Capítulo 5

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Dedico esse capítulo a minha leitora Joyce, para que nunca desista nas suas dificuldades, há males que vem para o bem.

Todas as paixões nos levam a cometer erros,
mas o amor faz-nos cometer os mais ridículos.
François La Rochefoucauld

— Você por acaso é louca garota?
Parei de dançar imediatamente e de repente me senti evergonhada, me virei e olhei para o homem da voz, mas eu senti meu corpo todo paralisar e minha respiração faltar, encarei aqueles olhos cor de mel que me avaliavam como se enxergassem minha alma, já vi esses olhos, já vi antes, mas onde? Seus cabelos eram grandes não muito, claro eram masculinos mas ainda assim batiam até um pouco abaixo da orelha, totalmente lisos mas bagunçados como se ele os tivesse jogado e caíram em ondas, tinha uma sobrancelha arqueada que o dava um ar de bad boy, e várias tatuagens por seus braços, ele era alto, realmente alto, não que eu pudesse falar muito eu só tinha meus 1,67 de altura mas ele tinha quase o dobro de meu tamanho, seus cabelos não estavam molhados o que era estranho já que chovia mas percebi que ele estava embaixo de um local onde não chovia.

— Uma hora depois de me comer com os olhos ela volta vida real.
Levou um segundo para que meu cérebro processasse suas palavras e dois segundos para processar seu sorriso sacana de lado, revirei os olhos.

- Um segundo depois para ele não caber mais na terra pois seu ego atingiu o espaço!
Ele me olhou parecendo surpreso mas deu um breve sorriso do meu comentário, eu me virei de costas para ele.

— Não vai correr até mim pedindo autógrafos?
Do que esse idiota ta falando tentei procurar a ironia na frase mas não achei, franzi meu senho.
— O quê?
Me virei para ele que me observava atentamente.

— Sabe quem eu sou?
Eu tinha impressão de o ter visto em algum lugar, mas autógrafos? Será que ele era famoso? E se ele tivesse simplesmente zuando com a minha cara? Balancei a cabeça em negativa era o que provavelmente ele estava fazendo.

— Não me interessa saber.
Conclui e comecei a andar para longe dele.

— Afinal o que faz aqui fora nesse frio pirralha?
Perai ele me chamou de que? Me virei novamente para ele.

— Do que me chamou?
Ele me observou dos pés a cabeça.

— Pirralha? Se você preferir pode ser de tábua de tão reta que é! — ele exclamou com um ar irônico, e eu fiquei extremamente irritada com suas palavras.

— Escuta aqui seu.. Seu...
Ele me interrompeu.

— O que foi perdeu as palavras pirralha?
Ele estava rindo da minha cara?

— Vai pro inferno.
Me virei e comecei a andar.

— Vai mesmo ficar andando apenas de colan e descalça no inverno de Londres?
A voz dele parecia a cada minuto mais longe, "idiota" eu ia atravessar a rua quando o escutei novamente porém mais perto.

— Isso mostra que realmente tem uma mente infantil, vai acabar pegando um resfriado na melhor das hipóteses.
Parei no meio do caminho e me virei para ele, seus cabelos molhando sua camisa, e respingando, eram sexys, mas ainda assim ele era um babaca.

— Ah é? E o que isso tem haver com você? Me deixa pegar um resfriado em paz!— exclamei, ele balançou a cabeça negativamente.

— Realmente, vá lá pegar seu resfriado.
Bufei e no segundo que me virei para terminar de atravessar a rua, senti uma luz muito forte me iluminar, o barulho de um carro freando, um grito e no segundo seguinte algo puxar minha mão tão fortemente que eu praticamente voei pra calçada, fazendo com que meu corpo chocasse contra o chão, e uma dor atingiu em cheio minhas costas.

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