Capítulo 11 - Descendentes

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— Isla! – agitou-se Mabel com certa tensão.

— Olá, minha jovem. É bom ver você de novo. É bom ver todos vocês.

Mabel deu um passo para frente, tentando segurar as lágrimas.

— O que aconteceu? – perguntou a mulher, com voz tenra.

— Aquele homem morreu por minha causa. Aquela semente que você me deu... ela matou ele! – disse, levando as mãos ao rosto de novo.

Isla carregava uma sacola de compras em seu colo e se aproximou de Mabel enquanto uma brisa repentina balançou seu longo cabelo claro. A mulher colocou uma das mãos no ombro da menina e apertou de leve. Continuava sorrindo.

— Venha, vamos entrar. Todos nós temos muito o que conversar.

Ela passou na frente de todos e eles a seguiram. Chegaram até a varanda, adentrando a porta ornamentada de madeira. Mesmo dando total atenção ao seu próprio choro, Mabel queria ver a reação de Ian, Higino, Norah e Rafaelo ao conhecerem a casa e principalmente ao descobrirem a praia que existia do lado de fora.

E ao entrar, tal qual aconteceu com ela, todos ficaram estupefatos com o cenário praiano da sala. Nenhum dos quatro se afastou muito uns dos outros por estarem em um lugar desconhecido.

— Fiquem à vontade e sejam bem–vindos à Casa da Costa – disse Isla.

— Então essa é a famosa Casa da Costa... – comentou Ian.

— Famosa? Vejo que andou contando por onde você andou, mocinha – Isla virou para Mabel, enquanto deixava a sacola em cima de uma das mesas de pedra.

A menina não sorriu. Estava triste, os olhos vermelhos.

— Mabel eu já conheço. Vocês devem ser Higino e Norah, filhos de Caroline, estou certa?

Os gêmeos pararam por um instante, se entreolharam e assentiram com a cabeça. Isla mostrava uma expressão serena ao ver a resposta de ambos.

— Você conheceu nossa mãe? – perguntou o menino.

— Claro, éramos grandes amigas! Vocês são muito parecidos com ela. Ricardo que não me ouça – ela riu.

Os irmãos sentiram um misto de emoção e surpresa.

— Você... – ela olhou para Ian. – como se chama?

— Ian.

— Hum... rosto familiar, mas não sei de onde. Nunca fui boa com fisionomias. O que temos aí? – apontou para a testa dele.

— Longa história.

Ela sorriu e virou para Rafaelo.

— Você eu não conheço também.

— É, eu sei. Você não é a primeira pessoa que me diz isso – ele deu um risinho amarelo. – me chamo Rafaelo e caí de paraquedas nessa história.

— Não é o que parece, jovenzinho - ela respondeu, parecendo curiosa.

Rafaelo franziu as sobrancelhas.

— Como assim?

Isla manteve o ar sereno.

— Você verá. Me contem, o que acharam deste lugar?

Os Descendentes e a Ferida da Terra (Livro Um)Onde histórias criam vida. Descubra agora