Capítulo 2

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"É apenas eu ou o mundo ficou doido ultimamente? O que está acontecendo?" - Love's on the way by Sebastian Kole.

4 anos depois, dois meses antes do fim do prazo.

Lorenzo Martin era um dos maiores empreendedores espanhóis que existia atualmente e fazia jus a sua fama. Quando a notícia de que ele estava interessado pelas ações da Coral estourou pelo prédio, a empresa entrou em um caos generalizado. Aquela reunião era de suma importância, pois seria nela que Lorenzo decidiria se ele compraria as ações ou não. Tê-lo como um dos nossos acionistas seria a peça chave que Coral precisava para poder competir de verdade com a liderança de vendas em artigos escolares e finalmente sair da terceira posição.

Qualquer pessoa poderia sentir em um raio de 1 quilômetro a tensão que todos exalavam na reunião. A sala estava escura e fria, era apenas iluminada pelo retroprojetor demostrando a vídeo conferência que Lorenzo fazia. Albert estava uma pilha de nervos aquela semana, já que ele era quem conduziria aquele encontro. O nosso tradutor oficial passou as mãos no rosto exausto depois daquelas longas três horas sem sair para lugar algum.

Eu devia ficar em pé perto da mesa prontificada à espera de algum pedido de meu chefe, entretanto, minhas pernas doíam. Assim como a maioria das outras secretárias, encostei-me à parede e tentei me concentrar no que o espanhol dizia.

Era a primeira vez nos últimos anos que eu entendia o espanhol de alguém sem precisar recorrer a um intérprete ou dicionário e estava muito orgulhosa de mim mesmo em relação a isso. Logo quando tive oportunidade, comecei a fazer um curso de espanhol pela internet. Mal tinha tempo para dormir depois daquilo, mas o resultado estava ali mostrando que valia a pena.

Mais meia hora se passou e senti como correntes puxassem minhas pernas para baixo de dor, mas ignorei assim que percebi que o que Lorenzo estava falando era a conclusão de tudo. Deixei minha mente vagar em pensamentos sobre o resto da minha noite com os pés apoiados na parede no alto deixando o sangue circular normalmente, quando percebi o que realmente Martin dizia.

Ele não iria comprar as ações da Coral.

Meu chefe ficou mortificado com aquela notícia, mas, por ser profissional, apenas insistiu mais um pouco para que ele reconsiderasse a ideia, entretanto, Lorenzo foi impassível. Disse que a empresa não tinha o potencial especulado e que ainda era cedo para uma ''parceria'' como aquela. Depois de se despedirem e a imagem do espanhol desparecer do telão, as luzes foram acesas. Os rostos denunciavam a insatisfação, era uma mistura de cansaço e fracasso que me deu nos nervos apenas de observar.

O senhor Carter veio em minha direção e me preparei psicologicamente para aguentar o resto da tarde com seu velho mau humor, porém, me surpreendi, pois ele apenas me pediu para que repassa-se a ata da reunião que eu havia feito para os outros diretores executivos e seguiu para sua sala em silêncio.

Obedeci, mesmo sem entender muito bem, e fui até a minúscula sala da copiadora com a ata em mãos. Enquanto a impressora fazia seu trabalho, sentei em uma cadeira que havia naquele compartimento relaxando as pernas. Fechei os olhos pensando se dá uma cochilada ali seria errado.

Assustei-me no momento que Mary entrou na sala como um tornado e trancou a porta  para que ninguém a visse. Ela deu um salto assustado à medida que me viu e tentou enxugar seu rosto para que eu não percebe-se que ela chorava. Seus cabelos loiros estavam bagunçados e seus olhos vermelhos a denunciavam. Embaraçada, Mary desviou o olhar para o chão antes que eu dissesse alguma coisa.

- Ele de novo, não foi? - Perguntei solidariamente.

O casamento de Mary e Robert não estava em seus melhores momentos. Depois que ele foi demitido, e já faziam dez meses, ele tentava arrumar um novo emprego e nada.

Our Worlds Collide [Primeiro Rascunho]Onde histórias criam vida. Descubra agora