I Miss You H.S.

50 - Convite Atrevido

Essas palavras não parecem ter um efeito muito bom sobre ele, porem ao invés de tentar voltar na minha fala, ou pedir desculpas por estar me intrometendo mais do que o necessário, continuo firme na posição. Levanto minha cabeça de seu colo e sem refletir muito nas minhas ações. sento-me em cima de suas pernas - um ato que tem se tornado muito frequente ultimamente.

- Por favor, Harry. Quero te ajudar. Não precisa me contar todos os detalhes, só... Só me diga algo que esclareça tudo isso que está acontecendo. Pode ser uma palavra, uma frase, um desabafo... Qualquer coisa. - Peço, traçando um dos pássaros visíveis que ele tem no peito, por cima de sua camiseta branca. Não sei o porquê, mas este gesto para acalma-lo o necessário para que sua respiração se normalize.

Espero pacientemente que algo saia de sua boca, porém o único som audível no momento é a voz de Louis. Ele deve estar no corredor, pois posso ouvi-lo claramente, parece estar falando ao telefone, pois toda vez que ele fala, não ouço nenhuma resposta.

Alguns minutos se passam e o som de batidas na porta no indica que há uma pessoa atrás dela. Nenhum de nós diz nada e por isso esse outro alguém toma a iniciativa de abri-la.

A cabeça de Louis surge quando ele o faz. Seu rosto está um pouco perturbado e zangado. Primeiro seu olhar é jogado sobre Harry, seus olhos azuis faiscam de raiva e isso faz parecer que em qualquer momento, um raio pode cair sobre Harry, apenas por conta da intensidade como Louis o encara. Chego até a fica assustada com este novo Louis, porém quando seu olhar é transferido para mim, uma simpatia misturada de pena toma conta de si.

Harry faz questão de não dizer nada. Ele apenas se mantém quieto e observando qualquer outra coisa que não seja seu melhor amigo.

Louis revira os olhos por conta dessa sua postura e também começa a ignora-lo.

- Charlie, Eleanor me ligou e disse que está preocupada, pois você não atende as ligações nem responde as mensagens dela. - Ele informa.

Bato na minha testa com a palma da mão. Com toda essa coisa, acabei esquecendo que existe uma pessoa na minha casa que passou o dia inteiro sozinha. Sei que Eleanor não se importa de ficar solitária por algumas horinhas, porém já esta quase anoitecendo e ainda não nos falamos hoje.

Quando tenho certeza de que Harry realmente não irá abrir sua boca, saio do seu colo e vou ir ter com Louis. Saio do quarto e fecho a porta atrás de mim.

Louis esfrega seu rosto com as mãos e da um longo suspiro de impaciência.

- O orgulho desse cara vai acabar com ele. - Diz. A frustração está estampada em seu rosto tanto quanto está na minha.

Infelizmente tenho de concordar com ele, mesmo contra minha vontade.

Harry tem tido um grande progresso em relação ao seu jeito difícil de lidar, porém acho que algumas coisas simplesmente jamais irão mudar.

Abano minha cabeça em uma tentativa de me livrar disso e volto ao assunto Eleanor. Louis parece ler meus pensamentos e esfrega mais uma vez seu rosto antes de dar continuidade a nossa conversa.

- Vou ir busca-la e depois nós vamos ir jantar em um restaurante lá no centro. - Ele me informa. - Achei que você também gostaria de ir. - Da enfase na palavra 'você' e concluo que Harry não será convidado.

- Tudo bem. - Concordo. Talvez a única coisa que Harry oprecise no momento, é de ficar sozinho e esfriar a cabeça. Como sempre. - Gemma também vai? - Pergunto, pois tenho quase certeza de que ela não vai querer ficar aqui com seu irmão problematico.

- Não sei, vou pergunta agora. - Aponta para sala, que é onde ela deve estar.

- Okay, e eu vou pegar minhas coisas. Te encontro daqui a pouco. - Rodo a maçaneta e ele assente.