Capítulo 11: Fugindo

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   Cláudia decidiu avisar o chefe que chegaria mais tarde naquele dia. Precisava conversar com o diretor do hospital aonde o corpo de Vitória Vasconcelos foi levada. Havia algo estranho naquela história, e por Lena, descobriria a verdade.

   Vinícius, muito compreensivo, aceitou sua situação. Ainda mais quando ela talvez tenha dado a entender que faria uma consulta íntima no hospital.

   Era o horário de trabalho de Cristal, então ela aproveitou a ajuda da amiga para ter uma hora marcada para falar com o tal Dr. Magno.

   –Bom dia – ela disse, depois de duas horas de espera.

   –Bom dia – ele cumprimentou, acenando para que ela se sentasse.

   O consultório era grande confortável, com cores suaves que brincavam entre o branco-gelo e branco-neve. Claro que Cláudia nem sequer prestou atenção nas inúmeras placas com diplomas, estampadas na parede atrás do médico.

   –A que devo sua vinda? – questionou o diretor.

   –Vim pelo caso de Ana Vitória Vasconcelos. O Sr. Se lembra dela? Ouvi dizer que era um grande amigo do pai dela.

   O Dr. Magno entrelaçou as mãos sobre a mesa, suspirando alto.

   –Sim, por isso o irmão trouxe ela até aqui. Confiava em mim, tinha esperanças que eu pudesse fazer alguma coisa, mas já era tarde demais – disse, triste.

   –Entendo, mas por que o senhor não permitiu que o Dr. Daniel analisasse o corpo, digo, a causa da morte?

   –Que pergunta! – o médico pareceu se divertir de repente. Uma trágica mudança de humor. Não parecia um bom sinal para Cláudia. – Bem, o Dr. Clóvis, médico que deixei encarregado do corpo, é bem mais experiente que o Dr. Daniel, e como era uma situação mais pessoal, foi nele que depositei minha confiança.

   –Então o senhor é amigo do Dr. Clóvis também? – Cláudia arqueou as duas sobrancelhas, prestes a conseguir alguma coisa, esperava ela.

   –Sim, claro, o conheço há anos.

   –Então, poderia me dizer o que se fez dele, pois ouvi falar que largou a profissão e ninguém mais soube dele.

   O maxilar do médico tencionou rapidamente.

   –Bem, eu não sei. Um belo dia, ele simplesmente decidiu se demitir. Talvez tenha decidido se aposentar.

   –Aos 42 anos? – O médico, entreabriu os lábios, surpreso. Rá. Pensava que ela não falaria com ele com o mínimo de conhecimento? –Estranho, o senhor não acha? – perguntou, com uma voz de insinuação.

   –Não estou aqui para fazer me fazer esse tipo de pergunta sobre os meus funcionários.

   –Pensei que era seu amigo.

   –Era.

   –Entendo. – e um pequeno silêncio desconfortável se seguiu. – Gostaria de saber a causa da morte da Vitória Vasconcelos.

   –Pergunte ao seu irmão. Aliás, qual sua relação com a família?

   –Sou cunhada do Alessandro, quero dizer, quase. Minha irmã está noiva dele, e eu também era amiga de Vitória, nunca entendi sua morte e ninguém melhor que o senhor para me explicar.

   –Ela tomou uma alta dose de Clonazepam. – resolveu explicar de uma vez.

   –Clonazepam?

O Assassino (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora