Cláudia decidiu avisar o chefe que chegaria mais tarde naquele dia. Precisava conversar com o diretor do hospital aonde o corpo de Vitória Vasconcelos foi levada. Havia algo estranho naquela história, e por Lena, descobriria a verdade.
Vinícius, muito compreensivo, aceitou sua situação. Ainda mais quando ela talvez tenha dado a entender que faria uma consulta íntima no hospital.
Era o horário de trabalho de Cristal, então ela aproveitou a ajuda da amiga para ter uma hora marcada para falar com o tal Dr. Magno.
–Bom dia – ela disse, depois de duas horas de espera.
–Bom dia – ele cumprimentou, acenando para que ela se sentasse.
O consultório era grande confortável, com cores suaves que brincavam entre o branco-gelo e branco-neve. Claro que Cláudia nem sequer prestou atenção nas inúmeras placas com diplomas, estampadas na parede atrás do médico.
–A que devo sua vinda? – questionou o diretor.
–Vim pelo caso de Ana Vitória Vasconcelos. O Sr. Se lembra dela? Ouvi dizer que era um grande amigo do pai dela.
O Dr. Magno entrelaçou as mãos sobre a mesa, suspirando alto.
–Sim, por isso o irmão trouxe ela até aqui. Confiava em mim, tinha esperanças que eu pudesse fazer alguma coisa, mas já era tarde demais – disse, triste.
–Entendo, mas por que o senhor não permitiu que o Dr. Daniel analisasse o corpo, digo, a causa da morte?
–Que pergunta! – o médico pareceu se divertir de repente. Uma trágica mudança de humor. Não parecia um bom sinal para Cláudia. – Bem, o Dr. Clóvis, médico que deixei encarregado do corpo, é bem mais experiente que o Dr. Daniel, e como era uma situação mais pessoal, foi nele que depositei minha confiança.
–Então o senhor é amigo do Dr. Clóvis também? – Cláudia arqueou as duas sobrancelhas, prestes a conseguir alguma coisa, esperava ela.
–Sim, claro, o conheço há anos.
–Então, poderia me dizer o que se fez dele, pois ouvi falar que largou a profissão e ninguém mais soube dele.
O maxilar do médico tencionou rapidamente.
–Bem, eu não sei. Um belo dia, ele simplesmente decidiu se demitir. Talvez tenha decidido se aposentar.
–Aos 42 anos? – O médico, entreabriu os lábios, surpreso. Rá. Pensava que ela não falaria com ele com o mínimo de conhecimento? –Estranho, o senhor não acha? – perguntou, com uma voz de insinuação.
–Não estou aqui para fazer me fazer esse tipo de pergunta sobre os meus funcionários.
–Pensei que era seu amigo.
–Era.
–Entendo. – e um pequeno silêncio desconfortável se seguiu. – Gostaria de saber a causa da morte da Vitória Vasconcelos.
–Pergunte ao seu irmão. Aliás, qual sua relação com a família?
–Sou cunhada do Alessandro, quero dizer, quase. Minha irmã está noiva dele, e eu também era amiga de Vitória, nunca entendi sua morte e ninguém melhor que o senhor para me explicar.
–Ela tomou uma alta dose de Clonazepam. – resolveu explicar de uma vez.
–Clonazepam?
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O Assassino (Livro 2)
Bí ẩn / Giật gânQuase dois anos se passaram desde a morte da irmã de Rafaela, e ela ainda não tem nenhuma pista sobre os assassinos. Diferente deles, que agora não só sabem sua verdadeira identidade como também vão fazer de tudo para mantê-la calada. Para sempre. ...