Lauren: Credo, que palavreado, dona Paula!
Paula: Mas é, ué! Eu não sei se seria tão forte quanto você!
Lauren: Você foi no dia que eu estava quase DANDO pra você!
Paula: Se liga, Laur! Aquilo foi pra você cair na real. Se fosse pra eu te comer seria bem diferente! - ela ria porque eu fazia cara feia quando ela dizia "comer".
Lauren: Você não faria nada, porque nunca vou DAR pra você, sua convencida!
Paula: Olha! Não cuspa pro alto, queridinha! - me fazendo cócegas - Nenhuma menininha resiste ao meu charme - ria feito boba.
Lauren: Sai fora! Você se acha, garota, me larga, você está me assediando - ria mais ainda, ela estava me distraindo.
Paula: E ó, não vem não que eu não quero te comer, viu?
Lauren: Não cuspa pro alto, amor! Cai na testa!
Paula: Fica na sua, garota chata!
Lauren: Aliás, você já conseguiu levar a Mani pra cama ou tá difícil? Por que você é meio lentinha, que eu sei!
Paula: Para o seu governo, não só levei pra cama, como pra mesa, pro chão e pra onde você olhar do meu apartamento! - eu abri a boca como se tivesse espantada.
Lauren: Eu é que não vou mais no seu apartamento, deve tá cheirando xana! - ria da cara dela.
Paula: Olha o respeito, garota!
Lauren: Como a Mani quis um trastezinho desse, hein? Fala a verdade!
Paula: Coitada de você, garanto que mais 2 dias dormindo nessa cama você me agarraria!
Lauren: Você poderia dormir um mês nessa cama, pelada, que eu não ia nem ligar...
Paula: HA HA HA!
Lauren: Você se acha a rainha da cocada preta, Paula! - disse rindo da cara dela.
Paula: Ninguém resiste, filha! - se achando, deitada na cama.
Lauren: Eu resisto, garanto!
Paula: Ah, Laur, fala a verdade! Não era eu que quase DEI pra mim, uns tempos atrás...
Lauren: HA HA HA!
Paula: Mas posso confessar uma coisa pra você?
Lauren: Fala, mané! - eu ria.
Paula: Aquele dia foi você quem me deixou na vontade! Tô te contando porque somos amigas e tô super segura com a Normani.
Lauren: Hum! Ficou na mão então?
Paula: LITERALMENTE! - fiz cara de espanto.
Lauren: TONTA! - ela gargalhava.
Paula: Posso te confessar outra coisa, então?
Lauren: Fala que eu te escuto, Paula! - disse irônica.
Paula: Eu sempre tive curiosidade de saber como você beija!
Lauren: Agora fala assim: posso te confessar uma terceira coisa? Sou caidinha por você, Lauren! - fazendo voz de baitolinha, rindo da cara dela.
Paula: TONTA! - me deu um tapa - Você sabe que gosto da Normani. Você é minha melhor amiga!
Lauren: Já que você está segura com a Normani e eu sou apaixonada pela Camila, posso matar a sua curiosidade tranquilamente.
Dizendo isso me aproximei dela e toquei bem de leve os seus lábios. Fiz que não ia adiante e sorri com o canto da boca. Ela então me puxou pela nuca e me deu um beijo pra valer. Não senti nada demais, afinal, a Paulinha era minha amiga. Mas confesso que aquele beijo foi demais! Superou minhas expectativas. Ela beijava bem gostoso! No fim, nos olhamos e rimos sem parar.
Paula: Desculpa Lauren, mas você pediu e eu não costumo perdoar!
Lauren: Desencana, Paulinha! A gente sabe que não tem nada a ver, é frescura mesmo. Matou a curiosidade?
Paula: Claro, você beija mal pra burro! - eu ria e batia nela - Brincadeira, Laur! Olha, eu quero, do fundo do meu coração que você lute pela Camila!
Lauren: Prometo que vou lutar, Paulinha!
Deitei-me de costas pra ela, como se tivesse pedindo uma conchinha. Ela me abraçou por trás e afagou os meus cabelos. Deu-me beijinhos acompanhados de um "boa noite".
Eu tava me sentindo protegida por aquele mulherão, mas como se ela fosse uma irmã pra mim, me consolando e me apoiando. O meu verdadeiro amor estava no terceiro andar, fazendo sei lá o que, ignorando o meu amor!
Acordei no sábado e a Paulinha ainda estava na minha cama. Uma baita dor latejava na minha cabeça. Levantei, fui ao banheiro e dei um jeito no rosto. Voltei ao quarto e me troquei. Com o barulho que fiz sem querer ao mexer no guarda-roupa, a Paulinha acordou.
Paula: Bom dia, Laur!
Lauren: Bom dia! - sorri pra ela.
Paula: E aí? O que temos pra hoje? - se espreguiçando, animada.
Lauren: Meu quarto, tá bom?
Paula: Olha, mal criada! Vamos dar uma volta comigo?
Lauren: Acho que não, Paulinha! - fiz cara de desanimo.
Paula: Diz que simmm!!!
Lauren: Quero conversar com a Camila de novo!
Paula: Lauren, dá um tempo pra ela, não vá se machucar mais ainda. É muito recente, espera ela pensar um pouco, refletir. Espera até semana que vem, vai por mim!
Lauren: Eu não posso perder tempo, Paulinha. Logo ela vai embora!
Paula: Ela não vai embora assim, sem falar com você, sem vocês se resolverem! Tenho certeza! Mas foi tudo muito rápido pra ela!
Lauren: Paulinha, até agora eu não consigo colocar na minha cabeça toda essa explicação que ela me deu, sabe?
Paula: Calma! Eu sei que é meio sem fundamento esse negócio de ela não aceitar você ir junto e tal. Mas acho que ela não quer que você se desfaça da sua vida por ela, porque se você for pensar um pouco, ela tem razão. É meio sem cabimento você largar tudo pra ir atrás dela!
Lauren: Você tá do meu lado ou do dela?
Paula: Não é questão de lado, Laur, é questão de coerência! Sou sua amiga e estou aqui pra colocar a sua cabeça no lugar e não pra te confundir.
Lauren: Eu acho que tô ficando louca, Paulinha - me jogando na cama.
Paula: Lauren, acho que você tem que pensar um pouco em você também! Concordo que há muita coisa sem explicação nesse assunto, que com o tempo você vai descobrindo, mas e você? Sua faculdade, seu trabalho, sua mãe? Não merecem um pouco mais de esforço seu também?
Lauren: Mas minha vida não tem sentido sem ela, Paulinha!
Paula: Claro que tem, Lauren! Até tempos atrás você nem tinha a Camila pra viver! Eu não tô dizendo pra desistir do amor dela, não é isso! Só tô dizendo pra você se valorizar um pouco também nesse relacionamento, entendeu? Nada de desistir da vida por alguém e sim progredir por esse alguém!
Lauren: É, você tem razão!
Paula: Agora, que tal um café na Bela Paulista?
Lauren: Hum... aguçou o meu estômago. Eu aceito!
A Paulinha também se arrumou e descemos. Assim era melhor, eu evitava encontrar a Camila pelo apartamento. Fomos até a padaria e sentamos numa mesinha. Tava lotada como sempre.
A garoa fina que caía sobre São Paulo me deu vontade de tomar um capuccino. Pedi um com pão de queijo. Conversamos sobre besteiras e ficávamos reparando no pessoal que passava por nós. Muita gente nem tinha dormido ainda.
Depois de passar um tempo ali, resolvemos dar uma andada de guarda-chuva pela Paulista. Pagamos a conta e quando estávamos saindo, o meu olhar cruzou com ninguém mais, ninguém menos que a Allyson.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Entre Amigas?
FanfictionAmigas são nossas almas gêmeas, cúmplices, provas da nossa existência... ... e muitas vezes são amores verdadeiros para a vida inteira!