Capítulo 6 - Hora da verdade.

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Os telões já não passavam a letra da música, agora eles passavam o que Anny nunca pensou ver, em uma das fotos Antoni abraçava aquela estranha, em outra a beijava. Um turbilhão de pensamentos veio como cheio em sua mente. Aquela mulher estava falando a verdade! Não podia acreditar, como se não bastasse às fotos que passavam nos telões a protagonista delas aparece na entrada da igreja e grita para que todos na igreja escutassem.

- Viu noivinha! Se tivesse me escutado lá fora, não passaria por isso com tantas pessoas para testemunhar. E Antoni, se você não quis me assumir, ficar comigo às claras, você também não ficará com ela. – Falou apontando o dedo em direção a Anny, logo em seguida dando um sorriso que ecoou por toda igreja.

Nesse momento alguns convidados se dirigiram até a mulher e a levam para fora da igreja enquanto grita:

- Antoni, eu te amo! Sei que me ama também. Lembra o dia que me disse isso pela primeira vez? Acredito no nosso amor!

Anny ainda estava sem reação, eram tantas lágrimas que saiam de seus olhos que chegavam a embaçar sua visão, começou a se sentir sufocada e de repente sentiu todo seu peso desaparecer. Na realidade tinha desmaiado.

Antoni a pegou nos braços levando-a para a sacristia, chegando lá, posicionou cuidadosamente seu corpo em um sofá, logo atrás dele entraram César e Lory e em questão de segundos, César voou em cima de Antoni lhe dando um soco na cara, zonzo pelo golpe certeiro e inesperado caiu ao lado do sofá.

- É assim que pretendia fazer minha sobrinha feliz! Promessa de pessoas sem caráter não são cumpridas. Como me enganei com você... Pensei que era diferente... Você se mostrava outra pessoa! Nunca mais se aproxime dela! Entendeu? Saia daqui, seu falso, enganador. – Disse César com uma sede de sangue nos olhos.

- Senhor César, juro por tudo que há de mais sagrado, não conheço aquela mulher. Isso é um mal entendido... Estou tão confuso quanto vocês, por favor, acreditem em mim. – levantou - se, com os olhos cheios de água, olhando para César e Lory a sua frente. Ele sabia que com aquilo poderia ter perdido o grande amor de sua vida, se havia algo que Anny não perdoava era traição. Ele tinha plena consciência de que não havia feito nada, mas também viu as fotos e elas não pareciam ser montagem, não sabia como aquela mulher conseguiu aquelas fotos, mesmo assim, tinha que deixar claro pra todos que era inocente.

- Me poupe de suas mentiras, seu fraco! Ao menos assuma o que fez.. Todos nós vimos às fotos. – César cuspia as palavras.

Enquanto isso, Lory estava tão confusa que só conseguia chorar descontroladamente, nesse momento Sara entra na sacristia.

- Por favor, Sara leve Lory para tomar um ar e despache todos os convidados. – Falou César. Sara saiu ajudando-a, ela estava muito inconformada.

Antes de sair, Lory virou-se para olhar nos olhos daquele que tanto lhe decepcionou. - Nunca esperei isso de você, era como um filho pra mim e agora é um total estranho. Porque? – Balançava a cabeça em negativa chorando ainda mais, dava para sentir em cada palavra o tamanho de seu ressentimento.

Após a saída de Lory e Sara, César foi logo empurrando Antoni para fora.

- Por favor, deixe-me ajudá-la, esqueceu que sou médico? – Indicava com as mãos para onde Anny estava, aflito com sua demora em acordar.

- Faça isso e vá embora! – Falou César sentando em uma cadeira que havia no local, colocando a mão nos olhos, chorando silenciosamente.

Antoni a examinou e constatou que foi um simples desmaio por conta do ocorrido. Nesse momento Anny começou a recobrar a consciência, ele a abraçou. Ela sentia sua cabeça meio pesada, começou a lembrar do ocorrido. Não podia ser verdade pensava ela, imóvel, enquanto sentia os braços fortes de Antoni a abraçado, mas em instantes o abraço foi desfeito por seu tio César que exigia alterado que ele saísse do local. Anny era pura lágrima naquele momento.

- Anny, por favor, me escute! Eu não a conheço, por favor, eu te imploro, me escute, eu nunca faria isso com você meu amor. – Enquanto gritava era empurrado para fora por César.

- Tio, por favor, nos deixe a sós. – Sua voz saiu mais arrastada do que ela pensou que sairia. César ainda abriu a boca para falar algo, mas acabou fazendo o que a sobrinha pedia.

Antoni começou a derramar algumas lágrimas, ela nunca o viu chorar, aquilo era novo, mas aquele choro não comovia, não remetia a nada que a fizesse se compadecer da situação. Como podia ser tão boba? Enganada debaixo do próprio nariz! Tola, isso é o que sempre foi. Ela o amava. Como podia isso? Traída? Aquela dor era sem tamanho. Insuportável, seu ar faltava, seu coração pulsava mais rápido que o necessário. Em que momento tudo começou? Aquela pergunta ficava martelando em sua cabeça.

Seus pensamentos pesaram tanto e suas lágrimas de dor não se continham mais em seus olhos e escorriam por toda face, fazendo toda a maquiagem borrar. Demoraram alguns minutos calados, apenas fitando um ao outro e chorando. E enquanto isso ela deixava sua ficha cair. Todo esse tempo enganada, traída.

Em seu rosto começou a se formar uma expressão de nojo e repugnância. Antoni estava perdido naquele olhar gélido, frio que recebia.

- Meu amor, eu juro que não fiz nada, por favor, acredite em mim. – Antoni chorava e pegou a mão dela.

Raiva! Repulsa. Era o que sentia. Havia entregado seu coração para ele, e o que ele fez? O destruiu, o quebrou. Não suportando mais, exclamou bem alto fazendo, ecoar em toda igreja e assustando a todos que se encontravam fora da sacristia.

- Nunca mais me chame de amor! – Suspirou, tirou suas mãos das de Antoni, não conseguia suportar seu toque, deu uma volta passou a mão no rosto, arrancou o véu e então continuou com o tom um pouco mais baixo. - Você sabe o que é amar?.. Antoni! Eu me entreguei a você de corpo e alma, te amei com tanta intensidade!... E, é isso que recebo em troca?... Traição?... Humilhação?... Não batava ter me traído, tinha que tirar fotos dos momentos de aventura?

- Eu juro que nunca te trai amor. – Olhava-a com amor, medo, lágrimas.

- Não jure.. Não minta.. Não sou mais cega! Só tenho uma pergunta pra você... Por quê?... Por quê?... Preciso da verdade. E quem sabe um dia eu te perdoe. – dava para sentir a dor em cada palavra dita.

- Nunca te trai. – Continuou ele firme em sua palavra.

- Estou te dando à última chance de falar a verdade. – Anny não se controlava, tremia, chorava que soluçava.

- Por favor, acredite.. Nunca te trai. Você é única pra mim.. Eu sou seu e você é minha pela eternidade.. Lembra? – Deu dois passos em direção a Anny.

- Olha não quero mais te ver na minha frente nunca mais, entendeu? Jamais existiu você e eu, existiu apenas uma Anny boba, cega, não sou mais sua e você nunca foi meu.. Desapareça da minha vida, não quero mais mentiras... Te odeio, Antoni... Sua última chance acabou, só queria a verdade. – Ela não queria ficar nenhum minuto sequer na presença daquele mentiroso.

Então saiu correndo pela porta dos fundos da sacristia sem direção, estava tão desnorteada, trêmula, sem chão. Antoni gritava por ela, repetia seu nome, pedia que parasse, mas continuava correndo, tentando fugir de uma realidade dolorosa que seu coração insistia em não aceitar. Ele vinha logo atrás dela e viu toda a cena, que parecia passar em câmera lenta diante de seus olhos, ele correu o máximo que pôde, mas não foi o suficiente. 

O que acharam? Quanta confusão hein!? Quem mente? Quem fala a verdade? Rsrsrs.. O que será que aconteceu com Anny? Saberemos no próximo capítulo.. Não esqueçam de dar suas opiniões.






As voltas que o mundo dá {CONCLUÍDO}Onde histórias criam vida. Descubra agora