Epílogo II (finalmente!)

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**Aguardem o Prólogo de "O Esperado" nos próximos dias** – o primeiro vídeo é o áudio da música do grande acontecimento desse último epílogo 

             Ela tinha finalmente chegado. Depois de um trânsito infernal, Rafaela finalmente alcançaria o paraíso. Respirou descansada quando viu a porta dupla se fechando para que ela pudesse se preparar para sua grande entrada.

      Os noivos haviam escolhido uma pequena capela perto da zona rural da cidade – ideia de Alessandro, afinal ele não queria nada para chamar atenção da mídia naquela data. Era uma construção simples e aconchegante. Suas janelas laterais eram grandes e esverdeadas – um tom de esmeralda que fizera Alessandro pensar que o lugar era o que precisavam para cerimônia –, com coloridas paisagens em vitral, estilo gótico. As duas largas portas da entrada pareciam ser velhas, eram brancas-gelo – mal pintadas e já descamando, mas, sinceramente, a noiva não se importava com os detalhes que deixavam a desejar. Não. Ela sentia seu coração pulsando, pesado, em expectativa ao momento. Como não sentir que aquele dia seria o melhor de toda a sua vida?

      – Está pronta? – Juliano tocou-lhe o ombro, liberando-a da anestesia momentânea proporcionada pelo momento. O delegado tinha um sorriso acolhedor para lhe dedicar.

      Rafaela estava mais tranquila com a presença dele ali. Mesmo com a polícia garantindo que Ana Vitória havia fugido para o Paraguai, e, ali, desaparecido completamente, Rafaela continuava receosa. "Ela não seria estúpida de voltar para o Brasil", Cláudia tentara lhe convencer, "não sabendo que toda a polícia estaria pronta para capturá-la".

      A noiva assentiu.

      Mesmo com todas as impossibilidades, ela contratou uma equipe de segurança – fardados e à paisana.

      – Chegou a hora – Caetano anunciou, oferecendo-lhe o braço.

      Cláudia terminou de arrumar a cauda do vestido e voltou para perto da amiga.

      – Faz o sinal para eles começarem a marcha nupcial – pediu Rafaela a ela.

      Cláudia exibiu um riso cúmplice e travesso.

      Quando Alessandro a procurou para compartilhar o seu plano maquiavélico, Cláudia pensara que não resistiria a contar para irmã. Havia superado as próprias expectativas, pois não só ajudou Alex como também deu uma bela contribuição para que Rafaela em nenhum momento desconfiasse da surpresa. E agora... Levou a unha do indicador aos lábios.

       – Acho que não vai ser possível... – Anunciou calmamente.

      Rafaela sentiu uma mini taquicardia.

      – Não haverá marcha nupcial – Cláudia anunciou depressa, e logo correu para dentro da igreja antes que Rafaela pulasse em seu pescoço.

      A noiva ficou sem reação por meio minuto, lembrando-se, tempos depois, desse pequeno espaço de tempo como sendo liderado por reflexos involuntários de seu corpo, pois, quando recobrou sua plena consciência, já havia dado o primeiro passo em direção ao altar; Caetano a apoiava com o braço; e no outro, seu buquê tremia. Ela havia escolhidos os narcisos brancos, de interiores amarelos – a senhora dona da floricultura a qual Rafaela encomendou as flores lhe disse que significavam recomeços. Pareceu a noiva o mais indicado para a ocasião.

      Todos os 87 convidados se levantaram à espera da noiva.

       A música liberou seus primeiros acordes. Delicadas, feitas por um violão.

       Ela caminhou.

      A primeira voz foi ouvida:

"Nae mami boini wae sarangingeoni"

O Assassino (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora