Capítulo 12

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Para quê preocuparmo-nos com a morte? A vida tem tantos problemas que temos de resolver primeiro.
— Confúcio

Desde a frase do médico eu nem tive tempo para ficar assustada ou supor coisas, ou doenças sem cura, câncer ou seja lá tudo o que passou na minha cabeça naquele momento, não tive tempo, porque a minha melhor amiga e a minha mãe estavam fazendo isso por mim, eu nunca vi duas pessoas tão desesperadas e positivas ao mesmo tempo, quando elas diziam doenças ou supunham que eu havia algo grave, elas sorriam para mim e diziam que eu era nova e que com certeza o médico se enganou, eu não estava mais suportando aquela tensão, sem falar que a comida do hospital me deixava enjoada, que eu estava com sono e que as olheiras da minha mãe e de Ash estavam gigantes, o Dr. havia me levado para uma série de exames e tudo sairia em 3 horas.

— Gente o resultado só vai sair daqui 3 horas, porque vocês não vão dormir?— perguntei e as duas me olharam como se eu fosse um animal de outro planeta.

— Minha filha, você por acaso ouviu o que o médico disse a poucas horas?— minha mãe questionou irritada.

— Sim eu ouvi, mas independente da presença de vocês aqui eu vou continuar tendo o mesmo diagnóstico sem falar que suas suposições só estão me deixando mais tensa, então se não saírem daqui por conta própria pedirei o médico para mandar vocês se retirarem.

— Mia você não pode fazer isso, estamos preocupadas.— Minha amiga exclamou tão irritada como minha mãe.

— Gente só por três horas daqui a pouco vocês voltam por favor estou implorando.

Pisquei meus olhos e Ash se mexeu desconfortável.

— Tudo bem, mas só três horas, vamos Nat?

Eu sempre me surpreendi com a amizade que minha mãe tinha com Ash, mas gosto que as duas se tratem também como amigas, minha mãe hesitou mas acabou assentindo.

— Filha por favor, qualquer coisa prometa que irá me ligar!

Ela parecia desesperada, eu assenti e ela beijou minha testa saindo logo em seguida, fazendo com que eu respirasse aliviada, não me leve a mal eu as amo, mas no momento eu necessitava ficar sozinha e ter pensamentos só meus, era estranho mas ultimamente nem no silêncio e sozinha eu conseguia manter minha mente silenciosa e leve.

Fui acordada com batidinhas na porta, abri meus olhos e me sentia mais leve e até mesmo melhor, a porta foi aberta e meu médico entrou, sua cara não era nada boa e temi pro mim mesma, olhei ao meu redor e para minha satisfação minha mãe e Ash não estavam, se a notícia fosse ruim queria poupa-las disso.

— Srta Turner, como se sente?— ele perguntou.

— Melhor.

Eu sorri e ele franziu o senho.

— Tem certeza?

Foi minha vez de estranhar que tipo de pergunta era essa?

— Claro que sim não deveria?

Ele voltou a ficar sério.

— Srta Turner é quase um milagre que ainda esteja respirando.

Meus corpo inteiro paralisou, o...que ele acabou de me dizer? Eu abri minha boca em O, mas não soube lhe responder exatamente nada, eu conseguia ouvir as batidas de meu coração acelerarem a medida que compreendia suas palavras.

— Como...como é?— gaguejei.

— Eu nunca havia presenciado algo parecido, não em uma garota tão jovem e cheia de saúde como você, deveria ter sido manifestado a muito tempo, você está na última etapa, o que você tem pode ser caracterizado como um tumor no cérebro, um aneurisma, mas está tudo tomado, é quase impossível que você consiga formar uma frase coerente, que consiga pensar, sentir cheiros e enxergar, inclusive lembrar de coisas, sua área da memória está totalmente bloqueada pelo tumor e ele está infestando a sua veia aorta, bloqueando bombeamento de sangue para seu coração.

Enviada de Deus ( Concluído) Onde histórias criam vida. Descubra agora