Antoni passou todo aquele fim de tarde observando Anny, que parecia um ser celestial dormindo. Começou a imaginar como seria o filho deles, se iria ter aqueles olhos encantadores da mãe, ou seria parecido com ele? Jamais saberia. Seus olhos ficaram cheios de água e a culpa o consumia. Porque tudo aquilo tinha que acontecer com eles? Mereciam tanta injustiça? Sentou na poltrona próxima a cama de Anny e segurou a mão dela, estava tão cansado, após dias sem dormir o suficiente, seu corpo pedia que descansasse, embora ele resistisse, era difícil dormir, principalmente porque ao fechar os olhos sempre via aquela maldita cena de Anny sendo atropelada. Mas ali naquele quarto, ao lado da mulher de sua vida o sono chegou e ele não resistiu e dormiu, foi um sono tranquilo, como há dias não teve, sem pesadelos, sem acordar assustado.
Ao acordar percebeu que Anny estava na mesma posição, levantou-se e sentou na beira da cama, deu um beijo em sua bochecha.
- Estou com você meu amor. – Disse enquanto passava a mão nos cabelos longos e lindos de sua amada.
Como ele queria abraça – lá, era angustiante ter que vê-la daquela maneira, e saber que ela o odiava era mais doloroso ainda, não estava nem ligando por não acreditar nele, queria seus beijos, seus abraços, queria apenas ser feliz ao lado dela.
- Eu sei... – Ela respondeu em um murmúrio e ele ficou na dúvida se realmente ouvira aquilo.
Observou-a e viu que ainda dormia, ficou um pouco triste, pois tinha esperança, sentou-se novamente na poltrona, agora olhando em direção a porta e pensando em como chegou naquele ponto, tentou lembrar aquela mulher da foto, que ele supostamente beijava.
Lembranças.
Naquela manhã Antoni estava bastante ansioso, finalmente estava chegando o dia de seu casamento, tudo sendo organizado com a maior perfeição possível, Anny merecia o melhor.
Todas as manhãs ele corria no parque que havia perto de sua propriedade, era como se a corrida aliviasse as preocupações e problemas do dia a dia, era um momento só dele.
Uma mulher começou a correr ao lado seu lado.
- Bom dia. – Ela sorriu para ele.
- Bom dia. – Ele continuou olhando para frente.
- Você sempre corre aqui?
- Todas as manhãs. – Virou sua atenção a ela e percebeu que a moça tinha um sorriso atraente e cheio de malícia.
- Que legal, eu me mudei recentemente para esse bairro e amei esse parque. – Observou de relance que ela usava roupas que valorizavam suas belas curvas.
- É lindo mesmo, também gosto desse lugar. – Olhou de volta para a pista de corrida.
- Ei bonitão... – A mulher tentou chamar sua atenção novamente, mas ele entendendo o perigo que ela representava, continuou correndo e lembrando que o sorriso de sua futura mulher era infinitamente mais bonito.
-Ai! Ai! Ai como dói!
Antoni parou de correr e foi amparar a moça que estava caída no chão com as duas mãos pressionando o tornozelo.
- Calma moça, sou médico vou lhe ajudar.
- Olha! Ali tem um banco... Não quero ficar aqui no chão – Ela apontou em direção ao acento.
- Você consegue se apoiar em mim? – Perguntou gentilmente.
- Dá para me levar no braço? A dor está muito forte. Ai! Ai! – Ele pegou a mulher no colo, levando-a em direção ao banco, ela automaticamente passou as mãos por seu pescoço e encostou-se ao máximo de seu peito.
Chegando lá ele fez menção em tirar o tênis do pé da moça, que já estava sentada no banco.
- Com licença, posso ver?
- Por favor! Está doendo muito! – A mulher derramou uma lágrima.
Ele tirou o tênis e observou a área afetada. - Temos que por gelo no local.
- Minha casa é bem próxima daqui, pode me ajudar a chegar lá?
- Acho melhor você ir direto a um hospital. Tem que fazer exame de radiografia e dependendo do caso, uma ressonância magnética para mostrar se os ligamentos estão bem.
- Não! Preciso ir em casa primeiramente, olha é logo ali. Ai! – Ela apontou e ele viu que realmente era perto, não chegava a dar vinte metros de distância.
Ele olhou em seu relógio, coçou a cabeça. Não poderia deixar de ajudar uma pessoa.
- Certo, vamos?
Ela balançou a cabeça em afirmativa, ele a pegou novamente no colo, ela roçava seus lábios em seu pescoço de uma forma que o estava chateando. Chegando à portaria do prédio indicado pela mulher, colocou-a vagarosamente no sofá.
- Tem alguém que possa te ajudar daqui para frente? – Ele sabia que uma pessoa ao torcer o tornozelo não poderia forçar a região machucada.
- Você poderia subir comigo? – Mordeu o lábio inferior, enquanto se apoiava nele, aquilo estava sendo mais difícil do que ela podia imaginar.
- Não poderei fazer isso, estou com um pouco de pressa. – Uma linha de expressão se formou no centro de sua testa. Aquela mulher não estava mais reclamando da dor ou era só impressão dele?
- De qualquer forma obrigada, vou pedir para que o porteiro me ajude. – Ela o abraçou e por poucos centímetros não encostou os lábios nos dele.
- Preciso ir, boa sorte. – Se afastou, praticamente fugindo.
- Obrigada por tudo... Gostoso! – Não podia acreditar que ele estava fugindo, ninguém fugia dela assim.
Mulher mais louca! Pensou, enquanto se afastava rapidamente daquela maníaca.
...
Foi como se uma luz tivesse acendido em sua mente, era aquela mulher! Quando Anny estivesse melhor, com certeza iria naquele prédio procurar pela mentirosa, outras perguntas surgiam em sua mente. Como ela sabia seu nome? Como tinha conhecimento de seu casamento? E qual sua intenção ao fazer aquilo?
Estava próximo do dia amanhecer, deitou-se ao lado de Anny, encolhido e tomando todo o cuidado para não incomodá-la, ali dormiu novamente, um sono tranquilo, enquanto o dia não amanhecia e a realidade não o assombrava.
E essa lembrança, o que acharam? Quem será essa mulher? O que ela queria? Comentem e votem bastante amores!! Beijos da Amanda...
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As voltas que o mundo dá {CONCLUÍDO}
عاطفيةNão se engane com o título, achando que é uma história de um rapaz que dá o fora na garota e depois se arrepende... Anny Sousty, atualmente uma ótima arquiteta que já sofreu bastante na vida, encontrou seu grande amor, Antoni Collins que cursav...