"Ah, pequena e amarga reviravolta.".
Pego o telefone fixo eufórica, e coloco o mesmo em meus ouvidos, não sei o que aquele povinho do orfanato tem para me dizer, algo bom que não é, só pode.
Ligação Onn.
-Alô ? - Digo tentando manter a calma, mas era meio impossível com a Sophia parada na minha frente me olhando nervosa.
-Senhorita Sara Maia ? -Aquela era a Jerdrudes, uma senhora que cuidava das adoções ou caso os pais aparecerem.
-Jerdrudes, não precisa me chamar de senhorita, apesar que o tempo passou muito rápido. -Ironizo. -Mas, sim sou eu.
-É necessário Sara. -Ela faz uma voz seria e logo um sorriso de lado que estava estampado em meu rosto se fecha. -Seus pais estão aqui Sara bem na minha frente. -Quando ela disse isso, eu fiquei paralisada sem ter por que e nem para que.
- O que ? -Digo, pois foi a única coisa que consegui dizer depois daquela informação fatatica.
-Eles querem te ver, e como você ainda é de menor, como já tínhamos conversado com você antes de você ir embora, caso alguém aparecesse ou seus propôs país aparecesse aqui, poderíamos dar entrada nos papéis de adoção pois você ainda é de menor; e eles já deram entrada. -Ela diz como se estivesse a bomba relógio explodir.
-Manda eles voltarem pros infernos deles Jerdrudes, eu não vou embora daqui não, agora eles vem me procurar ? Eles não sabem o quanto eu sofri com a ausência deles, só querendo um abraço, um "eu te amo". Eu não saio daqui Jerdrudes. -Digo alterada e a Sophia que antes estava nervosa, ficou pior, começou a soar.
-Sara querida, não é assim, você precisa ir com eles. -A Jerdrudes tenta me convencê, mas sou teimosa e não tem quem faça.
-Ah, preciso ? Agora ? Não mesmo. Uma vez magoada duas vezes mais fria, passar bem. -Desligo o telefone e o arremesso pela pela pequena janela instalada no banheiro.
Ligação Off.Tranco a porta do banheiro e ouço a Sophia bater e me perguntar o que ouve, ou o que a Jerdrudes disse, porém a ignoro. Me sento no chão frio do banheiro e começo a chorar sem ter por que e nem para que.
É incrível em como os meus pais vem atrás de mim bem na hora em que eu estou nem aí para eles, parece que só se deram conta de que eu existo hoje, quer sabe !? Que eles vá se danar, eu não me importo com eles.No mesmo instante me vejo conturbada e em meio a lágrimas me levanto, e vou uma necessarie e pego uma gilete, e passo uma, duas, três, quatro, cinco, seis vezes sobre os meus pulsos. Não aguento mais essa vida, os outros só sabem que existo quando já estou anestesiada e acostumada com tudo isso, com a solidão e a tristeza, não vejo a hora dos últimos cortes serem passados sobre estes meus malditos pulsos. Minha vida é uma mó mediocridade.
Depois de uns tempos chorando, me cortando, me levanto do piso molhado, e tomo outro banho, após o banho saio do banheiro e vejo a Sophia sentada no chão chorando.
-Ah Soph...-Vou até ela e a abraço.
-Você vai me abandonar né ? -Ela me pergunta dentre soluços.
-Não, nem morta. - Forço um sorriso, e é fácil fazer isso, sempre fiz.
-Você é muito importante para mim. -Ela diz e me abraça.
-Você também. -A Abraço e me seguro para não chorar, pois como eu já disse, não sou de chorar na frente de ninguém. -Agora vai preparar algo pra comermos, preciso me trocar. -Sorrio fraco e a mesma só assenti. Ela sai e eu me troco. Visto uma camisa GG preta, com uma anja segurando uma maçã; visto um shorth comum, e calço minha havaiana, faço um coque qualquer no meu cabelo, e saio.Quando chego na cozinha vejo a Sophia segurando um balde de pipoca e dois copos de refrigerante na mão.
-Dá isso aqui, você vai acabar derrubando. -Digo e pego os copos de refrigerante da mão dela.
-Até que enfim. -Ela resmunga. -Vamos assistir Jogos Vorazes. -Ela diz e eu dou de ombros.Eu e a Sophia ficamos assistindo, mas, eu resolvo contar do que houve hoje mais cedo entre mim e o tal Rafael.
- Soph...-A chamo.
-Xii, tá melhor parte. -Ela coloca um monte de pipoca na boca e resmunga.
-Presta atenção aqui poxa. -Fico na frente da TV.
-Saí Sara. -Ela resmunga.
-Fiquei com um menino hoje. -Solto só para ver se ela vai se interessar.
-Quêê ? -Ela arregala os olhos e eu assento. - Me conta isso direito. -Começo a contar detalhes por detalhes para Sophia que está boquiaberta.
-Sei não hein ?! Menino mais petulante e misterioso. -Ela me olha como se estivesse me repreendendo.
-Pois é. -Tento fugir do assunto, pois não quero passar a noite pensando no fulano.A noite custa a passar e eu pego no sono ali mesmo.
__________
Acordo com o celular da Sophia despertando; me levanto e lavo a louça suja, e depois tomo banho. Não arrumo meu cabelo, só faço um coque e acabou, nem um make eu fiz, estou com uma preguiça tremenda. Quando passo pela sala não vejo a Sophia, ela já deve ter ido se arrumar. Vou até a cozinha e coloco meu café, em minutos a Sophia aparece.
-Bom dia.-Ela me cumprimenta.
-Bom..-Dou um gole no meu leite. - Vamos adiantar, estamos atrasadas. -Ela olha pro relógio que aponta ser 7h:10 da manhã.
-Ook, vamos.Pego minha mochila e saio acompanhada da Sophia, vamos conversando o caminho todo.
Quando chego no colégio vejo um carro diferente, e preto estacionado. Passo pelo mesmo e ouço alguém me chamar, viro-me e vejo um moço muito bem vestido, parado, ele tem os olhos cinzas triste, seus cabelos são grisalhos e sua expressão é familiar, suas bochechas parecem com as minhas, seu modo de olhar para tal lugar parece com os meus.
A porta do carro se abre e de dentro sai uma mulher de longos cabelos castanhos, um olhar mimoso, ela estava trajando um vestido vermelho, seu olhar perdido aparenta desespero. Olho o casal com indiferença e fico ali parada com a maior cara de ué.-Minha filha. -A mulher vem até mim e me abraça, mas eu surpresa não revido, só sou embrulhada por seu abraço quente.
***
Anjos, obrigado por estarem lendo minha mais nova história e espero que estejam gostando, e não se esqueçam das estrelinhas e dos comentários. Mas, eu não vir aqui para lembrar a vocês, vir aqui para informar os dias de publicação. :)
Fiquem atentos.:
>> Terça-feira.
>> Quinta-feira.
>> Sábado.
>>Domingo.
Então é só isso, e não deixem de acompanhar. ♥
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Os Últimos Cortes.
Diversos"Nunca tive o corpo SUFICIENTE. Nunca fui amável o SUFICIENTE. Nunca fui legal o SUFICIENTE. Nunca fui SUFICIENTE. "