Os Últimos Cortes.

Capítulo 2.

" Odiar as pessoas não leva a nada. O ódio corrói nosso coração e o deixa fraco para receber amor". - Não se apega não de Isabela Freitas.

Capítulo 2.

Acordo com os meus fones de ouvido, ainda tocando X Ambassadors, viro-me para o lado oposto, para que eu possa ver que horas são em meu criado mudo, e são 6h:32. Sinto uma leve e gostosa preguiça tomar o meu corpo, mas antes que pegue no sono novamente, me sento na cama, olhando pro nada. Depois de uns dois minutos sentada na cama, me espreguiço, e me levanto, caminho vagarosamente até meu guarda roupa, tiro o uniforme ridículo do colégio e jogo o mesmo na cama. O uniforme é uma calça azul, e uma blusa baby look, comum, com o símbolo do colégio.
Vou até uma caixa onde fica meus tênis, coturnos, vans, havaianas etc, e tiro uma sapatilha preta de dentro da mesma, é uma sapatilha fechada, porém com alguns furos.

Arrumo minha cama, e vou até o banheiro fazer minha higiene pessoal, e tomar banho.

Me despo, e entro no box, a água fria vai de encontro ao meu corpo, causando uma boa sensação. Por um momento acabo me lembrando do ocorrido ontem com a Sophia. Preciso saber se ela, vai para escola, não vou pedir desculpas, ela errou, eu também, mas não dou o braço a torcer.

Assim que sai do banheiro, me vesti, amarrei meus cabelos preto, em um rabo de cavalo despojado, olhei pros meus pulsos e vi os cortes, ainda estavam recentes; fui no meu guarda roupa e peguei um casaco quaisquer.

Tive uma idéia, vou fazer uma tatuagem, nos meus pulsos.

Peguei minha mochila, peguei 100$ para poder passar em algum tatuador. Sai toda animada. Fui até até a cozinha e preparei um pouco de leite para misturar com cereais, quando o leite estava pronto, despejei o mesmo no prato e me sentei a mesa para comer. Quando eu estava comendo ouço a porta do quarto da Sophia bater, ela vai pro colégio.

-Bom dia. -Ela não olha nos meus e eu por minha vez nem faço questão de responder. -Qual é Sara, vai ficar de birra mesmo ?
-Não te interessa. -Digo e coloco uma colher cheia de cereais dentro da boca, e agradeço aos céus por esta acabando.
-Para de ser grossa. -Ela resmunga, e coloca seu café da manhã, ela já está arrumada, porém não espero pela mesma e saio -Hei, me espera.
-Se você quisesse que eu te esperasse, acordasse mais cedo. -Revirei os olhos e sai.

Nos duas moramos em um apartamento comum, na zona sul, próximo de várias coisas, hospitais, praias, etc...

Fiquei apertando o botão para chamar o elevador freneticamente, eu batia pé a espera do mesmo, porém era em vão, demorava e isso me irritava.
Por fim o elevador chegou e eu entrei.
Quando desci na rua, sai caminhando em rumo ao tatuador.

Quando cheguei no tatuador ele me olhou com desdém.

-Vai fazer uma tatuagem ? -Ele indagou.
-Não, confundi aqui com um bordel. Perdão. -Reviro os olhos.-Lógico que vir fazer uma tatuagem.
-Hum. -O cara não parecia ser velho e nem novo, ele é moreno, de bom físico e só com três tatuagens expostas, uma pequena cruz próximo a mão, uma na nuca, que era um nome, tinha Sophia, e eu me lembrei da Sophia lógico, e outra no pulso, dessa vez era uma frase "Stay Strong". - Vai ficar me olhando nervosinha ?
-Não estava te olhando. -Desconversei.
-Pode ser. Vai querer o que ? - Ele me perguntou me olhando com cara de ué.
-Essa frase aí. -Apontei pro seu pulso.
-150 reais. -Disse ele ainda com o olhar de desdém.
-Tá louco ? - Pergunto e cruzo os braços.
-Não. -Ele foi seco. E eu me irritei.
-Ah, quer saber ? Vá se ferrar. -Disse e sai batendo pé.

Eu fui caminhando até o colégio em passos largos, pois se eu chegasse a tempo dava pra pegar o primeiro tempo.

Mas, quando cheguei lá eu só poderia entrar no segundo. E ainda por cima levei uma bronca; o colégio em que estudo é Municipal, ou seja é público, porém ainda tem muitas patricinhas; eu já estava sonolenta, mas tinha que aguentar ainda tinha o trabalho.

Eu trabalho num escritório de advocacia, lá é até legal, ninguém se importa comigo e eu não me importo com ninguém.