I Miss You H.S.

14 - Doente Apaixonada

O brilho do sol invade meu quarto, fazendo-me acordar. Esqueci-me de fechar as janelas ontem, por isso nem precisei de um despertador. Além do mais, quase não consegui dormir essa noite, minha garganta começou a doer e minha cabeça parecia explodir.

Devo estar começando a ficar doente, afinal, quem não ficaria depois de ter passado frio ontem à noite?

Falando em ontem à noite, os últimos momentos que tive com Harry passaram como flashs pela minha cabeça. Depois de ter pedido para me beijar, ele não esperou nem um segundo para o fazer, mas o mais estranho é que logo após ele murmurou um pedido de desculpas e foi embora, me deixando sozinha novamente. E antes de me deitar, recebi uma mensagem sua dizendo que me veria hoje, entretanto, não a haverá um hoje pois estou indisposta para sequer pensar em me levantar da cama.

[...]

O filme que passa na TV é o mais chato do mundo, mas é a única opção que tenho para passar o tempo. Tentei tirar um cochilo, mas as constantes tosse me impediram de fazer isso. Já tomei quase um litro de chá quente, mas o único efeito que ele fez foi me fazer ir no banheiro umas dez vezes.

Pensei até em preparar uma sopa, mas Charlotte e cozinha não combinam.

Começo a mudar de canal apenas por distração, mas a campainha soa me impedindo de continuar. Minha aparência deve estar horrível, mas não quero saber, estou doente e não tenho a mínima disposição para me arrumar, quem quer que seja a pessoa, terá de se contentar comigo dessa maneira.

Abro a porta e vejo a pessoa que menos esperava ver. Esperava Sophia com pedidos de explicações, ou até mesmo Niall com pedidos de desculpas por ter se comportado como um idiota ontem, mas não era nem um dos dois.

A expressão de Harry não estava nada amigável, havia uma mistura de raiva e... Preocupação?

Antes que eu pudesse sequer cumprimentá-lo, sua voz rouca e grossa tomou partido.

- Por que você não foi para escola hoje?

Minha cabeça ainda doía e meu sarcasmo não estava muito bom.

- Oi pra você também. - Deixo ele sozinho na porta e volto para o sofá.

Não quero discutir com ninguém, muito menos com o teimoso do Harry. Volto a fazer o que estava fazendo antes e para em um canal onde está passando um desenho de animais falantes, chato. Em uma outra tentativa paro em um canal de reality shows, um homem está dentro de um tubo gigante enquanto as pessoas do lado de fora contam quantos segundos ele consegue ficar lá dentro, inútil para se fazer, mas interessante para se assistir.

Me enrolo nos cobertores novamente, deixando só minha cabeça exposta. Mesmo com o aquecedor ligado, parece que estou no Alasca.

Ouço Harry fechando a porta e se sentando ao meu lado.

- Charlotte... - Ele sussurra. - Desculpa, eu não queria ser grosso com você. - Sua voz está muito mais suave, o que me faz sorrir discretamente.

- Mas você foi. - Continuo com o olhar fixo na televisão. Mais um pedido de desculpas e você está perdoado, penso. Só mais um.

- Eu sei, eu estou controlando isso, mas você não apareceu na aula, eu te mandei várias mensagens e você não respondeu nenhuma delas. - Ele começa a falar em um ritmo muito mais rápido do que o normal. - E eu fiquei muito preocupado quando vi que minha parceira chata e irritante não estava sentada do meu lado.

Dessa vez não posso evitar e sorrio abertamente, acho que ambos somos bipolares, em uma hora estamos brigando e milésimos de segundos depois estamos fazendo piadas e sorrindo.

- Não precisa ficar preocupado, eu estou bem. - Desisto de tentar ignora-lo e me aproximo de seu corpo. Ele abre seus braços e me aninho no seu peito. - Eu estou bem, bem aqui com você.

Ele me aperta ainda mais quando digo essas palavras e fecho os olhos por isso.

- E me desculpa também, não vi suas mensagens, desculpa. - Peço, sei deixar de ser orgulhosa quando é preciso.

Sua mão acaricia meu braço por cima do tecido que os cobre e vai subindo até chegar à minha bochecha, suspiro ao sentir seu toque e sinto um arrepio invadir meu corpo.

- Você está com febre. - Ele me afasta para poder visualizar meu rosto. - Charlotte, você está doente? - Sua voz preocupada volta e ele toca minha testa medindo minha temperatura. Balanço minha cabeça dizendo que sim e volto a encostar minha cabeça nele. Harry é o remédio que eu estava precisando.

- Eu já estou melhor, não precisa se preocupar. - Tento descansa-lo, mas é em vão.

- Não, Charlotte você está ardendo em febre. - Me afasta novamente e começo a ficar irritada. Será que ele não entende que eu só preciso do seu toque para me sentir bem? - Precisamos ir ao médico. - Sinto seu corpo dar um impulso para se levantar, mas eu o impeço, puxando-o de volta para meu lado.

- Não, fica aqui comigo. - Abro o cobertor e cubro seu corpo também. - Eu só preciso descansar um pouco. - Digo entre as tosses que insistem em escapar pela minha garganta.

- Tudo bem, mas se sua febre não abaixar até a hora do almoço eu te levo pro hospital nem que seja amarrada. - Sua voz é autoritária, mas ainda assim consigo sentir seu sorriso.

- Ok. - É tudo que consigo dizer, mas volto a me lembrar de outra coisa. - Você não deveria estar na aula? - Ergo minha cabeça para poder olhar diretamente no seu rosto.

- Deveria, mas como você pode ver, eu não estou. Sai no terceiro horário.

- Você vai se dar mal por estar faltando nos seus primeiros dias de aula. - Aviso, pelas minhas contas é seu terceiro dia de aula e dois desses três dias, ele não estava presente. Me sinto culpada em parte, pois ele esta perdendo aula para estar comigo, mas ao mesmo tempo agradeço por ele se preocupar tanto com minha saúde a ponto de matar aula e arriscar suas notas..

- Posso correr esse risco para poder cuidar de você. - Beija minha testa delicadamente. - Agora descansa, porque eu odeio te ver assim. - Me puxa novamente e acaricia as pontas do meu cabelo.

[...]

Sinto ser levantada por dois braços forte. Agarro-me ao seu pescoço e inalo seu cheiro, uma mistura de sabonete com perfume, é viciante.

- Para onde nós vamos? - Pergunto.

- Para seu quarto, vou te por na cama. - Ele sobe as escadas lentamente, tomando cuidado para não me deixar ou cair, ou bater em alguma coisa.

Harry abre a porta com o pé e a fecha com o mesmo. Ele me pousa na cama devagar e volta à sua postura normal. Quero puxa-lo para ficar aqui comigo, mas não o posso fazer, já me aproveitei muito de sua boa vontade.

- Harry... - Digo com a voz fraca, devo estar ficando rouca e provavelmente ficarei sem voz.

- Sim?

Ignoro minha mente dizendo que não e sigo meu coração, que implora por sim.

- Deita aqui comigo.

Sou considerada uma pessoa sensata, mas essa parte de mim não funciona quando estou com ele. Ele me faz fraca porque está fazendo ser dependente do seu toque, dele. E ao mesmo tempo me faz forte, porque sinto que sou alguém quando estou ao seu lado.

Sempre quis evitar esse tipo de pensamento, mas não posso, não consigo. Só de olhar para ele, as borboletas no meu estômago começaram a dar sinais de vida, só de ouvir sua voz meu corpo se aquece. Só de tê-lo comigo, me sinto protegida.

Tentei evitar de todas as formas que isso acontecesse, mas não consegui.

Estou apaixonada por Harry Styles