Capítulo 33 - Destruir

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Apesar da tontura seguiu em frente, antes de subir na escada que levava ao telhado do hospital se apoiou na parede e respirou fundo na tentativa de melhorar, quando sentiu-se melhor começou subir o mais rápido que conseguia, chegando lá, andou até a estufa e começou a dar seu "toque" na decoração.

- Vou deixar você linda! – Exclamou e logo em seguida começou a quebrar os vidros derrubar os jarros, destruir as flores, tudo isso enquanto esbravejava e amaldiçoava.

- Eu odeio os Collins, odeio a Anny, odeio a todos! Eu ainda vou sair vitoriosa! Eu ainda vou ter você! - Uma fina gota de suor correu de sua testa em direção, suas bochechas que estavam vermelhas devido ao esforço.

Só parou quando estava totalmente esgotada. Ajeitou seus cabelos e desceu a escada decidida a mudar para sempre sua vida, queria destruir o coração de sua amiga, assim como o seu estava destruído. Alguém tinha que compartilhar de sua mesma dor.

- Se você não vai ser meu, não será de mais ninguém! Principalmente dela! – Havia ódio em cada palavra dita.

Sara andava rapidamente, queria chegar ao seu destino o quanto antes, quando finalmente estava próxima ao quarto de sua amiga viu Samuel e Lory entrando, parou abruptamente, não poderia falar na frente deles, queria que tudo saísse perfeito, Anny ficaria totalmente destruída e sozinha, pensou. Resolveu ir para casa de Anny, precisava resolver tudo, deixar as coisas no seu devido lugar, antes de sua partida, já que, com certeza, depois de contar tudo seria expulsa de lá.

Enquanto ia embora Flávio tentou falar com ela, mas saiu velozmente, evitando qualquer contato. Era a primeira vez em sua vida que se sentia daquela forma, não queria ver ninguém, desejava apenas fugir e chorar, queria um colo amigo e sabia muito bem onde encontrar, antes de ir para casa de Anny teria um pouco de colo.

***

Dentro do quarto de Anny, Lory e Samuel entraram sorrindo, a conversa entre eles estava maravilhosa.

- Já estava com saudades de você minha princesa! – Samuel beijou o topo da cabeça de Anny.

- Você é demais Sam! – Incrivelmente ela parecia mais contente e isso não o deixava de todo satisfeito, não gostava do possível causador dessa felicidade.

- Vejo que está mais animada, o que aconteceu? Foi à conversa com aquele traidor que te deixou assim? – Samuel falou de forma ríspida e nesse mesmo instante Anny mudou a fisionomia, repreendendo ele com um olhar.

- Não acredito que conversou com aquele mentiroso! – Lory interferiu.

- Eu sei o que faço! Não venham dar palpite! Ninguém o conhece como eu! – Ela se exaltou.

- Tudo bem, fique calma. – Os dois falaram em uníssono.

Instalou-se um silêncio constrangedor no quarto até que Flávio entrou.

- Boa tarde, tenho uma ótima notícia para vocês. – O sorriso de Flávio era contagiante. - Fizemos mais exames no senhor César e ele está respondendo alguns estímulos, acreditamos que ele está se recuperando.

Anny começou a chorar. - Isso é ótimo, Deus é tão maravilhoso!

A alegria tomou conta do quarto novamente, naquelas poucas horas parecia que a tristeza não era tão grande. Que tudo não era tão doloroso.

- Flávio, quando vou ter alta? – Perguntou ela, curiosa e esperançosa.

- Bom... Como você está respondendo bem, não tendo mais nenhum descontrole no seu quadro, acredito que amanhã a tarde estará em condições de deixar o hospital.

As voltas que o mundo dá {CONCLUÍDO}Onde histórias criam vida. Descubra agora