— Isla! – agitou-se Mabel com certa tensão.
— Olá, minha jovem. É bom ver você de novo. É bom ver todos vocês.
Mabel deu um passo para frente, tentando segurar as lágrimas.
— O que aconteceu? – perguntou a mulher, com voz tenra.
— Aquele homem morreu por minha causa. Aquela semente que você me deu... ela matou ele! – disse, levando as mãos ao rosto de novo.
Isla carregava uma sacola de compras em seu colo e se aproximou de Mabel enquanto uma brisa repentina balançou seu longo cabelo claro. A mulher colocou uma das mãos no ombro da menina e apertou de leve. Continuava sorrindo.
— Venha, vamos entrar. Todos nós temos muito o que conversar.
Ela passou na frente de todos e eles a seguiram. Chegaram até a varanda, adentrando a porta ornamentada de madeira. Mesmo dando total atenção ao seu próprio choro, Mabel queria ver a reação de Ian, Higino, Norah e Rafaelo ao conhecerem a casa e principalmente ao descobrirem a praia que existia do lado de fora.
E ao entrar, tal qual aconteceu com ela, todos ficaram estupefatos com o cenário praiano da sala. Nenhum dos quatro se afastou muito uns dos outros por estarem em um lugar desconhecido.
— Fiquem à vontade e sejam bem–vindos à Casa da Costa – disse Isla.
— Então essa é a famosa Casa da Costa... – comentou Ian.
— Famosa? Vejo que andou contando por onde você andou, mocinha – Isla virou para Mabel, enquanto deixava a sacola em cima de uma das mesas de pedra.
A menina não sorriu. Estava triste, os olhos vermelhos.
— Mabel eu já conheço. Vocês devem ser Higino e Norah, filhos de Caroline, estou certa?
Os gêmeos pararam por um instante, se entreolharam e assentiram com a cabeça. Isla mostrava uma expressão serena ao ver a resposta de ambos.
— Você conheceu nossa mãe? – perguntou o menino.
— Claro, éramos grandes amigas! Vocês são muito parecidos com ela. Ricardo que não me ouça – ela riu.
Os irmãos sentiram um misto de emoção e surpresa.
— Você... – ela olhou para Ian. – como se chama?
— Ian.
— Hum... rosto familiar, mas não sei de onde. Nunca fui boa com fisionomias. O que temos aí? – apontou para a testa dele.
— Longa história.
Ela sorriu e virou para Rafaelo.
— Você eu não conheço também.
— É, eu sei. Você não é a primeira pessoa que me diz isso – ele deu um risinho amarelo. – me chamo Rafaelo e caí de paraquedas nessa história.
— Não é o que parece, jovenzinho - ela respondeu, parecendo curiosa.
Rafaelo franziu as sobrancelhas.
— Como assim?
Isla manteve o ar sereno.
— Você verá. Me contem, o que acharam deste lugar?
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Os Descendentes e a Ferida da Terra (Livro Um)
FantasyA Ferida da Terra precisa ser contida. O tempo corre. A situação piora. Mas o que ela é, Ian não sabe. Ele não sabia nem mesmo da existência de um novo continente, vizinho ao Brasil, assustadoramente mascarado por uma magia que não poderia ser denom...