Capítulo 34 - Sombra Contra Luz

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Dança dos Mil Feixes! – ordenou Cosmos para uma infinidade de riscos de luz que partiu em todas as direções, lançando Zero ao chão. Ian e os outros também foram atingidos, caindo todos. Arranhões surgiram nos braços, nos joelhos através das calças, bochechas e outras partes dos corpos dos cinco adolescentes.

— Você? – perguntou Ian, incrédulo. – VOCÊ?

Cosmos assentiu e o sorriso que antes era de um homem bom e generoso se transformara em uma expressão louca e enigmática. O brilho nos olhos tinha sumido:

— Vocês jovens são tão influenciáveis e previsíveis. Quer dizer então que isso é a Ferida da Terra? – perguntou ao apontar para o lugar ao redor.

Eles levantaram com pressa. Zero estava no chão, sangrando em profusão e segurando o cabo da Adaga. Ele puxou com força e um jorro ainda maior saiu quando a Adaga Infinita se afastou de seu peito. Ele a jogou de lado e olhou para Cosmos com dificuldade.

— Você pode ser imortal, mas está fraco. E nem mesmo sua força seria capaz de fazer frente a um golpe da única arma capaz de te enfraquecer. Eu tentei usá-la e você me impediu, Ian. Mas aqui estou, diante de todo esse sangue. Não preciso mais dessa arma ultrapassada.

— Você me enganou! – gritou Ian. – Lampejo da Descendência!

A flecha de luz partiu na direção de Cosmos, que desviou com facilidade.

— Eu o treinei, garoto. O que te faz pensar que conseguiria me atingir? Veja e aprenda. Coroa do Sol!

Uma explosão luminosa aconteceu no ambiente e Ian foi jogado para trás por uma imensa bola de luz, batendo com as costas em uma das pedras.

— Ian! – gritou Mabel.

Rafaelo conjurou a Espada Celestial e partiu para cima de Cosmos.

— Suma! – ele lançou outra esfera de luz contra o garoto. A espada se chocou contra a bola luminosa e por um instante Rafaelo acreditou que conseguira desfazer a magia de Cosmos, mas a energia avançou, desfazendo a espada e lançando Rafaelo para trás com a mesma força aplicada em Ian.

Outro grito de Zero percorreu o ar. A marca da técnica Divina estava se desfazendo, escorrendo como tinta pelo corpo magro do irmão de Erin e Sorenta. O sangue do corte começou a banhar o corpo, tomando o tórax, escorrendo pela barriga e atingindo a calça. Zero estava ensanguentado. O líquido maldito era viscoso e vivo, contrastando morbidamente com a pele sem brilho.

— Praticamente inofensivo agora – desdenhou Cosmos, dando um chute no rosto do homem, que rolou para o lado.

Mabel e Norah se aproximaram de Higino, que ficou no meio das duas.

— Por que você fez isso? Por que nos enganou? – perguntou o garoto.

Cosmos deu um sorriso maldoso:

— Por que você não faz uma pergunta melhor, Higino? Que tal essa? Cosmos, por que você matou a minha mãe?

Higino e Norah arregalaram os olhos. Os outros também se espantaram.

— É isso mesmo! Eu matei Caroline. Ela descobriu sobre mim e precisei dar um jeito. E por pouco ela não contou para Isla. Pobre dela, morreu nos braços da amiga.

— Você... MORRA, SEU MALDITO! – berrou Higino, correndo na direção de Cosmos, cego de ódio.

— Não tenha pressa, meu caro, ainda há muito a ser dito – e com outro comando, um feixe luminoso partiu, acertando Higino e derrubando-o no chão.

Os Descendentes e a Ferida da Terra (Livro Um)Onde histórias criam vida. Descubra agora