ELENA | H.S fanfiction |

Capítulo 25

Viciado.

Era a última coisa que eu pensaria, nunca imaginei viciado e Harry na mesma frase, mas sim, isso explica as pupilas totalmente dilatadas e o corpo magro. E ele está certo, eu fiz isso, se não tivesse aparecido naquele maldito dia, ele seria o Harry normal de antes, estaria bem. Eu fiz isso, eu causei toda essa merda, eu o levei aquela festa e eu sou culpada de ter influenciado Harry Styles. Agora ele é só mais um viciado, um cara que eu nunca imaginei, ele se tornou mais uma daquelas pessoas, que fica caído num canto das festas.

Foi aí que minha boca travou, tudo que vi, foi os policiais entrarem pela porta, agarrarem nossos pulsos, eu não conseguir nem mexer direito com aquela palavra. Agora estou aqui, sentada na mesma mesa que o Harry, esperando para sermos interrogados.

-Está com raiva? - ele engole seco observando meu rosto.

-Estou. - digo olhando para a pequena mesa a minha frente.

-Por quê?

-Adivinha, põe essa sua cabeça pra funcionar Harry. - ele se senta direito da cadeira de ferro, fazendo pequenos ungidos.

-Talvez por quê eu tenha feito merda? - fala e reviro os olhos.

-Para com isso.- bufo.

-Não importa mais, agora sou a merda de um viciado. - juro que se ele falar isso de novo, eu mato.

-Você tem uma vida, você não pode viver assim, tem pessoas que se importam com você, pessoas que te ama, você tem como viver melhor do que eu. Está destruindo uma vida que eu queria ter, não disperdice tudo Harry. - uma lágrima cai no meu rosto.

-Aquela vida não me pertence mais.

-E o que te pertence agora? Bebidas? Drogas e sexo? Isso não é vida, eu não quero isso pra você. - passo a mão sobre o meu rosto para tirar as lágrimas.

-E porque você faz? Huh? - seus olhos encontram os meus.

-Por quê eu não tive a sorte que você tem, não tenho uma família de verdade, não tenho valor nesse mundo, não tenho pessoas que me ama. Eu não tenho opção Harry. - choro. Nunca chorei em toda a minha vida, exceto quando minha mãe e Niall morreu.

-Você tem pessoas que te ama sim. - rio irônica.

-Quem? Eu não tenho ninguém. - falo molhando os meus lábios.

-Eu. Você sempre teve a mim Elena. - levanto da cadeira e aponto o dedo no seu rosto.

-Porra Harry, não fala isso, não estava lá quando o Niall morreu. - ele congela. -Não estava lá quando chorei por dias, no momento em que mais precisei de você, no momento em que você tinha que estar lá comigo, você não estava, então não vem me dizer, que sempre esteve comigo, porquê nunca esteve. - ele abaixa o rosto e volto a sentar na cadeira limpando as lágrimas que havia caído.

-Você tem razão. - murmura. -Tem razão Elena, eu sou um merda. - encaro-o. -Mas eu só me tornei nesse merda que sou hoje, por sua causa.

Nego com a cabeça.

-Eu sei que disse que você é a culpada por tudo isso, e você é, você foi uma droga pra mim, sempre me fazia voltar atrás, mas eu sei que você nem liga, deve pensar que sou apenas um garoto rico sem conteúdo, mas é isso.

Harry é uma pessoa boa, ele não merece isso, não merece viver assim, e ele só vive assim, quando está perto de mim, é como ele disse, sou uma droga pra ele, eu não posso mudar isso, somos pessoas diferentes, vivendo em mundos diferentes, cada um de nós temos futuros diferentes, talvez ele possa concertar essa merda toda e terminar a faculdade, mas eu não tenho jeito, talvez eu acabe na prisão, e quando sair, não serei nada. Harry precisa se afastar de mim, ele sabe disse tanto quanto eu, vou deixá-lo ir, eu sempre deixei, mas agora é pra valer. Mas de uma coisa eu tenho certeza, Harry Styles nunca mais será o mesmo.

A porta bate, um homem baixo e gordo entra.

-Harry Styles. - Harry encara o homem baixo que abriu a porta. -Pagaram a sua fiança. - ele se levanta, olhando para mim e eu não quebro o olhar.

-Adeus Elena.

-Adeus Harry.

***

-Elena Elizabeth Horan. - o homem baixo diz lentamente, ele se senta na cadeira onde Harry estava sentado e me encara. -O que estava fazendo no depósito?

-Fui atrás do meu amigo. - cruzo os braços.

-Por quê foi atrás dele?

-Porque ele é meu amigo. - sorrio. Ele analisa um papel que está na mesa.

-Meu nome é Robis, e eu posso te ajudar a sair daqui, mas você vai ter que colaborar comigo. - diz. Achei que ele fosse um policial, que faria de tudo pra me por na cadeia, mas pelo seu terno preto e gravata azul, ele parece um advogado, pensava que advogados só eram chamados, para as pessoas ricas, que tem dinheiro. Mas o que um advogado quer comigo? Eu não tenho dinheiro nenhum, e ninguém para pagar um para mim. -Sou advogado do senhor Harrison.

-Harrison? - dou uma risada forçada. -Só pode estar brincando. - a expressão no rosto dele não parece estar brincando, mas eu continuo a achar que é uma brincadeira.

-Não estou brincando. Agora me conte tudo que você sabe. - rio.

-Quem você pensa que é, pra me mandar o que fazer? - dou um sorriso falso e cruzo meus braços. Robis suspira e joga um papel na minha frente. Tem uma foto minha, a foto que tirei a primeira vez que vim parar aqui, meu nome abaixo da foto e outras merdas que não ligo. Por quê está me mostrando isso?

-Eu posso te colocar na cadeia em questão de segundos Elena, pelos seus crimes, uma ficha totalmente suja, principalmente como a principal suspeita da morte de seu pai, e os roubos, você não seria nada lá dentro, pode mostrar esse seu jeito marrento, mas o mundo na prisão, é muito diferente desse que você vive agora, então se você não quiser ir pra lá, é melhor você fazer tudo que eu mando. - ele desafia.

Que merda foi essa?

-Não sabe nada sobre mim. - digo friamente.

-Acredite, eu sei mais do que você pensa. - sorri.

Algo nele me intimida, na verdade, todas as pessoas me intimidam, mas ele parece confiável, parece estar fazendo apenas o seu trabalho e que só quer chegar em casa, jantar e abraçar seus filhos. Mas o fato dele ser advogado do meu suposto "pai" me deixa aos nervos, eu não quero ter que encontrar com aquele homem, ele sabia da minha existência e me deixou sofrer durante toda a minha vida, a minha vontade é de quebrar a cara dele, por isso não quero que ele faça parte da merda que a minha vida é.

-Eu sei que está fazendo apenas o seu trabalho, mas diga a ele, que não quero nada que venha dele.

-Você quer sair daqui? - ele pergunta depois de segundos. Sair? Só quero ser livre, pelo menos tentar ser. Assenti com a cabeça. -O senhor Harrison não vai ter nada a ver com isso, vai ser apenas um plano, entre você e eu, só vamos fazer o possível pra te tirar daqui, esqueça ele, e lembre-se de ser livre.

A idéia é boa, e não tenho nada a perder.