- Pronta para o primeiro dia de aula? - Pergunto para Eleanor, como se ela nunca tivesse ido à escola antes.
Ela estudou em uma escola interna durante dois anos, deve ser estranho voltar à uma escola normal. Por sorte, ela não vai ser uma daquelas alunas novatas que não conhecem ninguém e tem de se preocupar em não ficar sozinha durante o intervalo. Ela já tem vários amigos e um namorado para compartilhar seu lanche.
- Claro, esperei o verão inteiro para isso. - Ela finge uma falsa empolgação e entra no carro, fechando a porta logo em seguida.
Meu pai sai de casa, vestindo um terno preto e muito elegante, segurando uma maleta marrom, que ele não troca por nada. Eu a comprei no seu aniversário, com o primeiro salário que recebi, ela está um pouco velha, mas ele diz que mesmo que ela esteja com buracos, ele a usará até que esteja caindo aos pedaços.
Entro também no carro, só que no lugar do passageiro e coloco o cinto, me acomodando no banco e encostando minha cabeça na janela. Já tinha me esquecido de como era acordar cedo e ir à escola logo de manhã.
- A animação de vocês duas é contagiante. - Meu pai diz assim que entra no carro e roda a chave na ignição, fazendo com que o motor dê sinais de vida.
- Não comecei, pai. Acordei às cinco e meia da manhã e não estou em clima de brincadeiras - Apesar do meu tom de voz seco, ele sabe que estou brincando.
- Tudo bem, senhorita mal-humorada, não está mais aqui quem falou. - Ele ergue uma das mãos em forma de rendimento, enquanto que a outra segura firmemente o volante. - E você, Eleanor, como está se sentindo? - Olha para ela através do retrovisor.
Eleanor está praticamente jogando no banco de trás, demonstrando que está pior que eu.
- Parece que alguém ficou acordada até tarde conversando com o namorado. - Meu pai provoca e Eleanor abre os olhos para revira-los e voltar a fecha-los.
- Vocês dois são insuportáveis. - Ela coloca os óculos de sol no rosto, talvez para disfarçar um cochilo de meia hora, que é o tempo que levaremos até chegarmos ao nosso destino.
- Sempre um amor de pessoa. - Meu pai zomba e eu o acompanho em uma risada.
[...]
Quando saio da secretária com meu horário e meus novos livros em mãos, fico um pouco atrapalhada com a alça da bolsa que insiste em ficar escorregando e com os livros empilhados fazendo peso em meus braços.
Apresso-me em andar o mais rápido que consigo até o meu novo armário que fica ao final do corredor, quando acabo tropeçando em algo que me faz derrubar tudo no chão. Abano minha cabeça negativamente por conta da minha falta de atenção e me agacho para recuperar e organizar meus itens.
Tento pegar meu livro de história, que caiu um pouco mais distante, mas um par de mãos faz isso por mim.
- Por que não estou surpreso que você ainda seja tão desengonçada? - Niall sorri para mim enquanto me ajuda com a pilha de livros e acomoda em seus braços pálidos.
- Certas coisas nunca mudam, Horan. - Brinco e fico na ponta dos pés para lhe dar um beijo na bochecha. - Bom dia.
- Bom dia. - Ele devolve e começamos a andar, dessa vez com um pouco mais de calma.
Niall vive dizendo que eu deveria parar de ser tão apressada pois isso só contribui para que eu seja uma pessoa ainda mais desastrada. Eu já até tentei seguir seu conselho e tomei um chá especial para isso, mas é claro que não funcionou.
Quando chegamos no meu armário, destranco o cadeado e começo a organizar os livros lá dentro de acordo com as matérias que vou ter durante o dia.
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I Miss You H.S.
FanficCharlotte Carter nunca quis ser a princesa da Inglaterra, ser a única sobrevivente de um apocalipse zumbi ou ganhar um Oscar por atuar em algum filme muito famoso. Na verdade, nem popular na escola ela queria ser. Sua única vontade era de ter al...