórias criam vida. Descubra agora