"Eu quero ler você como um livro; me deixe dá uma olhada dentro de sua cabeça, porque você não precisa ser reescrito." - Rewritten by Teske.
Só Deus sabia o quão desconfortável me sentia naquele silêncio enquanto segui a uns três passos de Thomas. Contudo, meu destinado parecia mais do que satisfeito; o sorriso no rosto não queria sair de sua face nem tão cedo. Ele não conseguia conter sua animação e eu continuava a desviar o olhar ainda ponderando se aquela foi uma boa ideia. Ainda no elevador pude vislumbrar uma animação quase infantil do Hoyer me fazendo sorrir de forma involuntária.
A maioria das pessoas da Ala A recebiam seus destinados cedo, então, somando pela jovialidade que meu destinado exalava, concluir que ele deveria ter menos de 24 anos. Em seus traços ainda carregava um jeito de inocência em relação a vida e me peguei pensando qual era o objetivo do destino em fazer com que um garoto fosse o "amor da minha vida".
Ver? Não faz sentido acreditar naqueles relógios.
Ao sair do elevador tomei um susto ao fitar minhas amigas em um momento de fofoca no balcão da recepção. Mesmo estando longe, imaginei que elas colocaram minha vida amorosa em pauta depois das informações que, com certeza, Daisy já havia espalhado.
Bufei e abri a boca pra soltar um resmungo quando as vi se endireitarem rapidamente ao fitar Thomas andando pelo salão principal. Franzi o cenho confusa assim que ele acenou para elas com um sorriso e as meninas se derreteram quase deixando a baba cair.
Hoyer olhou para trás e esperou um pouco para que eu o acompanhasse. Ainda antes de passar pelas portas de vidro pude mirar o olhar acusador de Daisy.
— Então, aonde estamos indo? — Perguntei ao perceber que não havia carro algum nos esperando à frente da empresa.
— O restaurante é perto daqui, apenas duas quadras. Talvez seja uma boa ideia irmos andando até lá. — Respondeu dando os ombros.
Assenti e pus as mãos no bolso da calça escura que Ivanna fizera sob medida para mim. Por algum motivo desconhecido a facilidade de manter uma conversa que eu sempre tivera evaporara e não sabia como começar qualquer assunto.
— Há quanto tempo trabalha para o Carter? — Estranhei ao perceber a falta do ''tio'' na frase.
— Cinco anos. — Disse, ainda sem olhar para ele. — Acho que sou um recorde.
— Concordo. — Soltou uma risadinha — Tia Carol sempre reclamava das secretárias dele, mas nos últimos anos eram só elogios para você. — Virei-me para olhá-lo nos olhos com uma sensação boa de dever cumprido. — Deveria ter vindo antes conhecer a exceção; não me arrependeria, presumo.
Senti uma vergonha ao perceber seu flerte tão direto e tinha certeza que meu rosto estava corado.
Cocei a garganta tentando quebrar aquele clima.
— Senhor Carter é irmão de seus pais? — Perguntei interessada.
— Na verdade, não. — Falou ainda com os olhos nos meus. — A esposa dele é minha tia, mas somos uma grande família e costumamos integrar a todos.
Balancei a cabeça concordando.
Assim que virei o rosto para o outro lado, vi um casal sair de mãos dadas de um dos prédios espelhados em direção a um táxi. Meu coração pareceu diminuir e uma dor incômoda atingiu meu peito. Passei a mão no rosto tentando ser o mais casual possível, mesmo que as lágrimas tenham começado a fazer os meus olhos arderem.
Queria tanto que nada daquilo tivesse acontecido e que agora eu estivesse com Caio. Meu coração estava partido ao meio e parecia que ia demorar para começar a sarar. Eu tinha consciência de que não fazia muito tempo desde que havia terminado meu relacionamento, entretanto, eu tinha muita vontade que esse sentimento passasse o mais rápido possível.
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Our Worlds Collide [Primeiro Rascunho]
ChickLitNo mundo onde as garotas esperam pacientemente pelo seu destinado depois que recebem seu prazo ao 21 anos, Lydia Blackwell está ocupada demais tentando pôr a vida em ordem. Contas para pagar, uma mãe doente e um chefe que a enche de coisas para faze...