Capítulo 9

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-ELENA. - assusto com o grito que meu pai dá quando seus olhos me encontram, ele segura uma garrafa de licor, usa suas roupas de sempre, seus olhos azuis como os do Niall estão avermelhados. Me ponho de pé e pouso o porta-retrato da minha mãe em cima da mesa. -Olha o que você me fez fazer.

-Eu não fiz nada. - falo.

-Fez sim, é por causa de você que eu sou assim. - ele aponta o dedo no meu rosto.

-Você é assim porquê você quis. - ele vem em minha direção e acerta sua mão na minha cara. -Agora vai me bater? Pode bater então. - ele acerta de novo, agora bem mais forte, que dou cambaleadas para trás.

-Fala como a sua mãe. - ele cospe e sinto o seu bafo de licor.

-Ainda bem que não puxei o meu pai, se não, eu seria uma imprestável. - ele mete a mão no meu rosto pela terceira vez.

-Eu nem sou o seu pai mesmo. - diz. O que? Impossível.

-Não vem inventar desculpas agora. - ele ri.

-Será que você ainda não entendeu Elena? Eu não sou o seu pai? - dou alguns passos para trás, pisco várias vezes e ele gargalha. -Agora acredita? Sua mãe me traiu. Eu podia jurar que você era a minha filha mas, antes dela morrer, ela me contou que você não era minha filha, só Niall, por isso que a espanquei até a morte. - não consigo encontrar ar nos meus pulmões. Eu passei todos esses dezenove anos achando que esse velho que me bate quase todos os dias fosse meu pai? Aquele que me estrupou quando tinha apenas quinze anos? E onde está o meu pai agora?

-Eu já estava ficando louco por não te contar isso, mas não aguento mais ver a sua cara, só me trás nojo, só me lembro da vez que encontrei o seu pai. - fala bebendo um gole do licor. -Quis quebrar o pescoço dele, e só de pensar ele com a sua mãe...

Finalmente meu cérebro conecta com a minha boca. -Por quê não me deixou na rua? Já que eu só te dava nojo? Huh? Eu tenho certeza que seria mais feliz nas ruas, se não estivesse com você. - grito. -Pode ficar com a casa, pode ficar com tudo, mas hoje você vai ganhar o que mais quer. Você nunca mais vai me ver, não vou mais te dar nojo, e nunca mais vai tocar em mim, seu filho da puta. - recupero o fôlego.

-Ótimo. - bato a porta da frente e saio correndo, deixando as lágrimas escorrer pelo meu rosto. Corro tanto, que sinto meu coração doer, por falta de ar, paro em baixo de uma árvore e choro.

Não acredito que passei toda a minha vida achando que ele fosse meu pai. Nunca mais vou voltar naquela casa, não quero mais olhar na cara dele. Como posso ser tão maltrada assim? Eu cresci em lugares diferentes, por pessoas diferentes, cada uma me ensinou algo, mas nenhuma me ensinou a lidar com a dor, eu nunca senti essa dor, uma dor de traição, como se o sangue que corre nas minhas veias fossem veneno, e o ar que respiro fosse algum tipo gás da morte. Como posso me sentir tão mal assim? Eu sei que todos, mesmo aqueles que erram, merecem perdão, mas porquê eu não posso ter nem se quer um momento feliz? Me lembro da manhã que tive ao lado do Harry, aquele céu mexeu comigo, como se ele me tivesse me mandado alguma mensagem, mas porquê eu não vi a mensagem? Eu só quero que alguém me ame de verdade, alguém que vai gostar do jeito que arrumo o cabelo, do jeito que eu fale, não apenas uma paixão, mas um amor de família, alguém que se preocupe comigo, que fica acordado até tarde, me esperando chegar, alguém que arrume meu café na manhã, esse alguém nunca mais vai voltar, esse alguém era a minha mãe.

Eu sinto saudade dela.

Porra. Eu sinto muita saudade dela. Mesmo ela ter errado, eu a perdôo, onde ela está agora, eu a perdôo por não estar aqui, e peço obrigada por aquele cara não ser o meu pai.

Olho ao meu redor, apenas uma árvore, até que meus olhos encontram aquelas esmeraldas.
Só de olhar aquelas esmeraldas, corri até ele e o abracei o mais forte possível.

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Será quem é o verdadeiro pai da Elena? Logo logo vamos descobrir, me acompanhem e não se esqueçam de apertar a estrelinha. :)

Narlla Xx.

ELENA | H.S fanfiction |Onde histórias criam vida. Descubra agora