Capítulo 10 - Parte 2

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"Então se segure em mim firme. Segure-se, juro que tudo ficará bem, porque somos você e eu juntos."  Hold On, Michael Bublé.

— ...ele sempre teve fama de chefe mão de ferro. — comentou Thomas com cinismo — Me recuso a acreditar que durou quase seis anos para você perceber isso.

— Em minha defesa, ele nunca me forçou descer ao térreo por mais de 3 vezes em um dia. — resmunguei fingindo-me carrancuda.

Empurrei a porta com o ombro logo que abri o cadeado novo que havia comprado. Suspirei cansada, mas feliz por ter conseguido chegar em casa. A sensação de trabalho bem feito no final de uma sexta-feira é maravilhosa.

— E Hope? Está se dando bem com ela? — Hoyer perguntou interessado.

— Sim. — afirmei — Obrigada por indicá-la. Ela é uma fofa e muito eficiente.

— Bom... — murmurou — Muito bom.

— Acabei de chegar em casa e tenho algumas coisas para resolver. — expliquei — Te mando mensagem mais tarde, ok?

— Tudo bem. — respondeu — Até mais!

— Tchauzinho.

Joguei minha bolsa e o celular no sofá e devagar fui até o quarto de mãe. Pude escutar um cantarolar baixo e sorri ao ver Hope checando a sonda que permitia que minha mãe não tivesse problemas para fazer xixi.

Não foi difícil perceber as mudanças que Hope trouxe para o bem estar da minha mãe. Veja bem: sou grata por ter tido a ajuda de Jean, mas a verdade é que ela não era uma profissional formada. Hope tinha mais facilidade e sempre sabia o que fazer para melhorar seu conforto, mostrando que tinha experiência no que fazia.

Letícia Blackwell estava sonolenta quando entrei no quarto. Os olhos azuis estavam cinzentos e me fitaram com o costumeiro desconhecimento.

— Boa noite, Lydia! Como foi no trabalho? — perguntou Hope ao me ver.

— Cansativo. — respondi com um sorriso ladino.

Aquela semana tinha sido marcada por diversas mudanças, principalmente no meu trabalho. Quando cheguei na segunda-feira, Carter me chamou para sua sala e mandou que fossem checados os contratos dos funcionários que trabalhavam há mais de cinco anos na empresa.

Nos outros dias me pediu para que fosse até a área de marketing para pegar as estatísticas e opiniões dos nossos clientes. No começo me perguntei o porquê de não mandar apenas um email pedindo eles, mas ao chegar no andar prescrito, entendi o que ele queria que eu fizesse.

Em resumo, a área de marketing da Coral era burocrática. Descobri com Nathan Dowain que durante a criação da empresa foram vazados alguns comentários maldosos sobre os produtos que vieram a ser frases publicitárias das concorrentes. Tal situação despertou uma fúria descomunal em Shawn McCall, um dos donos da empresa, e fez com que pouquíssimos tivessem acesso àquelas informações.

Demorei quase o dia todo para conseguir uma autorização; eu precisava da assinatura de Albert para liberar minha passagem, entretanto, ele estava em uma das fábricas junto com Hunter Perry para vistoria mensal.

Em compensação, me vi conversando com muito mais gente que o normal. Os funcionários da área de marketing eram extremamente simpáticos e comunicativos. Algo me dizia que tinha a ver com o que eles trabalhavam, mas nada que eu possa afirmar com certeza.

Naquela sexta-feira, ao ver que eu já tinha feito tudo que me foi ordenado, senhor Carter me fez escolher entre os contratos que estavam perto do fim dos funcionários de marketing e escolher qual deles estariam no olho da rua no final daquele mês.

Our Worlds Collide [Primeiro Rascunho]Onde histórias criam vida. Descubra agora