Capítulo 12

17 3 9
                                    

Quatro dias.

Quatro dias em que não volto naquela casa, quatro dias que não falei com ninguém, apenas com Joe, desliguei meu celular e me desliguei do mundo. Até porquê eu não queria viver nesse mundo mesmo, meu irmão não deve ter ligado se quer uma vez pra mim, meu pai deve estar do mesmo jeito, Luke deve estar querendo me matar depois do que aconteceu, e Harry... ele deve estar bem.

Aquela casa não me pertence mais, e juro que não quero voltar lá, aquele homem em que eu nunca conheci de verdade, que passava a mão em mim, a hora que ele quisesse, já não me faz importância mais, desde a primeira vez que ele tocou em mim, me senti impura, e é por isso que todos me tratam mal, às vezes eu me acho culpada disso, se eu tivesse me matado desde o início, não estaria aqui, em frente esse espelho, cortando meus pulsos, para uma tentativa de me matar, porquê eu nem sei o que estou fazendo aqui, dou trabalho ao Joe e todas as outras pessoas, onde quer que a minha mãe esteja, eu quero estar com ela, por que eu sinto a sua falta mais que tudo.

E Harry, ele será feliz, e não vai se lembrar de mim nunca mais, não vou existir nesse mundo e nem na sua memória, vou ser apenas a garota que ele deu uma carona na chuva, a garota que não presta, a garota que não sabe viver. Talvez eu esteja apaixonada por ele, mas o que importa? Não pertencemos ao mesmo mundo, e eu não deveria estar viva.

O sangue não para de escorrer pelo meu pulso, a dor que sinto é imensa, quando pressiono a faca uma e outra vez, cada vez mais profundo, é a morte cada vez mais perto. Aquela ânsia, uma sensação diferente, dizem que a morte não dói, é apenas um estalo, e BOOM, morre. Mas isso está sendo mais difícil que eu pensei, eu já deveria ter morrido. Meu olhos pesam cada vez mais, até que as minhas vistas escuricerem de vez, e foi como entrar num sono profundo.

...

Se alguém pudesse escutar meus pensamentos, ela estaria horrorizada. A morte, não é nada como dizem, ela é lenta e fria, você não se sente nada bem, vou tentar explicar melhor, é como se você pudesse fazer tudo e ao mesmo tempo fazer nada, mas na hora da morte, as coisas que você pensa, são as melhores, mesmo eu, sendo uma garota insignificante, tudo que fiz, passou pela minha cabeça, quando tinha nove anos e roubei a bike do garoto do quinto ano, ele ficou tão bravo comigo que quase me bateu, mas eu bati nele primeiro. E a vez quando tinha quatorze anos, pulei de um pequeno penhasco até um lago, foi a primeira vez que meu pai me bateu. E com dezesseis anos, eu e Niall roubamos um carro, e fomos até Las Vegas, mas quando chegamos lá, a polícia nos pegou, apesar de ter acabado mal, foi divertido a nossa viagem, até por quê o carro estava cheio de caixas das balas Fini. E quando vi aquele pôr do sol com o Harry, foi incrível, me senti viva, viva como não estou mais.

Fiz muitas coisas na minha merda de vida, mas nada comparado ao beijo dele e ao toque dele, são coisas que eu deveria fazer agora, eu adoraria sentir de novo.

Se pudesse fazer mais uma coisa nesse mundo, eu o beijaria.

...

-Elena Horan? - uma voz desconhecida pergunta. Meus olhos pesam muito, e é impossível abri-los.

Eu não morri? Talvez seja a voz de Deus, ou do demônio.

Credo.

-Elena, se estiver acordada, faça que sim com a cabeça. - a voz é masculina, e totalmente desconhecida.

Acho que possa ser Deus, se fosse o demônio, ele não pediria com essa educação. Faço que sim com a cabeça. Meu corpo está totalmente imóvel, é impossível levantar e abrir meus olhos. Como se eu tivesse carregado um elefante por horas e horas.

-Ela precisa descansar, talvez mais tarde possamos falar com ela. - diz e ouço uma porta bater com uma certa força.
...

Está claro, e o está bastante Sol, sinto o calor pelo meu corpo, e os raios solares entrar por algum lugar. Não sei onde estou, até que consigo abrir meus olhos, no início a vista falha, mas depois vejo que estou numa espécie de sala toda branca, um pano fino branco cobre minhas pernas e um barulho irritante a minha esquerda me irrita.

Estou na merda de um hospital.

-Como se sente? - uma garota, que aparenta ter uns vinte e dois anos pergunta, ela tem os cabelos negros, olhos grandes e verdes. Ela está sentada numa cadeira ao lado da cama que deito, ela usa roupas brancas e acho que ela é uma enfermeira.

-Bem. - e é verdade. Me sinto bem agora, meu corpo não pesa tanto como antes, mas o que eu não entendo o porquê de não ter morrido. Ela ri.

-Meu nome é Therise, mas pode me chamar de Thery. - ela sorri pra mim.

-O que aconteceu?

-Você tentou se matar Elena, e agora estamos aqui, para evitar que isso aconteça novamente.

-Se eu tentei me matar era porquê eu queria morrer. - digo rudemente e ela arregala os olhos.

-Tudo bem. - ela sorri nem se importando com o que eu disse. Thery pega um objeto estranho e diz. -Vou medir sua pressão ok?

-Não é necessário, não quero ficar aqui. - tento levantar da cama mas ela me impede, colocando suas pequenas mãos nos meus ombros.

-É melhor ficar aqui Elena. - Thery diz docemente.

-Não preciso da sua autorização pra sair daqui. - a roupa que uso é horrível, pareço um saco de arroz, vai até abaixo do meu joelho. Qual é? Eles acham que estamos no século XIX?

Abro a porta da sala e me deparo com um corredor grande, pessoas caminham sem se importar comigo então caminho, o mais normal possível para sair logo daqui.
Acabo por parar numa sala maior ainda, com cadeiras e pacientes sentados e meus olhos viajam no lugar.

Um rapaz familiar está em pé ao lado da bancada conversa com aquela garota de cabelos negros, a Thery.

-Aí está ela. - diz o rapaz e se vira pra mim. É o mesmo rapaz no dia do galpão, como era seu nome mesmo... Ian?

-Elena, precisa voltar para o quarto. - Thery diz passando a mão no meu ombro.

-Eu não preciso mais disso, eu estou bem. - Ian me olha e depois encara Thery.

-Vai chamar o Harry. - Ian fala e a garota sai de perto de nós.

-O que o Harry está fazendo aqui? - pergunto sentindo minhas mãos tremer.

-Você tentou se matar, ele tinha que vim.

-Eu é que vou te matar por ter contado que eu estava no hospital. - aponto o dedo no seu rosto. Ian ri.

-Mas foi ele que te trouxe aqui, quando estava quase morrendo e coberta de sangue. - diz e olho pra baixo. Ele trouxe para o hospital? Como ele me encontrou? Eu estava no banheiro de um posto de gasolina qualquer, como ele pode ter me achado?


-----------------------------------------------------------

Hey leitores, quem já leu a minha primeira fanfic Once in a Lifetime que está no meu perfil, vai saber que eu coloquei Lerise aqui. E espero que tenham gostado da nova personagem Therise, que baseei ela na Lucy Hale como antes, ela vai ter uma participação importante na fic, e saberão o porquê de eu ter colocado ela, mas não confundam as coisas, coloquei a Thery, pois vou colocar um fim absoluto de Lerise, como não tinha colocado em Once in a Lifetime, quem não leu OIALT, leia, quem leu, sabe que essa idéia é ótima. Então se não leu, por favor, dá uma olhadinha nela, aposto que vai adorar. Beijo. Obrigada e votem.

Narlla Xx.

ELENA | H.S fanfiction |Onde histórias criam vida. Descubra agora