05.II

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Digamos e suposemos que a felicidade é a nossa única solidão. Sem essa de suicídio.”

–Tsc.–Me assusto com a Katrina e a Kendra praticamente me fitando e acabo despertando.
–Porquê me olham assim ?–Perguntei irrelevante de toda situação.
–Você é idiota. –A Kendra soltou e eu a fitei sem entender.
–Kendra!!!–A Katrina a repreendeu.
–Não tem problemas.–Disse.– O que houve ?
–Porquê você fez aquilo ? Cê acha que isso tudo é real ?–Galahr chegou falando alto, ele estava furioso. Me ergui na cama e fiquei o olhando assustada.–Você que criou esse mundo Sara, você cria um mundo imaginário, porquê a sua vida real é patética.–Me lembrei que o Rafael me falara essa frase em um dos nossos encontros no parquinho. –Somos criados por sua consciência, é seu subconsciente gritando e implorando por ajuda.
–Do que você está falando ?–Eu estava assustada demais. Minha vontade era de chorar.
–Suicídio ?–Ophélia entrará e começara a falar uma sequência de coisas.–Suicidio não é solução. Por mais abandonada que você esteja. Suponhamos que voce chega do colégio, entra no seu quarto, se tranca, e está destinada a tirar sua vida naquela tarde de sol estridente. Seu dia foi péssimo, você viu seu ex se flertando com a garota que te odeia, e suas amigas te dando as costas sem você ter feito algo, você é órfã, mas, tem pessoas que sempre estiveram ao seu lado, mas no momento não estão, ou estão, só que você está demasiada demais pra perceber. Voce se trancou, abriu sua caixinha de giletes respirou fundo, e nem se quer pensou nas pessoas que estão ao seu redor, e sem hesitar, passou a gilete na horizontal, deslacerando suas veias. Sua respiração desajusta, e seu corpo desfalecido caí sobre o carpete. Fim!–Ela olhou pra Katrina que tratou de continuar.
–Mais tarde, sua amiga que mora com você vai bate na sua porta, você não atende, pois já passou dessa pra melhor, sua amiga pensa que estas dormindo, dá meia volta e vai ao cinema com mais um de seus inúmeros ficantes, tudo ocorre bem no cinema, quando ela chega, vê que você não "acordou", pede seu ficante para arrombar a porta do seu quarto, pois estranha, você não é de dormir tanto. Ela já está desesperada, pois vê que você vinha andando depressiva,o ficante dela arromba a porta com facilidade, e vê seu corpo desfalecido debrussado no chão frio. Ele vai ver seus pulsos, e vê o corte, e fala “Sinto muito.” e estende o pulso aberto, o corte foi feio, fatal, sem volta, sua amiga berra, chora muito, muito mesmo, grita, vai até a janela e tenta se jogar, mas, seu ficante a impede, ela grita que a culpa é toda dela, e chora, e grita. Ela não acredita no que acabara de acontecer. Fim! –Agora a Kendra continua.
–No outro dia, a notícia se espalha no colégio, todos ficam em choque, as meninas que te odiavam por sabe-se lá Deus o que ficam perplexa e se culpam, elas não tem reação. O seu ex ? Derruba a carteira em que estava sentado quando lhe dão a noticia e sai desesperado. Suas amigas ? Se perguntam como não tinha visto o que estava acontecendo. E o pessoal do orfanato que tu morou, quando sabem da notícia, conseguem achar seus pais. E quando eles souberam, meu Deus, não aguentaram, choraram. Gritaram. Eles achavam que a filhinha deles estava protegida de todo má carma que a familia carregava. Sim, eles sabiam da sua existência. Fim! –Galahr continua.
–O dia do seu enterro chega. Ninguém tem palavras certas para destinguir aquele momento. Todos estão lá, até quem você menos esperava. O momento de descer seu caixão chega, sua amiga se joga em cima dele e implora que voce volte, diz momentos bonitos que vocês já viveram, não foram poucos, foram muitos e belos. Seus pais estão lá, ninguém desconfiam, mas eles estão lá, catatônicos e sem reação. Seu ex namorado saí assim que a sua amiga começa a chorar. Ele se culpa pelo termino, pelo flerte, pela sua morte. As garotas que te odiavam, na hora em que desceram o caixão elas pediram perdão, culparam, indiretamente. E o resto da população não acreditara que a menina de belo sorriso, de conselhos indescritíveis, de boa áurea, atitudes maduras, e de áurea bela, tinha se suicidado. Era surreal. Fim!–Ophélia tomou a palavra novamente.
–O tempo se passou, a vida de todos não voltaram ao normal. Sua amiga, tentou se suicidar diversas vezes, entrou em depressão. Ela sempre chorava nas madrugadas, lembrando de quando vocês sentavam para jogar banco imobiliário. Seu ex ? Coitado. Ficava com uma e com outra, na tentativa falha de tentar te esquecer. As garotas que te odiavam, ficaram anoréxicas. Seus pais, deles sim tenhamos pena, seu pai entrou em depressão e morreu, sua mãe ? Coitada. Sofre de Alzheimer. E a população ? Nunca esquecera, do bem que voce já fez para cada um. Fim!
Ao que queremos chegar é quê, você se suicidando, você não só se mata, mata quem você ama, mata quem te ama, nunca isso seria uma opção. É melhor você tentar lutar, e lutar, do que chegar e se matar. Você perde um ouro enorme. Que é a vida.–Ophélia finalizou e não compreendi nem metade.
–Bela historia, mas eu não entendo, disso tudo ser um sonho.–Disse.
–Tudo que você viveu, é um sonho..–Antes dela completar, algo meio em que me puxou. Foi extremamente estranho. Senti algo me desmasiar, fiquei perplexa, o que eu sentia era estranho. Completamente estranho. Um sonho ? Como assim ?

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