Capítulo 18 - Corrente Cósmica Universal (I)

2.8K 284 71
                                    

Oi, pessoal! Este é um dos maiores capítulos do livro inteeeiro e por ser muito longo dividi em duas partes: I - Briga de Descendentes e II - A teoria. Espero que curtam!


— Viu como ele me enfrentou? - perguntou Rafaelo para os outros, referindo-se à Napoleon depois de ter dado uma mordida em uma maçã muito vermelha. - como se eu fosse ficar intimidado. Que otário! Eu sou o cara mais popular da Jonjune - se gabou.

Ian e os outros riram. O fim de semana tinha chegado, o último antes de voltarem às aulas e nenhum deles estava curtindo os quinze dias de férias do meio de ano. Tinham que se preocupar em salvar as próprias vidas e por tabela, cuidar de Terraforte e da Terra.

Caminhavam pelo pátio da frente da Ala Principal na direção de uma das laterais do castelo, onde ficavam os ginásios. O clima estava seco naquele dia. Embora o céu estivesse limpo e o sol brilhando com força, o frio era sentido sem dificuldade. Os cinco amigos estavam agasalhados e nenhum deles entendeu como algumas pessoas ali simplesmente vestiam roupas que não protegiam nada do frio.

— Com isso eu confirmo que nós, cariocas, sentimos frio por qualquer coisa - disse Mabel.

— Mas está muito frio mesmo! - reforçou Higino. - eles já devem ser organicamente acostumados, sei lá. A maioria está de casaco também.

— Eu não sabia que você era carioca, Mabel. Achei que fosse de Curitiba – comentou Ian.

— Eu morei lá por um tempo, mas nasci e cresci no Rio.

— Achei que você resistiria mais ao frio por causa disso - comentou Norah. - eu estive lá uma vez, achei um lugar maravilhoso. Gente fina, rica, a minha cara.

Os quatro riram. Norah poderia ter se arrependido das coisas que fizera, mas não deixaria de ser a patricinha de sempre. Com a diferença de que agora era legal.

— Olha quem está ali, Mabel - apontou Ian.

A menina olhou na direção indicada e viu o pequeno corpo azulado de Sete-Vidas deitado na beirada da fonte redonda. Com a pata, ele alisava a água gelada e cristalina com cuidado, com medo de molhá-la demais. As asinhas mexiam com leveza, como que se estivessem sendo exercitadas.

— Sete-Vidas! - a garota gritou. Rafaelo fez uma careta de susto. O grito foi dentro de seu ouvido.

Ao ouvir o chamado da menina, Sete-Vidas não saiu de sua posição, mas deu um miado longo e contente, balançando a cauda com mais rapidez. Quando Mabel chegou na fonte, sentou ao lado dele e o pegou, colocando-o em cima das pernas e alisando o alto de sua cabeça.

— Como você está? - perguntou com alegria.

Em resposta, o animal ronronou, afundando o focinho entre as mãos da menina, pedindo mais carinho.

Quando Ian e os outros chegaram, o bicho ergueu a cabeça, esperando receber mais carinho. Cumprimentado por todos, cada um contribuiu com um pouquinho do seu afeto. Exceto, Norah, que olhava com desprezo para o galantino. Em resposta, o animal deu uma leve eriçada para a menina.

— Já disse que não tenho medo de você, gato de bruxa. Ainda te transformo em bolsa e desfilo por aí.

Embora ela estivesse falando com muita seriedade, os quatro só conseguiram achar a cena cômica.

— Lá vão vocês dois... - disse Higino.

— Sem querer interromper esse amor intercontinental, mas temos que ir até o ginásio - disse Ian com deboche.

Os Descendentes e a Ferida da Terra (Livro Um)Onde histórias criam vida. Descubra agora