Halloween

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Halloween! Época de muitas pessoas ficarem felizes! Doces a vontade, pegadinhas, diversão, etc. Tudo às mil maravilhas... Bom, exceto para Noah. Ele estava se sentindo ridículo com a fantasia que seus irmãos o obrigaram a usar: Professor X dos X-men. Eles o vestiram com um terno, puseram uma peruca de careca em sua cabeça e colaram um X feito de papelão em cada roda de sua cadeira.

Seus dois irmãos eram dois bebezões, mesmo um deles tendo vinte anos e o outro quinze. Ambos sempre estavam aprontando, não especificamente juntos. O mais velho, Mark, era viciado em musculação. Ele montou uma mini academia em seu quarto e só sai de lá para comer, fazer suas necessidades e implicar com os outros. O mais novo, Drake, tinha um gosto mais voltado para o Oriente. Seus cantores favoritos eram de bandas de K-Pop e o garoto vivia assistindo desenhos japoneses no Notebook.

De tarde, Peggy apareceu na casa de Noah. Ela estava fantasiada também, vestindo roupas de fada —Um vestido purpurinado, uma asa purpurinada, uma bota purpurinada, uma peruca purpurinada... e neon. Sua maquiagem, como toda sua vestimenta, era purpurinada.

A menina estava lá para chama-lo para uma festa de dia das bruxas que ocorreria na casa de algum garoto que ela nem conhecia direito, mas, como em todas as festas de estudantes do terceiro ano, não precisava necessariamente conhecer o anfitrião para sentir-se convidado. Noah, obviamente, não aceitou. Dizia estar ridículo com aquela fantasia e blábláblá, mas, no fim, teve que concordar quando soube que sua namorada também iria.

Marcy chegou pouco depois de Peggy, estava, inusitadamente, vestida de Jean Grey, também dos X-men, o que combinou com a fantasia de Noah.

—Acho que nos combinar é coisa do destino.— Falou o menino se endireitando na cadeira quando a viu entrar pela porta. Marcy riu e aproximou-se dele, beijando sua bochecha.

—Pois é.

Com a permissão de seus pais, Noah foi para a festa. Greg, seu melhor amigo, apareceu com o carro e levou Noah, a namorada e a melhor amiga —Ele estava vestido de jogador de basquete. No som do carro, apenas tocava músicas nigga. Greg valorizava muito a cultura negra. Tinha orgulho de ser negro, de ser excelente no basquete, de ser um garanhão e de se gabar do tamanho de seu órgão sexual, o qual, garantia, era do tamanho de seu antebraço.

Ao chegar na festa, Greg ajudou Noah a passar do carro para a cadeira, mas sem fazer muito esforço. Noah não gostava de ser ajudado, preferia fazer tudo sozinho, e até que estava se saindo muito bem. Não era difícil identificar o local da festa. Me diga, qual casa tem um som extremamente alto, pessoas bebendo na entrada e decoração macabra se não for o local de uma festa de Halloween?!

Os quatro adentraram a casa e, de cara, encontraram uma cortina de fumaça branca cobrindo todo o imóvel. Luzes coloridas brilhavam, sendo refletidas na nebline e dando um ar de boate. No meio da fumaça, pessoas e mais pessoas dançavam no espaço que parecia ser a sala de estar. A música era ensurdecedora ali dentro, nem que se falasse pertinho do ouvido um do outro dava para identificar direito o que era dito.

O grupinho juntou-se aos outros adolescentes, não demorando muito para se dispersarem. Greg encontrou seu grupo do time de futebol americano, Marcy se juntou a suas amigas do grupo de líderes de torcida e Peggy bebeu um copo de Vodka — Ou seja: Ficou no banheiro vomitando até desmaiar ali mesmo. No fim, Noah estava sozinho no meio daquela loucura toda.

O menino rolou sua cadeira, pedindo espaço para passar —Mas não sendo ouvido—, e direcionou-se para algum lugar mais vazio na festa. Depois de ser amaçado por diversas bundas —masculinas e femininas—, ser empurrado e ter a perna encharcada por um copo de energético, ele finalmente conseguiu chegar até o corredor da casa. Seguiu rolando por ali e, mais à frente, achou uma porta de vidro aberta, a qual dava para um amplo quintal na parte de trás da residência. Ali tinha uma piscina, churrasqueira, luzes coloridas e, o mais importante, aparentava estar vazio.

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