56. Dor

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Voltei pra sala e as meninas estavam sentadas no sofá. Sentei ao lado da Paula.

Lauren: Paulinha, por que eu não consigo acreditar nisso?

Paula: Talvez porque é uma coisa realmente bem difícil de se crer. Posso dizer que até nós estamos chocadas.

Lauren: Vou ser sincera com você! Eu estava com a Ally e nem conseguia pensar na Camila. Mas agora parece que meu sofrimento triplicou, não sei! E tudo voltou!

Paula: Com certeza. Triplicou mesmo, agora são três pessoas: Camila, seu Alejandro e dona Clara! Mas fica calma, não adianta ficar sofrendo antecipadamente. Você nem falou com a sua mãe ainda. E se a Camila estiver blefando?

Lauren: Ela não teria coragem de brincar com uma coisa dessas, Paulinha!

Paula: Eu sei, mas tudo pode acontecer, amor!

Lauren: Que droga! Eu queria a Ally aqui, a gente tava se dando tão bem.

Paula: Entenda o lado dela, Laur! Ela deve tá se sentindo super mal te amando e você apaixonada pela Mila.

Lauren: É, eu sei! Posso pedir uma coisa?

Paula: Fala!

Lauren: Bebe um copinho de Martini comigo? Só pra eu me distrair um pouco.

Paula: Tenho vodka também!

Lauren: Traz o que você tiver e a gente escolhe, preciso me distrair um pouco.

A Paulinha foi até a cozinha e voltou com algumas garrafas. A primeira que eu avistei foi uma enorme de whisky.

Lauren: A gente vai tomar essa! - pegando-a nas mãos.

Paula: Laur, vai com calma!

Lauren: Que nada, tô acostumada! - tive a impressão de que já tinha dito isso algum dia.

Ela abriu a garrafa e colocou uma dose nos três copos.

Lauren: Amanhã você vai comigo falar com a minha mãe, né, Paulinha? - já dando umas bicadas no copo.

Paula: Vou sim. Vai devagar, Laur!

Lauren: Vai, vamos virar as três de uma vez só! - a Normani se divertia - Vou contar até 3!

Paula: Não, Lauren!

Normani: Para Paula! Nada de mais! - disse rindo.

Lauren: 1, 2, 3, JÁ!

Viramos o copo, rindo logo depois. Comecei a perder as contas de quantas vezes havíamos feito essa brincadeira. E quando o whisky terminou, partimos pra vodka. Logo após o primeiro copo, eu apaguei. Todos nós, seres humanos, sabemos o quanto a bebida alcoólica é perigosa. No meu caso não poderia ser diferente. Aliás, eu já estava toda cagada mesmo, o que seria mais um punzinho, não é?

No dia seguinte, antes mesmo de abrir os olhos, senti como se minha cabeça tivesse sendo pressionada por uma marreta. Levei as mãos ao rosto, como se quisesse arrancar aquela dor. Depois de alguns minutos tentando abrir os olhos, finalmente consegui, de leve.

Minha vista estava embaçada e meio escura, parecia que havia acabado de sair de um carrossel em alta velocidade. Quando passei a mão pelo meu corpo percebi. "MEU DEUS, EU TÔ PELADA!"

Levantei num salto, fazendo minha visão ficar ainda mais atrapalhada. Aí então concluí, "SIM, EU TÔ PELADA!".

Fui até o banheiro correndo, lavei o rosto e coloquei uma camiseta comprida da Paula, que achei por lá. Quando voltei pro quarto reparei na zona que estava o ambiente. Tudo jogado, coisas quebradas e roupas por tudo. "O QUE É ISSO? UM TORNADO PASSOU POR AQUI?"

Foi quando olhei pra cama e não acreditei. "A PAULA E A NORMANI TAMBÉM ESTÃO NUAS!". Notei que o espaço em que eu estava deitada era justamente "NO MEIO DAS DUAS?". Fiquei ali, pasma, parada, perplexa. "NÃO PODE SER!". Corri para o banheiro novamente e olhando detalhadamente no espelho, reparei um canto da minha boca inchado, como um chupão! Parei um pouco, tentei lembrar alguma coisa, mas era totalmente impossível. Minha cabeça ainda doía demais! "LAUREN DO CÉU! VOCÊ FEZ UM MÉNAGE À TROIS!" PUTAQUEOPARIU! Andei pelo quarto e peguei a minha roupa. Fui pro banheiro e vesti mais do que rápido. "PORRA, EU TRANSEI COM A MINHA MELHOR AMIGA E A MINHA CHEFE? É DEMAIS PRA UMA NOITE SÓ!". Ri depois que pensei. Decidi que aquele seria um segredo só meu, caso as duas não lembrassem! "QUE VERGONHA!" Voltei pro quarto batendo palma e falando alto.

Lauren: MUITO BONITO A BAGUNÇA QUE VOCÊS DUAS FIZERAM NO APARTAMENTO.

Entre Amigas?Onde histórias criam vida. Descubra agora