Capítulo 16

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"Diga-me o que quer ouvir; algo que agradará os seus ouvidos. Estou cansado de toda esta insinceridade, então abrirei mão de todos os meus segredos dessa vez" - Secrets by OneRepublic.  

Eu estava chateada pelo que Thomas havia dito e depois de uma noite de sono o sentimento havia se misturado com uma tristeza que deixou meu humor muito para baixo. Odiava pensar que estava tão ligada ao Hoyer que ele facilmente poderia atingir meu emocional.

Atrasei-me para não encarar meu destinado naquela manhã da forma mais corajosa que você pode imaginar. Apenas apareci na cozinha quando tinha quase certeza que não iria encontrá-lo.

Tudo era uma grande confusão na minha cabeça e comecei a perceber o porquê sempre quis ficar longe daquela história de destinado. Como forma de lutar contra toda aquela desgraça mental, decidi focar no trabalho.

Só quando sentei junto com as meninas no refeitório da empresa no almoço vi o quanto sentia falta delas. Havia um prazer inexorável em jogar conversa fora sobre um programa de TV, músicas ou uma moda sem noção lançada por uma famosa marca de sapatos. Ouvir a risada singular e engraçada de Stella e Daisy narrando uma história qualquer com seu jeito pomposo era tudo que eu precisava para relaxar.

Escutei-as comentar sobre seus maridos e seus planos para o dia de Ações e Graças. Muitas iam visitar os pais ou os sogros e aquilo me deixou bastante para baixo. Eu não tinha uma verdadeira tradição de um jantar recheado nesse dia, mas minha mãe estava lá, apesar de sua doença.

Então, eu lembrei que aquele seria meu primeiro ano sozinha.

Sempre senti que traía meus pais de alguma forma quando pensava nisso, mas queria saber mais sobre os meus avós maternos e de onde eu vinha. Meu pai trocou de família diversas vezes e nunca teve a oportunidade de ter alguém para chamar de pai ou mãe, então, não conheci meus avós paternos também.

A família era só eu, Steve e Letícia Blackwell e mais ninguém. Éramos suficientes até agora.

Cogitei me oferecer a ir com Thomas para o jantar de sua família, mas, além de ser muito inconveniente, se fosse um tipo de jantar em que juntava todos os Hoyers e antigos Hoyer (como Carol Carter), eu não estava preparada para encarar Albert fora do campo de trabalho e ser apresentada como "a destinada que não quer ser destinada".

Isso soava péssimo.

Sem contar que, bem, eu não estava nem um pouco a fim de sair junto com Thomas. Engraçado ele ter pedido para manter uma amizade entre nós quando não se predispôs a me contar sobre sua vida. Claro que Hoyer tinha seu direito de não querer me dizer nada, mas não faria o seu comentário menos desagradável e contraditório.

Se meu destinado não queria falar, tão pouco eu iria fazê-lo. Me sentia desapontada; idealizei tanto Hoyer como um homem gentil demais para ser real que me esqueci que, assim como eu, ele também cometia erros.

— Parece pensativa — disse Franz com os olhos atentos ao seu iogurte.

— Tenho passado por uns probleminhas, mas nada que se resolva com o tempo. — Respondi — E você? Como anda?

Ela deu um sorriso doce.

— Vai indo. — Franz suspirou — Tem sido difícil abrir mão do meu destinado, sabe? Você estava certa, mas deixar alguém que você gosta ir é doloroso.

Segurei sua mão livre e apertei-a dando lhe apoio.

— Você pode aproveitar esse tempo para conhecer mais sobre você mesma. — Sugeri — Há algo que sempre quis fazer, mas nunca fez?

Our Worlds Collide [Primeiro Rascunho]Onde histórias criam vida. Descubra agora