Capítulo 35 - O Fim e o Começo

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— Vocês não entenderam ainda quem tem a maior força aqui? – perguntou Cosmos, bufando com desdém. – sabe o que acho mais irônico? É que de alguma forma, mesmo sem saber, vocês decidiram vir no dia de hoje.

— O que você quer dizer? – perguntou Higino.

— O que tem no dia de hoje? – perguntou Norah.

O Regente riu:

— Hoje comemoramos o Dia do Renascimento! Não me digam que já esqueceram o que significa?

— O dia que celebra a libertação de Terraforte e da Terra. Que passou a ser comemorado no dia em que Erin e Sorenta foram mortos e Zero apunhalado pela Adaga. O dia da rebelião – disse Ian.

— Vocês criaram uma data especial por isso? Nunca esqueci desse momento. De todas as minhas memórias, essa foi a única que nunca enfraqueceu. Aquele dia. Mesmo o tempo não me fez esquecer – disse Zero com pesar.

— E agora marca uma nova mudança. Será o dia do meu renascimento. Hoje ficará marcado como o primeiro dia da minha soberania eterna sobre este planeta! – disse Cosmos.

— Está enganado, Cosmos. Isso não vai acontecer. Eu não vou permitir – cortou Ian.

— Vai ferir seu próprio pai?

— Você é uma vergonha como figura paterna. Uma vergonha como ser humano. Um lixo. Você não é e nunca será meu pai, mesmo que o nosso sangue seja o mesmo.

Cosmos riu alto e debochadamente:

— Vergonha? Olhe para você, Ian! Mal consegue se locomover com esse tamanho. Eu te ensinei o pouco que sabe. Não seja ingrato.

— Voltaria no tempo se pudesse para não ter aprendido. Mas já que isso não é possível, vou fazer tudo que puder para te impedir!

— Já que querem tanto salvar esse pobre miserável sem futuro, morram por ele, crianças.

O Regente ergueu uma das mãos para o alto e uma energia amarela e vívida transbordou, envolvendo o corpo daquele homem. Uma esfera maior do que todas as anteriores se formou e Cosmos ergueu o braço que estava livre para equilibrar o peso da bola de luz.

Zero olhou para o trio disposto a se sacrificar por ele e lágrimas brotaram de seus olhos. Ele achava que nunca mais conseguiria chorar, mas ali estavam elas. Gotas salgadas tão pesadas e doloridas que escorriam pela face, deixando um rastro claro no meio do rosto sujo e com sangue. Ele viu os irmãos, Erin e Sorenta, representados por Ian, Higino e Norah. Seus respectivos Descendentes.

A emoção explodiu em seu peito.

Reunindo forças que não achava mais que tinha, Zero lançou contra Cosmos toda a energia que ainda restava. As sombras partiram, passando por Ian, Higino e Norah e ficou entre os três e Cosmos. Em segundos, Zero surgiu dentre elas, de pé e ofegante. O sangue jorrava.

E mais forte que o sangue era a sua fúria.

Mais profundo que suas feridas, era seu olhar.

E seus olhos repousaram irrigados de ódio em cima do Regente. Mabel e Rafaelo estavam de pé e tinham se aproximado um do outro. Os dois observavam, aflitos.

— Para trás, vocês três! – Zero gritou para Ian e os gêmeos.

— Tarde demais para bancar o bonzinho, Zero! – Cosmos gritava ao mesmo tempo que ria como um louco. – receba o super impacto da maior esfera que produzi até hoje! Coroa do Sol!

Os Descendentes e a Ferida da Terra (Livro Um)Onde histórias criam vida. Descubra agora