Capítulo 15 - O fim?

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Sara via tudo estática, até que decidiu chamar alguém, mas antes arrumou a cortina que tinha puxado deixando tudo exatamente igual. Saiu e então foi até a sala de Flávio chamá-lo.

- Flávio aconteceu alguma coisa com Anny, ela começou a passar mal. Acho que foi por causada presença de Antoni! Vamos rápido! – Ela sabia que Flávio amava a profissão e que acima de qualquer coisa, queria o bem-estar de seus pacientes e se Antoni ameaçasse a integridade de Anny, mesmo sendo grandes amigos não o deixaria vê-la, o que seria ótimo para ela.

- Não acredito, no dia em que acorda passa por um estresse desse, pobre Anny. – Falava ao mesmo tempo em que andava rapidamente deixando Sara um pouco para trás.

- É coitada da minha amiga. – Por dentro se perguntava o porquê de Anny sempre conquistar a todos, sempre ser o centro das atenções, sempre a querida.

Chegaram ao quarto, Anny estava desacordada, Flávio ficou perplexo.

- Sara... – Entregou-lhe o telefone de quarto. - Disque 222 e diga código 14, quarto 311.

- O que está acontecendo?

- Isso é mais grave do que eu imaginei, ela teve uma parada respiratória.

Enquanto Flávio fazia massagem no peito de Anny, Sara fez a ligação e logo duas enfermeiras entraram, uma pediu para que ficasse do lado de fora aguardando, mais alguns enfermeiros entraram no quarto e Sara percebeu que estava sério quando chamaram outro doutor pelo alto-falante. Nesse momento um Antoni nervoso apareceu em seu campo de visão.

- O que aconteceu? – Sacudiu Sara. – O que aconteceu Sara, Fala!

- Não sei! Ela começou a passar mal, eu chamei o Flávio e... Entraram outros enfermeiros... Ai! Não me deixa mais nervosa! – Começou a derramar algumas falsas lágrimas.

Antoni soltou os braços de Sara e a passou as duas mãos nos cabelos, deu um suspiro. – Desculpe-me... Eu vou enlouquecer. – Jogou a cabeça para trás e uma lágrima caiu, olhou Sara nos olhos apontou para a porta e disse: - Essa mulher que está dentro desse quarto é minha vida... Me diz... Como vou viver sem minha vida? – Antoni escutou o chamado por outro médico e sabia muito bem o que aquele código usado significava, ela podia está morrendo naquele momento. - Vou entrar.

- Mas, Antoni você não pode! –   Ela tentou intervir.

- Isso é o que vamos ver! – Entrou, deixando Sara com cara de poucos amigos.

Após entrar, um enfermeiro ficou na porta impedindo que qualquer outra pessoa entrasse.

Já dentro da sala, Antoni via pela máquina que outrora denunciou o nervosismo de sua amada ao vê-lo, agora o coração dela parando. Enquanto todos tentavam reanimá-la, se perguntava como ela chegou naquele estado, se mais cedo parecia estar bem. Aproximou-se e a única coisa que consegui fazer foi pegar na mão dela e sussurrar ao seu ouvido: - Volta pra mim meu amor, você prometeu que seria minha pela eternidade, não me deixa aqui sozinho. – Lágrimas já caiam de seus olhos molhando toda sua face.

Ninguém o impediu, apenas chegaram à conclusão que era tarde demais.

De repente todos pararam e observaram aquela cena de boca aberta, assim que Antoni terminou de sussurrar no ouvido de Anny, seu coração começou a voltar ao ritmo normal. Ela apertou a mão dele com força e depois desmaiou.

Fizeram todos os procedimentos padrões e ficaram somente Antoni e Flávio no quarto.

- Sara disse algo para ela. – Flávio falou sério.

- O quê? – Antoni não tinha certeza da veracidade daquela acusação.

- Só ficaram as duas aqui, Anny não teria uma parada respiratória do nada, eu a examinei antes de sair daqui, ela estava bem! Pressão arterial, batimentos cardíacos, tudo fisicamente bem. Acredito que foi algo emocional.

- Vou chamar ela aqui!

- Aqui não, melhor na minha sala! Vamos? – Apontou para a porta.

Antoni foi até sua amada e deu um beijo em sua testa. Os dois saíram e deixaram o enfermeiro que estava na porta a observando.

- Sara venha conosco. – Antoni falou seco, e Sara já começou a se preparar para sua encenação.

- Minha amiga está bem? – Ela transparecia uma preocupação, que não era pelo estado de Anny e sim pela forma que Antoni a tratou.

- Conversamos em minha sala. – Flávio respondeu sem olhar em sua cara. Antoni ia à frente, estava muito chateado para falar com ela.

Todos entraram na sala. E Antoni rompeu o silêncio. - O que vocês conversaram dentro daquele quarto? – O olhar dele estava assustador, parecia que a qualquer momento pularia no pescoço de Sara.

- Bom ela pediu para que eu ficasse com ela por um único motivo... Queria saber o porquê de Samuel lhe chamar de assassino, eu tentei fugir do assunto de todas as maneiras... – Ela andava de um lado para o outro, olhando para o chão. Levantou sua cabeça e olhou nos olhos de Antoni. - Eu disse a ela que não era a melhor pessoa para falar sobre aquilo, mas ela implorou por nossa amizade, entende? – Ela elevou a voz para parecer perder o controle. Antoni estava encostado na mesa de Flávio com os braços cruzados a olhando, enquanto Flávio encontrava-se em sua cadeira olhando os dois e observando o que há muito tempo Lara falava, aquela mulher não prestava.

Sara suspirou e continuou. - Eu... Eu... Disse que ela havia perdido o bebê e que Samuel culpava você por isso, disse também que seu tio estava adoentado. Desculpem-me... Eu... Eu... Não sabia que seria tão nocivo a ela... Eu a amo!! Sou uma idiota! Deixei-me levar por nosso sentimento de irmandade e acabei falando demais... – Ela chorava, borrando toda a maquiagem, colocava as mãos no rosto e seus soluços comoveram Antoni que andou até ela e a abraçou. - Ficará tudo bem, não se culpe por isso, você fez o que achava melhor para ela, tenho certeza que não fez por maldade.

Flávio balançava a cabeça e se perguntava como tão de repente ficaram íntimos daquela maneira? Coçou a garganta e os dois desfizeram o abraço.

- Como está a Anny? – Sara aproveitou para falar, antes que alguém a culpasse.

- Com tudo que você contou aqui conclui minha teoria, Anny entrou em estado de choque o que provocou uma parada respiratória, isso pode ocorrer sozinha ou com parada cardíaca, no caso dela ocorreu com parada cardíaca, o que é mais conhecida também como parada cardiorrespiratória. Fizemos todos os procedimentos e ela ficará três dias em observação, mandaremos a psicóloga para elas conversarem um pouco. E Sara, por favor, evite comentários que a alterem, isso tudo foi um choque para ela, vamos tentar entender, ela está vulnerável. – Flávio falava com calma e educação, mas algo em sua mente dizia que aquela mulher não fazia bem a sua paciente e amiga.

Ouviram algumas batidas na porta, Lory e Samuel entraram, o ar ficou quase que irrespirável para Antoni que no mesmo instante pediu licença e passou por Samuel mais que depressa. Flávio começou a explicar a situação de Anny para os dois, enquanto Sara limpou o rosto e sorrateiramente saiu da sala indo atrás de Antoni.

O que acharam? Por favor, me digam, preciso saber se gostaram... E Anny, meu Deus quase que ela se foi... Sara indo atrás de Antoni, justamente quando ele está tão abalado, não sei não... Até o próximo capítulo amores... Beijos da Amanda...

As voltas que o mundo dá {CONCLUÍDO}Onde histórias criam vida. Descubra agora