Capítulo 27.

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-Moço, me ajuda moço, minha namorada está morta, desmaiada, sei lá.-O Rafael falava num tom de voz parecendo que ia chorar.
-Óh céus!-O gerente meio "gilete" chegou.-Como isso aconteceu senhor ?-O mesmo se abaixou e começou a tocar em mim, ele parecia assustado.
-Eu não sei, eu quero minha namorada de volta, olha moço, ela está sangrando muiiito, chama a samu, chama!!!-Ele começou a gritar e creio eu que todo mundo veio ver o que estava acontecendo.
-Óh céus. Espera um minuto senhor.-Ele disse e saiu.
-Não moço, chama um táxi.-O Rafael sugeriu.
-Okay moço, tudo bem, tudo bem.-Ele disse todo nervoso e saiu pra chamar o táxi.

Não demorou muito e o táxi chegou o Rafael me pegou no colo e me colocou dentro do táxi, o taxista nos olhava assustado, pra nossa sorte o jantar foi pago junto a viagem do taxista. Quando o Rafael me colocou no táxi, e o taxista deu partida, eu desandei a rir com o Rafael.

-Sua palhaça. -O Rafael disse em meio a risos.
-Você atuou muito bem.-Disse em meio aos risos.
-Eu sei.-Ele se gabou.
-Tirado.-Disse e dei um soquinho de leve no mesmo.

Ficamos passeando pela cidade, em alguns pontos em que ele foi mais cedo. Eu não estava muito no clima de quatro paredes, a notícia que veio pela manhã acabou desabando qualquer tentativa de me destrair, eu tentava não pensar, mas quando o Rafael me tocava, me beijava eu me sentia frustada, praticamente eu estava com medo, muito medo, eu não poderia abortar essa criança nem nos meus piores pesadelos, essa criança não tem culpa nem dos meus piores erros, e também eu já fui órfã, e isso eu não quero pro meu bebê, eu só quero criar um "amor" por esse bebê.

-Quer voltar pro hotel amor ?-Ele me perguntou cortando o meu transe.
-Quero ficar agarradinha com você.-Disse e coloquei minha cabeça em seu ombro.
-Tá, então vamos pro hotel, ficar juntinhos.-Ele disse e acariciou os meus cabelos.
-Obrigado.-Agradeci e sorri fraco.

Logo chegamos no hotel de volta, o pessoal não estava lá, por isso fomos juntos pra suíte, do jeito que eu estava eu me joguei na cama, e mil e um pensamentos começaram a passar em minha cabeça, muitas coisas ficaram em próximos planos, quem sabe até pra próxima reencarnação, rave com os amigos sem chances, meus estudos, já era, as criticas ? Meu Deus, é o que mais me preocupa são as críticas, tenho medo, muito medo das malditas críticas. Não consegui me segurar e desandei a chorar.

-Amor, o que houve ? Fiz alguma coisa de errado ?-O Rafael veio até mim preocupado.
-Me abraça, por favor.-Disse. Mas, não desejei o abraço dele, desejei o abraço do Pietro.

O abraço não durou muito, me afastei dele e saí da nossa suíte, ele ficou sem entender mas não veio atrás de mim. Corri até a suíte do Pietro, e bati, bati, até que ele atendeu, ele estava com a maior cara de sono, mas ao me ver aos prantos abriu a porta assustado.

-Fecha a porta por favor.-Disse em meio as lágrimas. Ele fechou a porta e veio até mim.
-O que houve Sara ?-Ele se sentou ao meu lado.
-Eu não sei.-Disse e comecei a chorar mais, eu não ia contar pra ele agora, só quem sabia era a Katherine, e somente.
-Pode contar comigo, quando se sentir preparada.-Ele disse. O mesmo me abraçou por trás, e aqueles toques me trouxe calafrios, tentei vomitar as borboletas que o mesmo despertou, mas foi impossível, e aí que eu constatei: Droga, ele me ganhou.
-Pietro.-Respirei fundo e peguei toda coragem possível. Ele respondeu um "oi" singelo.-Eu estou grávida do Rafael.

Ele ficou calado e pálido, a única reação dele foi me abraçar mais forte. Ele escondeu seu rosto em meus cabelos e fez carinho no mesmo. Depois de longos segundos ele resolveu falar algo.

-Como é que você se sente ?
-Não sei como me sinto.-Disse na tentativa de procurar respostas.
-Você vai ser mãe do seu amor.-Ele disse. Mas, mal sabia ele que foi ele quem despertou minhas borboletas.
-Sei lá, talvez eu não queira. Eu nunca tive uma mãe, não sei o que é mãe, não sei o que significa ser mãe.
-Talvez signifique dar amor, carinho, colo, e ceder muitas coisas.
-É, talvez seja isso.-Disse e olhei nos olhos dele.

Seus olhos era incógnita que eu adoraria desvendar, mas, se fosse desvendada perderia toda a graça, ah, se eu pudesse o pegaria para mim na primeira tentativa possível.

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Gente, desculpa por não ter postado, é que estou com uns problemas muiiiiito problemático, e agora não vai dar pra postar constantemente. Demorei pra terminar esse capitulo, mas consegui. Se vocês gostaram comentem, e dêem estrelinhas e indiquem o livro pra seus amigos do WattPad.

Bjs, e até a próxima :)

Os Últimos Cortes.Onde histórias criam vida. Descubra agora