Capítulo 29

5 1 0
                                    

Minha aparência melhorou muito com o passar dos dias, acabo de pentear meu cabelo e vestir uma calça jeans rasgada e um moletom cinza. O dia lá fora está nublado, o inverno já está chegando. Desço as escadas e observo uma mulher não muito velha, mais ou menos uns trinta anos, sentada no sofá remexendo na sua bolsa. Ela usa salto alto e um vestido vermelho formal, seus cabelos castanhos claros cobre o seu rosto. Ela não percebe a minha presença quando passa um batom vermelho nos lábios rapidamente.

Finalmente, Robis aparece na sala e me dá bom dia.

-Essa é uma amiga de trabalho, senhorita Scott. - ela se levanta e percebo sua tamanha altura.

-Pode me chamar de Estellar. - ela diz estendendo a mão, mas não aperto, apenas a observo, Estellar é um nome muito estranho por sinal. -Sua filha é linda. - ela disfarça.

-Ela não é minha... - Robis começa e eu termino.

-Não sou filha dele. - digo alto e claro. Ela me observa e suspira.

-Elena Horan. Do caso de assassinato, não lembra? - a mulher assente.

-Sim, é claro. - ela sorri. -Eu já deixei a papelada em cima da mesa de centro e preciso de uma autorização do juiz. Pode providenciar? - viro os calcanhares e me dirijo até a cozinha, abrindo a geladeira e agarrando a tigela de cereal que Robis deixa todos os dias.

Minutos depois ele aparece sorridente na cozinha, rindo pras paredes.

-Por quê tanta felicidade? - pergunto com a boca cheia de cereal.

-Viu ela? Uma mulher incrível não? - ele se gaba e abre um sorriso.

-Então porquê não chama ela pra sair? - ele me olha indeciso. -Hoje é sexta-feira, vai nessa, curte. - reviro os olhos.

-Tudo bem. - ele diz um tempo depois. -Vou fazer isso agora. - ele agarra o celular e disca o número rapidamente.

-Coloca no viva-voz. - digo e ele obedece. Estellar atende no terceiro toque.

-Alô.

-Arh... Olá. - ele gagueja. -Como vai? - rio baixinho.

-Eu vou bem Robis, acabei de sair da sua casa. - rio alto. -Precisa da minha ajuda com alguma coisa?

-Só queria saber se... - Robis para.

-Você quer jantar comigo. - sussurro pra ele o incentivando.

-Se você quer jantar comigo essa noite? - ele finalmente pergunta.

-Oh... porquê não? Pode me pegar às 20hrs? - ele sorri.

-É claro. Até lá. - desliga.

-Tá vendo como não foi tão difícil? - gargalho. -Pega ela me jeito Robis.

-Eu não vou... ter relações sexuais com ela hoje.

-Por quê não?

-Não acha que está muito cedo pra isso? - gargalho alto.

-Para de ser xereta Robis. - digo. -Há quanto tempo vocês se conhecem?

-Faz uns seis meses.

-E só agora chamou ela pra sair? - rio e engulo a uma porção de cereal.

-Acho que sim...

-Uau. - digo. -Mostre a ela que você quer transar, mas mostre que não quer compromisso.

-Mas eu quero compromisso. - rio.

-Jura? - ele assente. -Tudo bem.

Nunca tinha visto esse lado da vida, em que as pessoas realmente se apaixonavam e querem compromisso, acho que sempre fui acostumada com a negatividade das pessoas.

Robis usa um terno formal e cheira a perfume, ele me pede pra mim dá uma visualizada no seu visual, mas estou ocupada demais coçando a pele debaixo do aparelho grudado no meu calcanhar. Isso é horrível, e coça pra caralho.

-Como estou? - pergunta dando um giro no ar.

-Um pitel. - rio e volto a olhar para a televisão.

-Tudo bem... Não volto muito tarde. - ele caminha até a mesa, pega suas chaves e depois se dirije até a porta. -Não faça nada de errado.

-Como eu poderia fazer? Estou em prisão domiciliar não lembra? - rio.

-Eu te conheço Elena. - ele diz e depois sai.

Ótimo. Ele deve pensar que vou fazer uma festa, mas não sou burra o suficiente de fazer uma coisas dessas com ele. Robis me ajudou bastante e não sou capaz de fazer uma coisa dessas, e não estou no clima pra isso, mas seria interessante...






Acordo num pulo com batidas fortes na porta. Percebo que dormi no sofá mesmo e dou uma olhada no relógio, são quase dez da noite. Não dormi muito tempo, mas parece que foi uma eternidade. Outra batida me faz levantar e ando meio sonolenta até a porta, agarro a fechadura e abro de uma vez. Seu cabelo está curto, bem mais curto do que ele era, usa suas botas como o abitual, e seu casaco preto. Seus lábios rosados como daquela vez em que ele me chamou pra sair.

Harry estava ali parado me observando, mas não conseguia descrever seus olhos. Talvez ele tenha culpa do que aconteceu, ou ele está com raiva de mim, mas porquê ele está aqui? Ele realmente se importou em me ver? Por quê eu me importo tanto com isso? Eu devo deixá-lo entrar? Aquele dia ainda soa como se fosse ontem na minha mente, as suas palavras "Adeus Elena" foi um verdadeiro adeus, e não há nada para falar com ele, Harry já me disse adeus, porquê ele voltou?

Mas não, Harry estava parado a minha frente sem dizer uma palavra.




ELENA | H.S fanfiction |Onde histórias criam vida. Descubra agora