Enviada de Deus ( Concluído)

Capítulo 14

Novamente Larissa_1910  com a mídia do capítulo...acho que vou te contratar em? Bom eu te dedico esse capítulo em homenagem e recordações ao seu marido, Matt😍, hoje faz exatamente um ano que terminei O RECOMEÇO LIVRO 1!!!!

A distância faz ao amor aquilo que o vento faz ao fogo: apaga o pequeno, inflama o grande.— Roger Bussy-Rabutin

— Meu Deus...

Não, era impossível, isso não poderia estar acontecendo...ele...ele era o Laus? Nick Carter era meu melhor amigo de infância, o cara que eu sempre achei um Babaca soberbo é o mesmo garoto que eu me apaixonei na infância? Mas eu teria percebido eu não....covinhas....aqueles olhos castanhos...como eu nunca...? Me levantei no mesmo segundo.

— Mia...

Nick....ou melhor Laus? Eu nem sabia como chamá-lo.

— Não!— levantei minhas mãos em sua direção quando ele tentou se aproximar, eu mal podia acreditar que isso estava acontecendo, ele me enganou, o tempo todo soube quem eu era e...meu Deus dele tentou me beijar no teatro Shakspeare, como ele pôde mentir para mim?

— Mia? O que foi?— como ele ainda me pergunta o que foi? Tentei falar mas nada saia da minha boca, eu estava sem reação...

— Mia eu...

Ele tentou se aproximar e eu novamente me esquivei.

— Não toque em mim!

Minha voz saiu áspera.

— Mia por favor, não faz isso, eu estou aqui...

— CALA A BOCA— gritei sem importar com quem estivesse ali, naquele momento toda a mágoa, raiva, abandono, tudo me atingiu em cheio, tudo aquilo que guardei por anos.

— ESTÁ AQUI?— gritei fora de mim.

— DO QUE ADIANTA ESTAR AQUI AGORA? DO QUE ADIANTA TUDO ISSO?

Já não conseguia evitar as lágrimas, por um momento que me distrai senti braços me envolverem e o cheiro de Nick me invadir.

— Ah Mia...

— NÃO,não, não, não, você não pode fazer isso!!

Eu já não tinha mais forças.

— Ah Pirralha eu posso fazer tudo o que quiser.

Naquele momento eu entendi, não importa quem Nick havia sido no passado, ele tinha deixado tudo isso para trás, aquele não era o Laus, aquele era o idiota arrogante e soberbo Nick e com essa compreensão eu o empurrei com toda a minha força e comecei a desferir tapas nele, a cena era ridícula, até porque ele não parecia sentir nada, Nick me imobilizou apenas com uma mão fechando meus dois pulsos e me prensando sobre a parede, eu estava ofegante, nossas respirações misturavam-se.

— Olha para mim Mia— senti sua voz mais perto, um arrepio percorreu todo meu corpo, eu o olhei, era magnético, nem tive tempo de pensar, era como se meu corpo obedecesse ao dele e no momento em que fitei profundamente seus olhos castanhos, no fundo mas, bem lá no fundo, em um lugar onde praticamente ninguém enxergava eu vi, vi o Laus, o garoto ao qual um dia eu amei, o Laus amoroso, carinhoso e atencioso, eu vi o meu Laus e eu não sei bem como ocorreu a seguir, só sei que só sai desse transe quando senti seu nariz se esbarrar com o meu, seus lábios tocarem os meus velozmente e eu com rapidez virei meu rosto, eu senti sua respiração mais forte perto de minha orelha e ele franziu os lábios, como quando Laus fazia quando estava frustado...não...eu não posso pensar assim, ele é o Nick, suas mãos já não prendiam as minhas e eu o empurrei.

— VOCÊ-NAO-É-O-DONO-DO-MUNDO!— falei pausadamente para que ele entendesse, ele em nenhum minuto deixou de me fitar, mas no segundo seguinte ele riu, gargalhou e deu aquele mesmo sorriso do Nick, aquele ao qual ele faz quando entra no modo cretino.

— Se você soubesse como essa frase é irônica agora!

Ele me olhou profundamente, os olhos dele tinham algo especial, eram muito parecidos com o do Laus mas tinha algo diferente, um brilho estranho, ele deu um passo em minha direção me fazendo colar novamente na parede.

— Não sou dono do mundo mas sou filho do dono Mia!— ele falou lentamente e eu já não aguentava suas ironias.

— Isso não quer dizer que pode fazer tudo o que quiser, você não pode sair por aí roubando carros, fazendo identidades falsas, fingindo ser alguém que não é, tentando mandar em todo mundo, eu não sou seu fantoche, você não pode brincar com as pessoas quando quiser, as coisas não funcionam assim, você acha que depois de anos eu descobriria quem você é, e simplesmente tudo voltaria ao normal? Eu não sou mais aquela garota indefesa que precisava de você, sabe Laus ao menos algo eu aprendi com você, eu sou uma pessoa determinada, ninguém faz escolhas por mim, eu sou livre e não vou deixar que ninguém diga o ao contrário!— exclamei.

— Eu sei que você não é a mesma, está incrivelmente mais bonita!— exclamou, eu estava a ponto de explodir.

— Mas há algo em você que não mudou, sabe o que Mia?

Ele nem esperou que eu dissesse algo.

— Quando chego perto de você, seu corpo arrepia, você tem um tique irritante de ficar mexendo os dedos da mão e sua respiração acelera, isso não mudou Mia, você continua completamente apaixonada por mim e isso não vai mudar nunca!— sua voz estava mais rouca agora, e eu odiava o fato de meu coração acelerar ao ouvir sua voz, NÃO, ele está errado! Fitei o fundo de seus olhos e levei minha boca novamente para perto da dele, falei tão baixo que ele não conseguiria ouvir se não estivesse tão perto.

— Eu não sou mais aquela garotinha inocente apaixonada pelo melhor amigo, eu cresci Nick e acredite....eu não caio mais nos seus joguinhos!
O empurrei e me desvencilhei dele.

— MIA!

Não dei nem ao trabalho de virar-me.

— Eu não queria que isso acontecesse assim, eu...eu me, me precipitei em te contar...só queria que pudéssemos ser como antes...

Não acredito sequer que eu ouvi tais palavras, me controlei para não virar e ir quebrar a cara dele.

— Mia, me escute....você...

E então ele disse:

— Você não está morrendo!
Me fez paralisar, olhei ao redor e para minha alegria e estranheza, não havia quase ninguém, onde estão todas as pessoas?

— Não acha estranho que você tenha um tumor pelo qual você devera estar morta, sendo que se sente perfeitamente bem?

Estava tão cansada disso.

— Pare!— pedi

— Ao menos uma vez na vida...Laus....Nick....seja lá quem você seja...pare de me magoar, pare de me dar falsas esperanças, pare de me confundir....pare de jogar comigo...se alguma vez aquele carinho que você demonstrava sentir por mim, se alguma vez aquilo foi verdadeiro,pare de fazer isso comigo, suma da minha vida, me esqueça...

Lágrimas já rolavam por minha face, eu abaixei o rosto, mas consegui ouvi-lo, antes de sair correndo pela colina..

— Eu não posso Mia...não posso!

Corri, corri, e corri, eu já não ouvia barulho algum e nem fazia ideia de onde estava, quando olhei ao redor e percebi que me encontrava basicamente no meio do nada comecei a me desesperar, procurei pelo meu celular e descobri que o deixara no carro, que por sinal é roubado, olhei ao redor e eu não vi nada nem ninguém, a medida que eu fui andando, minha cabeça começou a doer descontroladamente, coloquei a mão nela não suportando a dor e me lembrei das palavras do médico, eu estaria morrendo? Sozinha e no meio do nada? Desde então não sei muito bem como as coisas ocorreram apenas que por algum motivo desconhecido, eu olhei para o lado e havia uma placa que me parecia estranhamente familiar, minha cabeça parecia explodir, foi quando eu li "Ponte Ronald Ross"

— Ahhhh— gritei de dor e em seguida reconheci, aquela era a mesma ponte que eu havia visto aquela mulher cair!