O vento embate contra meu rosto quando saio do avião. Respiro profundamente o ar frio e gélido de Londres e fecho meus olhos. Senti tanta saudades disso, do arrepio que percorre meu corpo por conta da rajada de ar que se choca contra minha pele. O sol está timido, escondido entre as nuvens, apesar de estarmos no início do verão.
Nesses dois anos que fiquei longe dos meus amigos, da minha família e desse lugar que costumava chamar de lar, pensei em desistir várias vezes. O vazia que se instalava no meu peito por permanecer tanto tempo sozinha, apesar de estar acompanhada por Zack, por um lado foi bom, pois descobri o que era ser independente de verdade, mas por outro foi ruim, pois tive de deixar muitas coisas de lado por uma coisa que eu não sabia se ia dar certo ou não... Mas deu. Conheci diversos países, diversas culturas e diversas histórias que dariam um bom livro. Visitei vários orfanatos, escolas e centro comunitários de países pobres e mesmo não falando a mesma língua que alguns deles, uma lágrima sempre escorria pela minha bochecha. A maneira como eles olhavam para mim, esperando que eu fosse a pontinha de esperança que eles tanto almejavam, me faziam refletir que nada é realmente impossível. Aquelas crianças de olhos brilhantes e com o rosto sorridente me fizeram aprender que não existe limite para nada, elas me ensinaram que podemos voar até onde quisermos e que quem impõem um limite sobre nós, somos apenas nós mesmo. Nada é tão impossível que não possa ser realizado.
Vi vários rostos diferentes, sempre procurei por algum em especifico, mas aqueles olhos verdes, aquelas covinhas profundas e aqueles maxilares marcados sempre foram caracteristicos de apenas uma pessoa, a dele.
Pensei em telefona-lo algumas vezes, mas eu queria que ele seguisse em frente. Não vou negar que eu quis que ele mantesse seu coração fechado, assim como eu fiz com o meu, mas também quis que ele pudesse encontrar alguém que estivesse ao lado dele sempre, não alguém como eu, que praticamente fugiu e o deixou para trás, apenas para seguir um sonho que tinha de tudo para ser um fracasso.
Desço as escadas do avião em passos rápidos e com o coração acelarado por saber que dentro de alguns minutos irei ver as pessoas que sempre estiveram ao meu lado.
Já com as malas em cima do carrinho, corro para sala de desembarque. Um sorriso se cresce em meu rosto, assim que vejo meu melhor amigo com os braços abertos em minha direção. Não penso duas vezes, antes de largar minha coisas no meio do caminho e sair correndo. Abraço-o fortemente pelo pescoço e sinto seus braços rodearem minha cintura.
- Niall! - Solto um grito alto e estridente, o suficiente para que metade do aeroporto ouça, enquanto Niall me ergue do chão e me roda no ar.
Assim que ambos ficamos tontos, ele me pousa no chão e me abraça corretamente, como uma pessoa normal faria.
- Senti sua falta, baixinha. - Ele diz, com seu sotaque irlandês, que parece estar um pouco mais forte.
Talvez seja a convivência com uma outra irlandesa.
- Onde está Behati? - Procuro por seu cabelo loiro, escondido por entre as outras pessoas que também estão se abraçando, mas não consigo achá-la.
- Ela não pôde vir. Está estudante feito uma louca para as provas da universidade. - Responde e eu me lembro de que, apesar de eu ter ido explorar o mundo, algumas pessoas responsáveis ficaram por aqui e foram para a universidade em busca de um diploma.
- Que pena. Eu estava louca para vê-la. - Digo, um pouco desapontada.
Durante o voo de oito horas, nutri uma esperança de que todo o grupo estaria aqui quando eu chegasse.
Niall foi a primeira pessoa em que pensei, quando dei a notícia de que estaria voltando para Londres. Ele se propôs a vir me buscar no aeroporto, apesar de também estar ocupado com assuntos relacionados à universidade.
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I Miss You H.S.
FanficCharlotte Carter nunca quis ser a princesa da Inglaterra, ser a única sobrevivente de um apocalipse zumbi ou ganhar um Oscar por atuar em algum filme muito famoso. Na verdade, nem popular na escola ela queria ser. Sua única vontade era de ter al...